09 Março 2012
Os interesses do agronegócio falaram mais alto na última etapa de votação do Código Florestal, antes de o projeto de lei ir à sanção da presidente da República. E o principal ponto da discórdia é a exigência de recuperação de pelo menos 15 metros de vegetação nativa às margens de rios mais estreitos.
A reportagem é de Marta Salomon e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 09-03-2012.
Propriedades rurais que abriguem rios mais largos terão de recuperar até 100 metros em cada margem.
A regra, aprovada pelos senadores em dezembro, não zera o passivo ambiental estimado no País, de cerca de 80 milhões de hectares. Para a Frente Parlamentar da Agropecuária - da qual o relator Paulo Piau (PMDB-MG) faz parte -, a recuperação de vegetação nativa representará a perda de áreas produtivas nas propriedades rurais.
Piau também recusa a proteção de áreas de manguezais, os apicuns e salgados, assim como a punição dos produtores rurais que não regularizarem suas propriedades no prazo de cinco anos. A pena é o corte do crédito por parte de instituições financeiras.
O governo não teve os votos suficientes para manter o projeto aprovado pelo Senado nesta semana. O tema ainda pode impor a maior derrota política já sofrida pelo governo Dilma Rousseff porque as regras negociadas no Senado também são criticadas por ambientalistas, que condenam a anistia a desmatadores. O debate já dura 13 anos.
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Agronegócio faz pressão na reta final de votação - Instituto Humanitas Unisinos - IHU