28 Junho 2011
Um amplo setor da comunidade cristã de Guipúzcoa se "aborreceu e surpreendeu" nesta segunda-feira ao tomar conhecimento que a Conferência Episcopal da Espanha voltou a carregar contra um novo livro do ex-vigário José Antonio Pagola. Não entendem por que o segundo volume sobre os Evangelhos, intitulado O caminho aberto por Jesus. Marcos, não recebeu o Nihil obstat (nada consta) ou a autorização necessária para ser publicado, porque, como explicam, "não são conteúdos novos, nem entram em contradição com a Igreja".
A reportagem é de Elena Arrazola e está publicada no jornal espanhol Deia, 28-06-2011. A tradução é do Cepat.
Segundo informam, este livro reúne comentários evangélicos dominicais que Pagola publicou "não apenas em diversos meios, mas também em livros da editora diocesana Idatz de San Sebastián". Por isso, não conseguem compreender o posicionamento da Conferência Episcopal da Espanha, a quem advertem que "não descartam tomar ações para defender o autor", como fizeram agora.
Não em vão, cabe recordar que não passaram nem dois meses desde que mais de 2.700 cristãos de Guipúzcoa denunciaram a "gravíssima situação" produzida pelo processo aberto contra outro livro de Pagola, Jesus. Aproximação histórica. A nona edição daquela publicação foi retirada das livrarias sob o argumento de que havia que determinar "se se ajustava à doutrina da Igreja".
Contudo, as fontes consultadas consideram que a verdadeira razão, assim como neste novo episódio, é que os setores mais conservadores da Igreja rechaçam a necessidade de renovar a Igreja proposta por Pagola, "que propõe formar as pessoas em uma liberdade de consciência, em vez de dar uma instrução catequética não tão livre".
De fato, o argumento esgrimido pela Conferência Episcopal para não conceder a autorização ao livro O caminho aberto por Jesus. Marcos é que contém "ambiguidades e ensinamentos contrários ao magistério da Igreja".
Os teólogos e religiosos perguntados pelo jornal rechaçam completamente estas acusações e enfatizam que Pagola é um "fantástico" divulgador do Evangelho que, afirmam, "é seguido por milhares e milhares de pessoas".
Enfatizam que uma das virtudes do ex-vigário é que tem "uma capacidade incrível para divulgar o Evangelho de maneira ordenada e moderna, relacionando-o com a vida atual". E não estão dispostas a perder isso. Por isso, esperam que a editora Publicaciones Populares Cristianas (PPC) consiga publicar o último livro de Pagola, dando sequência à primeira parte, publicada em novembro de 2010.
"O primeiro volume conta com o Nihil obstat, de modo que o segundo também poderia ser publicado", indicam para afirmar que, caso a editora dos Irmãos Marianistas não publicar o livro, "se buscará outro modo de divulgação".
Os defensores de Pagola esperarão conhecer a marcha dos acontecimentos antes de tomar decisões, mas anunciam que "não se descarta empreender ações".
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Os cristãos bascos exigem a publicação do novo livro de Pagola - Instituto Humanitas Unisinos - IHU