18 Janeiro 2012
Na próxima semana, se reunirá, no palácio do Santo Ofício, a plenária da Congregação para a Doutrina da Fé, e quase todos imaginavam que logo depois seria anunciado o nome do sucessor do cardeal William Levada, prefeito do dicastério doutrinal desde 2005, anteriormente chamado de "a Suprema". Os tempos, no entanto, parecem destinados a se alongar. Bento XVI quer decidir com calma, examinando com extrema atenção todas as hipóteses sobre a mesa.
A reportagem é de Andrea Tornielli, publicada no sítio Vatican Insider, 16-01-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Ainda segue de pé a candidatura do bispo de Regensburg, Gerhard Ludwig Müller (foto), 64 anos, ex-membro da Congregação, teólogo conhecido e estimado pessoalmente pelo Papa Ratzinger, que o convocou a Roma de surpresa nos últimos dias para falar sobre o seu futuro chamado à Cúria. No caso de não ocorrer a sua nomeação à frente do dicastério, o prelado alemão poderia ser nomeado bibliotecário da Santa Igreja Romana no lugar do cardeal Raffaele Farina e receber a púrpura em um próximo consistório.
Outro candidato levado em consideração é Jean-Pierre Bernard Ricard (foto), 67 anos, arcebispo de Bordeaux, também membro da Congregação. Em ambos os casos, se tratariam de bispos diocesanos que conhecem bem os mecanismos de funcionamento do ex-Santo Ofício.
Mas, para além desses dois nomes, o papa também está avaliando a possibilidade de designar um prefeito anglófono, continuando a tradição começada com o norte-americano Levada. A motivação dessa solução deve ser buscada principalmente na competência adquirida pela Congregação para a Doutrina da Fé depois da publicação, no fim de 2009, da Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus, que prevê a possibilidade de instituir ordinariatos anglo-católicos para acolher na comunhão com Roma não só padres ou bispos individuais, mas também comunidades anglicanas inteiras.
Na Cúria Romana, há um anglófono que trabalhou na Congregação para a Doutrina da Fé: o secretário do dicastério para o Culto Divino, o arcebispo norte-americano Dom Joseph Augustine Di Noia (foto). Dominicano, 68 anos, Di Noia foi subsecretário do ex-Santo Ofício de 2002 a 2009 e, portanto, por três anos, trabalhou como o número três do então cardeal Joseph Ratzinger. Mas é provável que, ao avaliar os possíveis candidatos provenientes de países de língua inglesa, levem-se em conta diversas possibilidades. No entanto, não tem nenhuma consistência a candidatura do cardeal salesiano Angelo Amato, atual prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, ex-secretário do ex-Santo Ofício, que irá completar 74 anos em junho próximo.
No que se refere à escolha do novo "guardião da ortodoxia", essa é uma tarefa que o pontífice gerencia pessoalmente, tendo dirigido por mais de 20 anos "a Suprema", que Paulo VI decidiu reformar evidenciando também, além do controle, a tarefa de promoção da fé.
O ano que recém começou será importante a esse respeito, por causa das celebrações dos 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica e dos 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II. A nomeação do sucessor do cardeal Levada é delicada e decisiva. E Bento XVI não quer agir com pressa.
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Congregação para a Doutrina da Fé: um assento para três - Instituto Humanitas Unisinos - IHU