31 Mai 2016
Ressurieção do filho da viúva de Naim. |
Em seguida, Jesus foi para uma cidade chamada Naim. Com ele iam os discípulos e uma grande multidão. Quando chegou à porta da cidade, eis que levavam um defunto para enterrar; era filho único, e sua mãe era viúva. Grande multidão da cidade ia com ela. Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela, e lhe disse: “Não chore!”. Depois se aproximou, tocou no caixão, e os que o carregavam pararam.
Então Jesus disse: “Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!” O morto sentou-se, e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos ficaram com muito medo, e glorificavam a Deus, dizendo: “Um grande profeta apareceu entre nós, e Deus veio visitar o seu povo.” E a notícia do fato se espalhou pela Judéia inteira, e por toda a redondeza.
(Correspondente ao 10º Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico).
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Locutora: Luana Taís Nyland
Impressiona na perícope de hoje a pessoa de Jesus.
É característico de Lucas apresentar Jesus caminhando, ele é o companheiro em nossa peregrinação terrestre, é um Jesus amigo, vai sempre conosco.
Outro aspecto do Jesus que nos apresenta Lucas é a sua proximidade com o povo, especialmente com os pobres, doentes e marginalizados.
Em Jesus, Deus se faz próximo e nessa cercania revela-se como um Deus compassivo, um Deus que nos quer vivos!
Jesus fica comovido diante da dor das pessoas. Ele não pode ficar indiferente...não fica indiferente diante da dor das pessoas. O Deus que Jesus nos mostra é um Deus que sente e mais ainda sofre com seus filhos/as.
Jesus caminha com seus amigos/as e, entrando na cidade, vê a peregrinação que leva o jovem defunto, mas ele se detém na mãe viúva que chora a perda do filho único.
Esta mulher representa os pobres, além de ser mulher, ela é viuva e seu filho único acaba de morrer. Ao ser viúva e perdendo seu único filho, ela fica totalmente desprotegida, na solidão total.
Quantas mulheres encontramos hoje em dia chorando em situações similares, mulheres que perderam seus filhos na guerra ou foram atingidos mortalmente por uma bala perdida. Mulheres abandonadas por seus companheiros que têm de lutar para sobreviver com seus filhos. Mulheres que, por seu sexo o etnia, são discriminadas...
O evangelho nos diz que "Ao vê-la, o Senhor teve compaixão dela, e lhe disse: «Não chore!».
E nós? O que fazemos diante das situações que vemos diariamente? Chegamos a comover-nos ou já estamos acostumados com elas, já que fazem parte do "jornal diário"?
A compaixão de Jesus é um movimento de amor a essa mulher, levando-o a aproximar-se mais dela e a buscar aliviar sua dor.
A compaixão é o motor que põe em movimento o amor, a misericórdia divina. O Deus cristão é um deus que se deixa tocar pelas realidades humanas, porque está no meio delas, não é um deus distante, é um deus conosco, o Emmanuel!!
Vejamos agora como o evangelista nos narra como Jesus se "debruça" nesta realidade.
O que chama a atenção em primeiro lugar é que Jesus não continua seu caminho, detém-se para atender a dor desta mulher, toda sua atenção está nela, a quem dirige sua palavra que parece uma ordem: "Não chore!".
Ele quer que a mulher saia de sua dor e olhe para ele, há esperança, a morte não é a última palavra! Ao pedir-lhe que olhe para ele Jesus quer lhe comunicar seu terno amor mais forte mesmo que morte.
Como sempre, as palavras de Jesus vão acompanhadas de gestos concretos. Nesta perícope, depois de falar à mulher, Jesus "se aproximou, tocou no caixão" e a procissão fúnebre parou.
Detenhamo-nos neste momento. Não é um detalhe. Quem gosta de se aproximar da morte, de senti-la, tocá-la?.
Na cultura de hoje onde todo o sofrimento é escondido e silenciado.Para isso temos que ser sensíveis e deixar que as perguntas que brotam de essa dor mudem nossa vida. Lembremos as palavras do Papa Francisco diante dos prantos da menina de 12 anos em Filipinas: Papa Francisco: “Se não aprendemos a chorar, não somos bons cristãos”
Mas a realidade grita, e nosso Mestre nos revela que ele não tem medo de entrar nela, de se fazer solidário com o sofrimento de todos os seres humanos. A cruz é a manifestação máxima dessa solidariedade. Como nos sugere Gravel somos convidados a procurar uma maior justiça através da bondade.
Só assim vai poder comunicar a palavra que dá vida: "Jovem, eu lhe ordeno, levante-se!". E para assombro de todos os presentes, "o morto sentou-se, e começou a falar".
Este é o movimento que todo/a discípulo/a - missionário/a de Jesus Cristo deve viver, seguidor/a dos passos do Mestre, colocar-se no caminho do serviço ao Reino, deixando-se comover pela realidade e nela oferecer. Como lembra o Papa Francisco ""O caminho do Senhor é o Seu serviço: assim como Ele fez o Seu serviço, nós devemos ir atrás dele, o caminho do serviço".
Peçamos ao Senhor que o participar da Mesa da Eucaristia nos faça cada vez mais instrumentos de ressurreição para nosso povo.
Senhor da Justa Proximidade
Qualquer segundo é uma porta
para entrar em teu tempo.
Todo centímetro é uma terra
que leva teu rastro.
Cada cor e cada aroma
me fazem sentir tua fantasia
jogando para o infinito.
Em cada olhar aparece
a intimidade de teu mistério.
Todo golpe de foice
cai sobre a terra
com certeza de colheita.
Cada canto verdadeiro
traz até meu coração
o rumor da festa
que já começou eterna
ao final de meu caminho
Senhor, não podes perder-te
em uma clandestinidade absoluta:
eu morreria em tua ausência.
Não podes revelar-te em toda tua grandeza:
eu ficaria absorvido
no resplendor de tua glória.
Tu és o Senhor da justa proximidade
do sacramento necessário
que nos permite irmos fazendo-nos
sem tanto frio e noite
que nosso barro fique cru,
nem tanto sol e meio dia
que teu fogo nos calcine.
Benjamin González Buelta
Salmos para sentir e saborear as coisas de Deus
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Evangelho Lucas 7,11-17 - Instituto Humanitas Unisinos - IHU