22 Setembro 2011
Duas semanas antes de o papa visitar a sua Alemanha natal, o cardeal Paul Cordes, ex-presidente do Pontifício Conselho Cor Unum, acusou membros da União Democrata-Cristã alemã de terem se pronunciado em favor da reforma da Igreja, contribuindo para um "clima cismático" na Alemanha.
A reportagem é de Christa Pongratz-Lippitt, publicada na revista católica britânica The Tablet, 17-09-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
"Ao abusar da sua legitimação parlamentar, os políticos cristãos até se arrogaram o direito de instruir a hierarquia", disse o cardeal Cordes em uma visita a Berlim na semana passada.
No entanto, ele estava confiante de que a visita do papa seria um sucesso. As visitas papais a Israel, França e Grã-Bretanha mostraram que, depois dos duros protestos iniciais, o humor se voltou a favor do papa, disse o cardeal Cordes.
O papa deve chegar em Berlim na quinta-feira, onde ele irá se encontrar com o presidente alemão, Christian Wulff, e a chanceler Angela Merkel. Ele irá se dirigir ao parlamento alemão, o Bundestag, à tarde e, à noite, celebrará a missa no Estádio Olímpico. Na sexta-feira, ele viajará para a diocese de Erfurt, no leste da Alemanha, onde ele vai participar de celebrações e discussões ecumênicas. No sábado, ele vai viajar para Friburgo e, à noite, presidirá uma vigília de oração para os jovens.
Na manhã seguinte, ele vai celebrar a missa no aeroporto de Friburgo. Ele voltará para Roma nessa mesma noite.
Sua visita ocorre em um momento em que a Igreja alemã ainda está se recuperando das revelações de abusos sexuais sacerdotais e está dividida sobre as reformas propostas sobre o celibato sacerdotal e outras questões.
No entanto, Dom Joachim Wanke, bispo de Erfurt, em cuja diocese o papa se reunirá com líderes e teólogos protestantes no Augustinerkloster, disse que a visita do papa à Alemanha seria "a visita papal do século".
O papa será presenteado com uma janela muito especial quando ele chegar ao Estádio Olímpico para celebrar a missa. A chamada Plötzendorfer Diptychon, da artista berlinense Diana Obinja, foi feita a partir de uma janela original da notória prisão Plötzensee de Berlim, onde 2.891 pessoas – incluindo os membros do Círculo de Kreisau, que esteve envolvido na conspiração de 1944 para matar Adolf Hitler – foram degoladas ou enforcados entre 1933 e 1945.
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"Clima cismático" aguarda o papa na Alemanha, diz cardeal - Instituto Humanitas Unisinos - IHU