Vice-premier irlandês rejeita considerações do Vaticano sobre os casos de abuso

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09 Setembro 2011

O Vice-premier e Ministro de Justiça irlandês acusou hoje o Vaticano de ter falhado após haver rejeitado as acusações de haver obstaculizado uma inquirição do Estado sobre os casos de abuso cometidos pelo clero.

A reportagem é do sítio The Irish Times, 05-09-2011. A tradução é de Benno Dischinger.

Falando durante uma reunião do partido trabalhista em Co Carlow, Eamon Gilmore declarou que o verdadeiro problema é constituído pela Igreja católica que não teve um comportamento eficaz em confronto com os padres pedófilos.

Quanto à solicitação do premier, Enda Kenny, de explicar porque teria acusado o Vaticano de interferir nas indagações, tanto agora como não mais tarde do que há três anos, Gilmore recusou estar voltando atrás. "Penso que provavelmente falta o ponto-chave da situação", disse ele.

"Aconteceram os mais horríveis crimes de natureza sexual perpetrados por eclesiásticos com menores... A Igreja católica não fez quanto teria devido ao tratar deste problema. Não devemos desligar-nos. Não percamos de vista o objeto da discussão, nem deveríamos diminuir o que foi cometido. O Primeiro Ministro e o Governo permanecem nas posições que expressaram", disse o Ministro dos Negócios Exteriores.

O governo tem na ordem do dia, por ocasião da reunião dos ministros desta semana, a discussão da resposta do Vaticano ao relatório Cloyne, e ainda não há nenhuma indicação que se recue em relação ás críticas movidas em relação à Santa Sé. Um porta-voz disse ontem à tarde que o Governo pretende tomar tempo para examinar o documento do Vaticano e para elaborar uma resposta detalhada.

Numa resposta de 25 páginas às conclusões do Relatório Cloyne, o Vaticano rejeitou, sábado passado, as acusações de interferência sobre a investigação Cloyne ou quando se tratou de proceder à atuação das linhas-guia para a proteção dos menores no Estado da Irlanda.

O Vaticano também descreveu como acusações "infundadas" aquelas do Primeiro Ministro que aos 20 de julho, na reunião do Dáil (do Parlamento irlandês, ndr.) havia afirmado como se o Vaticano tivesse tentado obstaculizar uma investigação de abuso "há não mais de três anos".

O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, disse que o Premier ainda espera uma "explicação que entre no mérito", e espera que a resposta do Vaticano "não seja somente ocasião para acrescentar polêmicas".

Todavia, Gilmore disse hoje: "Quando o Primeiro Ministro falou no Dáil, falava em nome do governo e estava falando, pelo menos assim creio, em nome de todo o povo deste país".

"O abuso com menores não é aceitável. O abuso com crianças é intolerável".

Ontem, o arcebispo Martin havia definido como "um pouquinho injusta" a descrição de Gilmore referente à resposta do Vaticano descrita como "muito técnica e jurídica".