31 Outubro 2011
A última versão da American Catholics é a quinta de uma série de pesquisas sobre as atitudes católicas realizadas a cada seis anos. Juntas, elas compõem um dos retratos mais profundos e mais consistentes jamais compilados dos membros da maior denominação religiosa dos Estados Unidos.
A reportagem é de Tom Roberts, publicada no sítio National Catholic Reporter, 24-10-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Durante o último quarto de século, as atitudes e práticas católicas, assim como a composição da própria Igreja, mudaram significativamente, mesmo que os católicos tenham mantido uma firme convicção sobre certas crenças centrais. Em termos mais simples, os católicos nos últimos 25 anos se tornaram mais autônomos na tomada de decisões sobre importantes questões morais; menos dependente do ensino oficial para chegar a essas decisões; e menos deferentes à autoridade do Vaticano e dos bispos individuais.
Alguns pontos importantes da pesquisa:
Hispânicos e não hispânicos discordam sobre diversas questões. Uma diferença significativa: 70% dos hispânicos dizem que ajudar os pobres é importante, enquanto 56% dos outros afirmam o mesmo. Os hispânicos também são mais tradicionais em seus pontos de vista sobre a necessidade de concordar com os ensinamentos da Igreja acerca de uma série de assuntos, incluindo a segunda união depois de um divórcio e o aborto, em comparação com os não hispânicos.
Segundo a pesquisa, "um em cada cinco católicos (...) diz que os líderes da Igreja, como o papa e os bispos, são os árbitros apropriados do certo e do errado" acerca de questões como o divórcio e a segunda união, o aborto, o sexo fora do casamento, a homossexualidade e a contracepção, ao mesmo tempo em que se afirma que tanto o indivíduo sozinho quanto o indivíduo embasado no ensino dos líderes da Igreja são o lócus apropriado da autoridade para decidir sobre essas questões.
Em um sinal de que a religião, assim como a política, é local, a maioria dos católicos manifesta opiniões favoráveis à liderança dos bispos dos EUA como um todo, e particularmente dos seus bispos locais. Ao mesmo tempo, a pesquisa "encontra um consenso entre os católicos norte-americanos de que os bispos não estiveram à altura no tratamento dado às questões de abuso sexual". E a maioria dos católicos diz que essa questão danificou a credibilidade política dos líderes da Igreja e prejudicou a capacidade dos padres de " atender às necessidades espirituais e pastorais de seus paroquianos".
A pesquisa foi realizada de forma online com uma amostra de 1.442 adultos autoidentificados como católicos, que fazem parte do KnowledgePanel da Knowledge Networks. As entrevistas foram realizadas entre os dias 25 abril a 2 de maio. A pesquisa tem uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos.
William V. D"Antonio, pesquisador do Instituto de Pesquisa Política e Estudos Católicos da Catholic University of America, liderou esta quinta pesquisa, como em todas as anteriores. Seus colegas neste ano foram Maria Gautier, pesquisadora associada do Centro para Pesquisa Aplicada no Apostolado (CARA) da Universidade de Georgetown, e Michele Dillon, professora e diretora do departamento de sociologia da Universidade de New Hampshire.
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Pesquisa nos EUA revela que católicos tornaram-se mais "autônomos" - Instituto Humanitas Unisinos - IHU