Não desistam das respostas ao HIV, pede arcebispo anglicano

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26 Julho 2024

Num mundo onde 40 milhões de pessoas vivem com o HIV e novas infecções aparecem bem acima da meta prevista, ainda é possível acabar com a Aids como uma ameaça à saúde pública até 2030. É o que enfatizou o relatório da UNAIDS, “A Urgência Agora: A Aids numa Encruzilhada”, apresentado na segunda-feira, 22, em Munique.

A reportagem é de Edelberto Behs.

Mas o relatório também apontou deficiências. Quase um quarto das pessoas vivendo com o HIV – 9,3 milhões de pessoas – não recebem o tratamento adequado para salvar vidas. Isso significa que a cada minuto morre uma pessoa no mundo de causas relacionadas com a Aids.

‌A diretora executiva do UNAIDS, Winnie Byanyima, informou que as demandas de recursos pela crise política, mudanças climáticas e guerras abrem uma lacuna de 9,6 bilhões (cerca de 48 bilhões de reais) no orçamento do HIV. Fechar esse rombo significa acabar com custos contínuos de longo prazo no combate à Aids.

‌Com presença virtual no lançamento do relatório, o arcebispo da Igreja Anglicana da África do Sul, Dr. Thabo Makgoba, disse que a resposta ao HIV está numa encruzilhada e indicou cinco ações urgentes para o momento. A primeira delas: “Não cortem a ajuda; aumentem a ajuda!” – destacando que o trabalho de combate ao HIV é uma história de sucesso que precisa continuar.

‌“Compartilhem medicamentos”, foi outro pedido do arcebispo, denunciando o apartheid no acesso a remédios, o que faz parecer que as vidas do Sul global são menos valiosas. “Abandonem a dívida”, que está sufocando os países desse lado do mundo, assim que não têm o dinheiro necessário para a saúde e a educação.

‌As outras duas recomendações versaram sobre apoio às comunidades, porque elas sabem mais, e a rejeição ao ódio e escolha do amor, o que significa lidar com “corações odiosos”, também dentro das igrejas.

‌Para o diretor da Comissão das Igrejas sobre Saúde e Cura do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), Dr. Majoj Kurian, “este não é momento de perder o foco”, admitindo que o que “fazemos não é suficiente” e que é preciso “desafiar ainda mais a injustiça da epidemia do HIV, incluindo aquelas que tornam os jovens vulneráveis”.

‌Está em andamento em Munique, Alemanha, de 22 a 26 de julho, a Conferência Internacional sobre Aids. Líderes e atores religiosos, organizações eclesiais reuniram-se numa pré-conferência de dois dias sob o tema “Sustentando a Esperança para Todos – até 203 e Além”.

‌Neste encontro, o diretor de Testemunho Público e Diaconia do CMI, pastor Dr. Kenneth Mtata, frisou que a resposta ao HIV baseado na fé deve se estender além dos atores religiosos para incluir a ciência, agências internacionais, médicos, entidades governamentais e políticas. A fé, disse, precisa vir acompanhada de ações.

‌A pastora Dra. Sandle Bailey-Gwinn, da Fundação para a Vida, dos Estados Unidos, lembrou que o trabalho de combate ao HIV das comunidades religiosas não é apenas um programa, mas um ministério. Ela destacou a necessidade de autocuidado físico, mental, emocional e espiritual das pessoas que fazem esse trabalho. “Vocês têm que cuidar de mim antes que eu possa cuidar de vocês”, afirmou.

‌A vice-diretora executiva do Policy, Advocacy and Knowledge Branch do UNAIDS, Christine Stegling, ao dar as boas-vindas aos participantes, elogiou o trabalho das comunidades religiosas na resposta aos desafios do HIV. “Vocês estavam lá antes dos programas chegarem às comunidades e provavelmente estarão lá quando os programas saírem”, arrolou.

‌O encontro foi coordenado pela Plataforma de Saúde Inter-Religiosa da UNAIDS – Pepfar Faith Iniciative, com a colaboração da Caritas Internacional, CMI, Islamic Relief, Atlanta e St. Paulo University de Limuru, Quênia, entre outras dez organizações africanas e internacionais.

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