22 Outubro 2011
Aproxima-se a Jornada pela Paz de Assis convocada pelo papa no dia 1º de janeiro passado e que irá ocorrer no dia 27 de outubro, no 25º aniversário da primeira jornada com tal finalidade que se desenvolveu também em Assis no dia 27 de outubro de 1986.
A reportagem é de Luigi Accattoli, publicada na revista dos jesuítas italianos, Popoli, 29-09-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Uma nota vaticana do dia 2 de abril e um artigo do cardeal Bertone no L"Osservatore Romano do dia 3 de julho esclareceram as modalidades do evento, que apresenta várias novidades com relação ao de 1986 (e a outras duas jornadas similares de 1993 e de 2002), todas na direção de um maior controle doutrinal, a fim de evitar contaminações e sincretismos.
Haverá uma peregrinação e a afirmação do "compromisso comum pela paz", como em 1986; e, como em 2002, as delegações – incluindo o papa – chegarão pela manhã de trem de Roma. As novidades principais são duas: a extensão do convite a "personalidades" do mundo da cultura e da ciência, também não crentes; a falta de momentos públicos de oração das diversas religiões. A oração encontrará lugar em um "tempo de silêncio". O encontro de oração reservado aos cristãos será feito em Roma, na véspera. O título também mudou: em 1986, era Jornada Mundial de Oração pela Paz. Desta vez, o título é Jornada de Reflexão, Diálogo e Oração pela Paz e a Justiça no Mundo, enquanto o subtítulo é Peregrinos da verdade, peregrinos da paz. Há, portanto, a palavra "verdade", que é central para o Papa Bento XVI e que põe aqui a busca de verdade como pressuposto da busca da paz.
Intelectuais e cientistas, também não crentes, estarão presentes porque o diálogo pela paz "não exclui ninguém": "Por esse motivo, para compartilhar o caminho dos representantes das comunidades cristãs e das principais tradições religiosas, também serão convidadas algumas personalidades do mundo da cultura e da ciência, que, mesmo não se professando religiosas, sentem-se no caminho da busca da verdade e percebem a responsabilidade comum pela causa da justiça e da paz".
O jejum não é proposto, como das outras vezes, mas sim um "almoço frugal compartilhado pelos delegados", que ocorrerá em Santa Maria dos Anjos, depois da primeira reunião "de comemoração dos encontros anteriores e de aprofundamento do tema da jornada". Ao almoço, seguirá "um tempo de silêncio, para reflexão de cada um e para a oração". À tarde, em "peregrinação", todos subirão de Santa Maria dos Anjos rumo à Basílica de São Francisco "em silêncio", em "oração e meditação pessoal".
A oração silenciosa irá remover qualquer ideia de uma oração comum e, assim, eliminará uma das objeções que haviam sido feitas ao encontro de 1986. A conclusão da jornada irá ocorrer "à sombra da Basílica de São Francisco, lá onde também foram concluídos os encontros anteriores". Continua-se, portanto, no caminho, indicado pelo Papa Wojtyla, do envolvimento das religiões mundiais na busca da paz, mas as cautelas contra o sincretismo, desta vez, serão mais amplas e sistemáticas.
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As cautelas de Bento XVI - Instituto Humanitas Unisinos - IHU