10 Mai 2011
Enquetes divulgadas nesta semana revelam um crescimento da candidata Keiko Fujimori (Força 2011) em relação ao postulante Ollanta Hulama (Ganha Peru). Os dois disputam a preferência do voto dos eleitores peruanos no segundo turno da eleição presidencial, marcada para acontecer no dia 5 de junho. Organizações sociais prosseguem com mobilizações de rechaço a Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000).
A reportagem é de Karol Assunção e publicada pela Adital, 10-05-2011.
As recentes pesquisas de opinião mostram uma diminuição da vantagem de Ollanta Humala – até então favorito nas intenções de voto – em relação a Keiko Fujimori. De acordo com informações de agências, algumas pesquisas mostram os dois postulantes quase empatados. Em Datum, por exemplo, Humala aparece com 40% das intenções de voto contra 39,1% para Fujimori. Diferença pequena também foi observada pela enquete da Universidade Católica, em que o candidato de Ganha Peru surge com 40,7% contra 40,5% da postulante de Força 2011.
Já pesquisa divulgada no último domingo (8) por Ipsos-Apoyo mostra Keiko Fujimori dois pontos à frente de Ollanta Humala. Enquanto a filha do ex-presidente apresenta 41% das intenções de voto, Humala possui 39%. De acordo com Alfredo Torres, diretor do instituto de pesquisa, boa parte das intenções de voto para Keiko é de pessoas que antes estavam indecisas ou afirmavam que votariam em branco ou nulo.
Entretanto, Torres alerta que a vantagem entre os dois candidatos ainda é pequena, existindo um empate técnico. "Nem Humala nem Fujimori despertam especial otimismo sobre o futuro do país. Em ambos os casos, quem crê que o país ou os entrevistados estarão melhores no futuro é menos de um terço do eleitorado", observa.
Destaque também para a campanha midiática promovida contra Humala. No mês passado, o diretor do Diário La Primera, César Levano, denunciou a intenção da mídia peruana de prejudicar o adversário de Fujimori. "Tratam de lançar mentiras após outra. Primeiro, disseram que queria apoderar-se dos fundos de pensões. Humala desmentiu de forma categórica. Agora sai outra campanha no mesmo sentido, mas com os fundos do Seguro Social. Isso é absurdo, torpe e ridículo", afirmou à Telesur.
Mobilizações
Organizações e movimentos contrários à eleição de Keiko Fujimori continuam com mobilizações de rechaço à candidata. Hoje (10), uma coletiva de imprensa com a Coordenadora Nacional de Direitos Humanos (CNDH) do Peru marca o início da campanha "Fujimori Nunca Mais". Durante quatro semanas, jovens, estudantes, artistas e vítimas das violações aos direitos humanos lembrarão a sociedade peruana dos crimes e das corrupções ocorridas durante o governo de Alberto Fujimori, pai de Keiko.
Essa não é a primeira ação contra a família Fujimori durante o segundo turno do período eleitoral peruano. No dia 27 passado, o coletivo "Mulheres Dignidade: Não a Keiko" realizaram uma caminhada denunciando os delitos ocorridos no mandato de Alberto Fujimori. Recentemente, foi a vez de intelectuais e artistas divulgarem um pronunciamento contra a política fujimorista.
"Os donos do poder econômico, dos meios de comunicação e do sistema eleitoral já estão fazendo as manobras necessárias para favorecer a eleição, no segundo turno, de Keiko Sofía Fujimori, filha do ex-ditador que atualmente se encontra na prisão. A hipotética eleição da candidata fujimorista significaria um desastre para a democracia peruana, uma regressão aos métodos ditatoriais do passado e a legitimação de toda a legislação antitrabalhista e antipopular que os governos seguintes herdaram do regime de fato", apresentam.
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Pesquisas de opinião mostram avanço de Keiko Fujimori nas intenções de voto - Instituto Humanitas Unisinos - IHU