Parque La Alameda, Quito, Equador. Hoje [13 de junho] se completam 21 dias de jejum de dom Gonzalo López Marañón, bispo emérito de Sucumbíos.

A reportagem está publicada no blog da Igreja de Sucumbíos, Isamis, 13-06-2011. A tradução é do Cepat.

O bispo emérito, de 77 anos, está há 21 dias sem ingerir alimentos sólidos. A água com mel e chocolate e a geleia real mantêm sua energia e sinais vitais estáveis.

O fim de semana, no entanto, deixou dom Gonzalo exausto. As atividades do sábado e do domingo, somadas ao frio das noites de Quito, provocaram uma queda de sua pressão arterial. No sábado participou de uma vídeo-conferência com Sucumbíos durante uma hora e no domingo de Pentecostes atendeu a todos que chegavam, inclusive à noite.

As emoções também afetam a sua saúde. Durante a missa de domingo passado, um grupo de trabalhadores da Rádio Sucumbíos relatou a defesa que fizeram da emissora durante a invasão realizada por um grupo de Arautos do Evangelho no dia 16 de maio passado.

"Tivemos que agir para defender a Rádio", disseram, em clara alusão às ações que realizaram para tirar os Arautos da emissora; para rechaçar a demissão que nesse mesmo momento os novos administradores lhes apresentavam; ou para realizar telefonemas a familiares e população pedindo apoio para proteger a emissora.

A Rádio Sucumbíos é um projeto de comunicação popular que nasceu há 19 anos como parte da Igreja de San Miguel de Sucumbíos. As organizações sócias são seu fundamento e sua razão de ser. A tentativa de demissão em massa dos trabalhadores e de interceptar as transmissões ultrapassou as vias legais de atuação da administração dos Arautos do Vicariato.

A própria governadora da província, Nancy Morocho, permaneceu na noite de 16 de maio nas instalações da emissora para evitar uma nova irrupção nos estúdios centrais da rádio, apoiando com este gesto as e os trabalhadores.

Esta semana é crucial para o processo de reconciliação que timidamente se iniciou em Sucumbíos. As iniciativas para que a população sente e dialogue devem acontecer nos próximos dias, assim como as conversações dos diferentes setores da Igreja e da sociedade com o delegado pontifício.

Cerca de 40 pessoas de Sucumbíos tem algum tipo de denúncia ou demanda, algumas mais graves que outras; 40 pessoas agredidas, difamadas, machucadas; crimes como terrorismo organizado ou agressões físicas; 40 cidadãos e cidadãs que, em apenas um mês, foram vítimas da tensão social ocasionada durante os seis meses de administração dos Arautos.

No total, quatro denúncias acumuladas na Fiscalia, todas sob a Indagação Prévia número 68, isto é, sob investigação para determinar se os casos constituem crime ou não. Este é um aspecto importante que qualquer medida de reconciliação e diálogo entre as pessoas deveria tomar em conta no futuro imediato.