22 Fevereiro 2024
Um pouco da história da Santa Sé é contada por Dom Sergio Pagano, prefeito do Arquivo Apostólico do Vaticano (chamado até 2019 de Arquivo Secreto), na entrevista a seguir.
A entrevista é de Massimo Franco, publicada por la Lettura, 18-02-2024. A tradução é de Luisa Rabolini.
A luta contra o nazismo e, sobretudo, contra o comunismo concretizaram uma aliança ideológica e até moral entre o Vaticano e os Estados Unidos. Mas houve outros episódios que mostraram o poder estadunidense à Roma papal?
Poder econômico, acima de tudo.
Quer dizer investimentos, financiamento?
Se você quiser, vamos chamá-los assim. O episódio que representa um divisor de águas remonta ao fim da Primeira Guerra Mundial e à morte do Papa Bento XV; portanto, quando morreu o papa, em janeiro de 1922. Como costuma se fazer após a morte de todo pontífice, são inspecionados a biblioteca papal e os cômodos do apartamento do falecido. Também é aberto o cofre onde o Papa guarda os documentos mais confidenciais e pessoais e o controle do dinheiro à sua disposição. Bem, a surpresa foi que, aparentemente, o cardeal Camerlengo teve que constatar que o cofre estava vazio. Literalmente vazio.
Tudo havia sido roubado?
Pior, em certo sentido, porque o cofre havia sido esvaziado pelo próprio Bento XV, que mantinha a sua contabilidade e tinha recorrido às reservas também para suprir tanta beneficência e para atender os pedidos de alguns ambientes do Partido popular (...)
Quer dizer que o Vaticano nem sequer tinha dinheiro para eleger um sucessor?
É isso. Contudo, o Cardeal Pietro Gasparri, Secretário de Estado, já havia tomado as medidas necessárias. E em 20 de janeiro de 1922, dois dias antes da morte do Papa, enviou um telegrama a Monsenhor Giovanni Bonzano, delegado apostólico em Washington, ou melhor, enviou-lhe um telegrama ‘criptografado’. A ‘chave’ era um texto codificado composto por letras e números, utilizado nos casos em que se pretendia garantir a máxima confidencialidade, que só poderia ser ‘decifrado’ pelo próprio delegado apostólico ou pelo seu secretário. No seu telegrama, o Cardeal Gasparri pedia a Monsenhor Bonzano que enviasse por telégrafo, e, portanto, com urgência, tudo o que tinha nos seus cofres e acrescentava: ‘Por favor, peça a cada cardeal estadunidense que traga dinheiro para grandes despesas’. No dia seguinte, 21 de janeiro, Monsenhor Bonzano respondia a Gasparri, novamente em código, assegurando que havia seguido as instruções e enviado o restante do óbolo de 1921 e do primeiro trimestre de 1922, no valor de 210.400 dólares e 9 centavos: equivalente hoje a aproximadamente 3.610.000 dólares.
Em quantos dias chegaram os dólares?
Eram operações efetivadas por telégrafo. Então demorou o tempo necessário ao delegado para entender o sentido do telegrama, que obviamente parecia bastante atípico. Não por acaso, o Cardeal Gasparri dizia explicitamente: ‘Não fique alarmado com o que estou lhe dizendo, mas siga a orientação’. Porque era realmente um pedido incomum. E, além disso, nem se podia explicar a situação em detalhes em uma mensagem cifrada. Diante de uma ordem dessas, em sede vacante, o delegado podia ter algumas dúvidas, algumas perplexidades. ‘Por que estou sendo solicitado a adiantar dinheiro enquanto o Papa ainda não morreu?’
Uma iniciativa muito concreta e com objetivos bem definidos...
E muito rápida, porque no Vaticano era preciso ter aquele dinheiro no banco para poder pagar todas as despesas preparatórias e para a primeira fase do Conclave. Provavelmente não era todo o óbolo das Igrejas estadunidenses, mas uma parte daquele recolhido, de qualquer forma suficiente para a finalidade.
E como atuava a administração para as questões financeiras?
Penso que em nível externo se utilizava o Banco de Roma, mas também o Banco Comercial muitas vezes atuava como suporte para essas operações financeiras.
Você está dizendo que o Conclave de 1922 foi realizado graças àqueles 210.400 dólares e 9 centavos do óbolo adiantado pelos católicos estadunidenses.
Eu sei que isso pode parecer estranho, mas foi isso.
Mas se havia necessidade de correr com os financiamentos, como conseguiram chegar a Roma a tempo todos os cardeais?
