13 Março 2011
Na visão da maioria dos palestrantes do recente Congresso Mundial de Mobilidade de Barcelona, a comunicação móvel está ingressando na década dos tablets. Como parece óbvio, a demanda por novos conteúdos da internet vai crescer de forma explosiva e assustadora. Até há poucos anos, a internet nos oferecia um conteúdo formado, em sua maioria, por textos e dados e em volume relativamente pequeno.
A reportagem é de Ethevaldo Siqueira e publicada pelo jornal O Estado de S.Paulo, 13-03-2011.
Imagine, leitor, que hoje, a cada minuto são postadas 36 horas de vídeo, apenas no YouTube. Essa tendência começou com o download crescente de música, vídeo e de imagens em geral.
Num futuro próximo, tudo tende a mudar radicalmente. Além disso, ao longo da última década, o número de novos dispositivos tem sido ampliado largamente, com os laptops e netbooks com seus modems 3G, iPods, tablets e iPads.
Alta velocidade
Mesmo no Brasil, num horizonte de apenas cinco anos, estima-se que mais de 50 milhões de cidadãos estarão ingressando na era da mobilidade 3.0, com utilização crescente de seus smartphones e tablets. E a demanda de alta velocidade por volta de 2016 será, no mínimo, da ordem de 10 vezes maior do que a atual. Nenhum usuário aceitará velocidades menores de 30 ou 40 megabits por segundo (Mbps). Eis aí o grande desafio.
A previsões de aumento de tráfego e demanda são assustadoras, ao longo desta década. Por volta de 2016, com o ritmo acelerado de expansão da banda larga em alguns países desenvolvidos, a demanda de banda larga talvez seja de 15 a 20 vezes maior do que a atual. E o mais surpreendente (ou aterrador) é que, em 2020, a demanda mundial poderá alcançar um patamar 50 vezes maior do que a atual.
Terceira revolução
Na verdade, a mobilidade 3.0 corresponde a uma terceira revolução na comunicação pessoal em todo o mundo (depois do celular 3G), deflagrada em especial por tablets e leitores eletrônicos (e-readers), que deverão ser utilizados por mais de 1 bilhão de usuários em todo o mundo em 2020, seja na recepção de TV móvel, de filmes, shows, videoconferências, comércio móvel (e-comm), transmissões esportivas ao vivo ou gravadas, download de música, de videogames, para a leitura de jornais, revistas e livros, além de todas as funções proporcionadas pelos smartphones.
Os visionários e estudiosos do futuro nessa área não têm dúvida: os tablets ampliarão em muito as funções dos smartphones. Centenas de milhões desses dispositivos oferecerão uma multiplicidade impressionante de serviços, com as funções cartões de crédito virtuais, prontuários médicos, carteiras eletrônicas, terminais de mobile-banking, de biblioteca virtual, de servidor portátil de todos os conteúdos que nos possam interessar, a qualquer momento, em qualquer lugar.
Tudo o que vemos até aqui, entretanto, não passa de uma minúscula ponta do iceberg, pois o número desses novos dispositivos tende a multiplicar-se de forma explosiva nos próximos dez anos, especialmente se contemplarmos o da comunicação máquina-máquina.
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