O pacote para incentivar a inovação e melhorar a competitividade da indústria brasileira pode acabar se transformando num conjunto de medidas para preservar o emprego e o ritmo de crescimento da economia. Ao estender por mais um ano medidas que foram lançadas no auge da crise internacional, o governo acaba reforçando o caráter de preservação da atividade industrial e manutenção de empregos, grandes preocupações no fim de 2008.
O comentário é de
Iuri Dantas, jornalista, e publicado pelo jornal
O Estado de S.Paulo, 04-08-2011.
A extensão até o fim do próximo ano de linhas de financiamento do
BNDES e a redução do
IPI sobre bens de capital são exemplos de medidas lançadas para ajudar a economia a não entrar em recessão, há três anos. Agora, as mesmas medidas fazem parte do rol de ações para dar "fôlego para a indústria nacional competir em melhores condições com a avalanche de manufaturados que chegam e chegarão ao Brasil", nas palavras da própria presidente
Dilma Rousseff.
A fatia de inovação do pacote acabou sendo bem menor do que se falava nos bastidores. A liberação de R$ 2 bilhões para a
Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) foi o movimento mais significativo do plano
Brasil Maior nesse sentido. E por isso mesmo não há como negar a timidez do governo em enfrentar o tema.
Apesar de não resolver os problemas efetivos de competitividade da indústria, os empresários reconheceram que pelo menos alguma coisa foi feita para dar um mínimo de proteção ao setor.
Dilma consegue, assim, não desagradar à plateia e, ao mesmo tempo, evitar o que mais lhe perturba: postos de trabalho fechados por causa de uma desaceleração abrupta do País.
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Essência do pacote é preservar empregos e manter crescimento - Instituto Humanitas Unisinos - IHU