E, de fato, alguns não conseguiram, até mesmo dos próprios Estados Unidos. E ficaram irritados. Não é por acaso que Pio XI, assim que foi eleito papa, fez com que o regulamento do Conclave fosse ligeiramente alterado, ampliando o intervalo que permitia aos cardeais chegar a Roma. O certo é que o episódio de 1922 mudou a atitude da Santa Sé em relação aos Estados Unidos. Em março de 1924, Pio XI realizou seu quarto consistório. Foram nomeados dois cardeais e eram dois estadunidenses: Hayes e Mundelein. Patrick Joseph Hayes era o arcebispo de Nova York, então poderia ficar por ser sede cardinalícia, mas George William Mundelein era quase uma novidade, porque era o arcebispo de Chicago.
É verdade que Pio XII era um leitor muito atento, quase obsessivo, da imprensa comunista e socialista?
É verdade. Recebia todos os jornais e as revistas, e os lia com muita atenção, especialmente ‘l'Unità’, órgão do PCI. Ele lia todas as páginas, até folheava os anúncios que ‘l'Unità’ publicava, para ver de que tipo eram. Ele tinha a curiosidade de descobrir quem estava financiando o jornal, quem estava interessado. Mesmo os parágrafos mais curtos e insignificantes não lhe escaparam. Se um artigo falava de um bonde que não chegava a um bairro porque o pároco insistia em não deslocar a escola dominical, ele o sublinhava. Os comícios de Palmiro Togliatti ou Giancarlo Pajetta: ele os acompanhava com atenção. E quando ‘l'Unità’ publicou a reportagem do comício da comunista Laura Diaz em Cortona, estourou um caso que causou clamor. A deputada falava de improviso e disse entre outras coisas: ‘Pio XII tem as mãos sujas de sangue’. Porque na sua opinião não tinha defendido os pobres na guerra; além de outras acusações. A frase foi anotada pelo Papa, que falou sobre isso com Montini em audiência. Temos a anotação. Ele perguntou: ‘Processar?’. Foi ouvida a opinião do advogado da Cidade do Vaticano, foi ouvido o escritório jurídico e Laura Diaz foi processada. Ela tentou voltar atrás, dizendo que a frase era apenas alusiva, figurativa, mas o papa não cedeu. Houve um processo, Diaz foi condenada e a Santa Sé indenizada.
Na sua opinião o Papa estava certo em processar?
Na minha opinião, sim. Gostaria de saber quem entre nós, estando no seu lugar, não reagiria ou ouvir de que tem sangue nas mãos: como se lhe tivessem dito que esteve ao lado dos fascistas durante a guerra.
Ele também lia com a mesma atenção os jornais da extrema direita?
Menos. Os da esquerda obviamente atraíam mais a sua atenção. Ele queria entender os adversários, a sua forma de atacar a Igreja. Enrico Berlinguer, na época no movimento juvenil comunista, era um observador especial. Nos encontros com outros jovens comunistas, disse que, em última análise, as ideias do movimento juvenil comunista não estavam muito distantes daquelas do movimento da Ação Católica. E isso encontrou uma reação imediata e adversa de Pio XII. Suas palavras foram estigmatizadas como perigosíssimas: quem passa para o outro lado não é mais católico. Foi naquela passagem, aliás um divisor de águas, que ele confiou a Andreotti a tarefa de explicar a amigos seus como Rodano e Ossicini que a sua posição devia ser esclarecida, que o Papa tinha dado indicações precisas: ou com a Igreja, ou com os comunistas, a mistura era proibida...
Como Pio XII via a Guerra Fria? Foi ele quem falou sobre os cossacos que davam água aos cavalos na Praça de São Pedro? Um artigo que William Bullitt escreveu na revista estadunidense “Life”, em 4 de setembro de 1944, nasceu também de uma longa conversa tida em Roma com Pio XII. E nesse artigo se falava sobre o perigo dos cossacos que davam água aos cavalos na Praça São Pedro e de metade da Europa sovietizada: em 1944!
