06 Setembro 2011
A Igreja Católica, em muitos pontos, está em contraste com o desenvolvimento da sociedade. Casamento homossexual, celibato: são pontos de atrito presentes há vários anos. Além disso, a confiança nas instituições tem sido gravemente prejudicada depois do escândalo dos abusos em 2010. No ano passado, cerca de 180 mil pessoas abandonaram essa comunidade de fé.
A reportagem é da revista alemã Der Spiegel, 31-08-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Agora parece que a Igreja está se movendo um pouco – pelo menos em um ponto. O presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Robert Zollitsch, de Friburgo, acredita que pode haver reformas na relação com os divorciados em segunda união. Segundo as regras atualmente em vigor, essas pessoas estão excluídas da Eucaristia. Trata-se de ajudar pessoas "cujas vidas evoluiu de forma infeliz em muitas coisas", disse Zollitsch à revista Die Zeit. Entre elas, pode-se também incluir um casamento fracassado.
"Eu acredito que, na questão dos divorciados de segunda união, iremos em frente – enquanto eu ainda estiver vivo", afirmou Zollitsch, dizendo que se trata de uma questão de misericórdia. Ele deu o exemplo do presidente federal católico, Christian Wulff, que voltou a casar depois de um divórcio. "Para mim, ele é um católico que vive a sua fé e sofreu por causa da situação que foi criada".
Zollitsch manifestou, nessa ocasião, um certo descontentamento com o ritmo muito lento das mudanças na Igreja: "Eu também corro o risco, às vezes, de me cansar e me pergunto por que as coisas não progridem de forma mais rápida". Por outro lado, em Roma, também há ambientes que "imediatamente sentem um cheiro de afastamento da fé quando nós, na Alemanha, discutimos algo também em contraposição". Diante da profunda crise em que a Igreja recaiu depois do escândalo dos abusos, a Conferência Episcopal iniciou um processo de diálogo sobre as reformas.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
"A Igreja Católica será misericordiosa com os casais de segunda união", afirma bispo alemão - Instituto Humanitas Unisinos - IHU