11 Abril 2011
O consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR) reiniciou ontem a construção da Hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira, a 120 quilômetros de Porto Velho. As atividades estavam paralisadas desde o último dia 15, quando alojamentos e ônibus foram incendiados durante uma briga de trabalhadores. Diretores do consórcio avisaram que serão demitidos 6 mil dos 25 mil funcionários que trabalharam nas primeiras fases da obra.
A reportagem é de Nilton Salina e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 12-04-2011.
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, esteve no canteiro de obras de Jirau na manhã de ontem, verificando a situação dos funcionários. Ele pediu à diretoria do consórcio que não dispense trabalhadores que moram em Porto Velho, porque iria causar um problema social na cidade.
Assim, a ESBR deverá demitir parte dos que voltaram aos seus Estados de origem após a revolta na Usina, ocorrida entre os últimos dias 15 e 17.
"As usinas de Jirau e Santo Antônio, no rio Madeira, são fundamentais para o Brasil porque o País precisa de energia elétrica, mas é preciso assegurar os empregos para quem mora em Rondônia. Eu não sou deste Estado, mas entendo que é necessário manter os postos de trabalho de quem já é daqui", disse o ministro. Ele havia sido alertado para o impacto social que as demissões podem causar em Porto Velho assim que desembarcou na Base Aérea de Porto Velho, às 9h30 de ontem, antes de seguir de helicóptero para Jirau.
O presidente da Assembleia Legislativa de Rondônia, deputado Valter Araújo (PTB) disse que as autoridades precisam fiscalizar as demissões em conjunto com a Superintendência Regional do Trabalho. Ele lembrou que há um compromisso firmado pelo governo do Estado com os consórcios que constroem as usinas de Santo Antônio e Jirau para que pelo menos 70% do quadro de funcionários seja formado por pessoas que moram em Rondônia. Segundo Araújo, no caso de Jirau isso não acontece.
Quando as usinas forem concluídas, em março de 2012, Santo Antônio terá capacidade para gerar 3.150 megaWatts de energia, enquanto Jirau poderá gerar até 3.450 megaWatts.
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Jirau. "É necessário manter os postos de trabalho de quem já é daqui", afirma ministro - Instituto Humanitas Unisinos - IHU