Acho que a frase sobre os cossacos que davam água aos cavalos nas fontes da Praça São Pedro tenha sido dita pelo Papa, e ele a relatou: embora eu não possa jurar. A impressão é que a relação com os Estados Unidos se consolidou justamente naqueles anos. Você ressaltou que Pio XII tinha uma atitude ambivalente devido à influência dos protestantes, dos maçons, das seitas, que vieram para Roma naquele período de guerra junto com os estadunidenses. Mas, tanto em nível estratégico como financeiro, resulta que os laços com os EUA se tornaram mais estreitos. As relações começaram com Pio XI. Com Pio XII intensificaram-se. Papel crucial foi desempenhado pelo financista católico Bernardino Nogara, delegado na Administração Especial da Santa Sé, o instituto que antecedeu a criação do IOR. Primeiro Pio XI, depois Pio XII confiaram-lhe a realização das operações mais delicadas. Detalhe pouco conhecido, todos os investimentos da Santa Sé na França, Suíça e Reino Unido foram realizados utilizando o Banco Comercial Italiano, que era na época uma espécie de ‘banco do Vaticano’ e não aquele templo das finanças laicas, credenciado pela versão oficial.
Nogara operava a partir de Luxemburgo e da Suíça. E fez diversas viagens a Londres e aos EUA para transferir alguns investimentos estratégicos da Europa para os Estados Unidos. Em maio de 1940, em particular, Nogara foi a Londres acompanhado por Giovanni Fummi, representante do Banco Morgan na Itália. Ele recebeu ordens de Pio XII para transferir por navio para Nova York as reservas de ouro que o Vaticano havia depositado no Banco Morgan Grenfell. Nogara foi autorizado a levar 814 lingotes no valor de 3.743.123 libras para os EUA. As transferências aconteceram entre o final de maio e o início de junho. Os lingotes foram entregues ao J. P. Morgan em Nova York.
A notícia do arquivo da Missão do Vaticano na China trazido de volta a Roma em segredo por meio de uma viagem em um navio militar dos EUA que atracou em 1949 pela primeira vez em São Francisco é um caso único? Porque parece que mesmo recentemente chegaram ao Arquivo Segredo do Vaticano, em setembro de 2019, documentos vindos da China, precisamente de Hong Kong.
É verdade, embora no caso de Hong Kong se trate de um episódio anômalo. Geralmente, entre os nossos documentos existem papéis que datam de um passado muito mais distante e que remetem a uma história de arquivos perdidos ou salvos. Ali, porém, tratou-se de uma medida de prudência, por assim dizer, preventiva: uma exceção ao regulamento para os Arquivo das Representações pontifícias. No dia 8 de julho de 2019, o substituto da Secretaria de Estado do Vaticano, Monsenhor Edgar Peña Parra, havia escrito uma carta ao chefe da Missão Diplomática em Hong Kong, Monsenhor Javier Herrera Corona, que autorizava ‘a transferência para o Arquivo secreto do Vaticano do material desta missão de estudo, para o período de 1989 a 1997’.
E quando a notícia lhe foi comunicada?
Recebi um telefonema do chefe da Missão de Estudo do Vaticano em Hong Kong no dia 5 de setembro de 2019. Em 11 de setembro recebi uma carta dele, que protocolamos no Arquivo Secreto do Vaticano 17 de setembro seguinte, na qual se dizia: ‘Tenho o prazer de poder confirmar que o material de referência foi embalado e preparado para o envio a esse Escritório. Como Vossa Excelência poderá observar pela documentação anexa, a remessa consiste num total de dezessete caixas médias. Pelas razões expostas pessoalmente, o Arquivo que agora é enviado traz como remetente a nunciatura apostólica nas Filipinas.’... Essa é a mensagem do chefe da missão em Hong Kong. Depois que Monsenhor Peña Parra deu a autorização, fui informado que as caixas teriam partido em 11 de setembro. E em 10 de outubro de 2019, escrevi para a Missão de Hong Kong comunicando que os papéis haviam chegado, ‘organizados de acordo com o verso dos envelopes para a Missão de Monsenhor Gobel e de acordo com a lista de envio para a Missão de Monsenhor Filoni’. E de fato, as caixas de Manila foram entregues no início de outubro. Atualmente estão nos locais ‘reservados’ do Arquivo, porque ainda não podem ser consultados.
Um passo para trás. Quais eram as "razões expressas pessoalmente" que aconselhavam o envio da documentação para Manila e não diretamente para Roma? Por que essa decisão? Por que livrar-se dos papéis guardados no Arquivo da sua Missão em Hong Kong?
Uma pessoa que não posso nomear, porque me pediu para manter o anonimato por razões de segurança e proteção pessoal, uma pessoa da hierarquia católica presente no local, me informou que era necessário salvar esse Arquivo e fazê-lo chegar ao Vaticano o mais rápido possível, como no final aconteceu, explicando-me: ‘Por favor, considere, Excelência, que possivelmente nós sabemos onde iremos parar. Só não sabemos quando. Portanto, é bom que os documentos saiam daqui’.
