Estudantes chilenos recusam negociação

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05 Agosto 2011

Os estudantes chilenos rechaçaram ontem proposta do presidente Sebastián Piñera para tentar pôr fim à onda de protestos em prol de uma reforma da educação, que estourou no país há três meses.

A informação é de Lucas Ferraz e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 06-08-2011.

Em decisão unânime, o movimento estudantil afirmou que o documento apresentado pelo Ministério da Educação nesta semana é "ideológico" e, em vez de fortalecer a educação pública, "pretende privatizá-la".

O rechaço ocorre um dia depois do maior conflito desde o início da "primavera chilena", em maio, quando estudantes saíram às ruas e ocuparam colégios e universidades em todo o país.

Os confrontos de anteontem resultaram em 874 detenções, 90 policiais feridos e na invasão temporária de uma emissora de TV.

Os estudantes anunciaram novos protestos nos próximos dias e deram prazo de seis dias para Piñera apresentar uma nova proposta.

Para tentar pôr fim à crise, o governo elaborou um documento que lista 21 medidas para tentar reformar o sistema de educação. Entre elas, mais verba para o ensino, mais bolsas de estudo e o comprometimento de considerar a educação uma garantia constitucional, como pedem os estudantes.

Mas a liderança do movimento estudantil considerou o documento insuficiente para acabar com o endividamento dos alunos com o ensino superior e - ponto mais importante - não torna a educação pública gratuita.

O último ponto é uma das principais demandas dos estudantes chilenos. Desde os anos 70, durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-90), o papel do Estado foi esvaziado na educação.

Cursar uma disciplina na Universidade do Chile pode custar cerca de US$ 8.000 por ano. Cerca de 40% dos estudantes chilenos deixam a universidade endividados.

O presidente Piñera, pressionado pelos distúrbios e com popularidade em baixa, pediu ontem no Twitter que seja firmado logo um acordo.