O que ele queria dizer?
Que o resultado da pressão chinesa em Hong Kong, naquele momento, era dado como certo, inevitável, mesmo que ainda não estivesse claro quando se concretizaria. Havia muitos temores. E então, ele acrescentou, seria bom que todo o material conservado na nossa Missão de Estudo fosse expatriado. Haviam começado há pouco as manifestações de protesto em Hong Kong contra o regime de Pequim. E talvez já se temia que teria acabado mal. Eles viam as manobras chineses se aproximando.
É verdade que a cidade-estado foi totalmente englobada pela China continental, mas talvez nunca teriam entrado no edifício ocupado pela Santa Sé.
Temo, ao contrário, que nada nem ninguém os teria impedido. E por isso o chefe da missão, Monsenhor Javier Herrera Corona, teve razão em transferir tudo. Três anos depois prenderam até o cardeal Joseph Zen, com mais de noventa anos, porque o consideravam um inimigo da China que apoiava os protestos de Hong Kong.
Por que se decidiu enviar os documentos para Manila e não diretamente para Roma?
Essas triangulações são normais, na prática diplomática, quando se trata de documentos altamente confidenciais. Quando existiam perigos concretos ou se pretendia evitar a identificação de determinados documentos, desde o século XIX esses procedimentos eram utilizados. Foi decidido assim para que as autoridades chinesas não vissem que algumas caixas da Missão eram destinadas ao Vaticano, por prudência, o que era mais do que compreensível. Manila e as Filipinas foram consideradas o local de passagem mais seguro.
O que o senhor acha das mudanças de tom - alguns até dizem doutrinais - que ocorreram nos últimos anos, a atualização de orações como o “Pater noster”, essa escolha de se dirigir aos irmãos e às irmãs...
Você arromba uma porta já aberta. Estou, talvez, em boa companhia ou talvez em mínima companhia, pequena ou mais consistente não sei, mas estou completamente perplexo e contrário, tanto quanto vale a minha opinião, com essa forma de proceder. Porém, é o pensamento de alguém que conhece um pouco de história e que estuda, que pensa e vê os precedentes. Por exemplo: causou-me grande desgosto, deu-me uma amargura que fica, a mudança decidida pela Conferência Episcopal Italiana do Pai Nosso em italiano, que é um absurdo.
O que lhe desagradou? A mudança da formulação quando se diz, na oração, "Não nos deixes cair em tentação"?
Lamento pela forma como o Pai Nosso foi alterado e também os termos da mudança deliberada. Primeiro, a forma. Até ontem era uma norma sábia na Igreja, e esperamos que volte a sê-lo no futuro, que, quando se tratava de obstáculos ou dificuldades que podem ser encontrados em relação ao texto da Sagrada Escritura, tanto greco-latino como também nas línguas vernáculas, e que podem causar perplexidade entre os fiéis, que antes de mudar sempre fosse necessário explicar. Que o trecho do Pai Nosso ‘não nos deixes cair em tentação’, assim traduzido já nas primeiras versões em italiano (‘non ci indurre in tentazione’, alterado para ‘Non abbandonarci alla tentazione’, NT), e excelentemente traduzido do texto latino desde o século XVI, criasse algumas dificuldades ao senso comum dos fiéis que o rezam, é algo dado como certo.
Realmente considera como certo? Acredita que já há tempo existe e continua existindo um problema de interpretação daquela expressão?
Já o Cardeal Roberto Belarmino no seu Catecismo de 1597 relevava que havia dificuldades na compreensão daquela passagem. Mas ele teve o cuidado, e com ele Clemente VIII, de não o mudar. Ele começou a explicá-lo. Cito um trecho de uma recente reedição do Catecismo: ‘Não entendo bem aquelas palavras, não nos deixes cair em tentação; pois parece significar que Deus costuma levar os homens à tentação, e nós o suplicamos que não o faça. Levar à tentação, ou seja, tentar alguém ao mal, ou seja, fazer alguém cair em pecado, é próprio do demônio, e de forma alguma pertence a Deus, que odeia imensamente o pecado’. Mas segundo o modo de falar da Sagrada Escritura, quando se fala de Deus, levar à tentação nada mais significa do que não permitir que alguém seja tentado ou vencido pela tentação. Mais claro que isso. Tendo explicado o texto assim, não eram necessárias alterações, mesmo em italiano. A Igreja sempre teve uma veneração pela Sagrada Escritura, define-a como Palavra de Deus, e se é de Deus, como nós podemos mudá-la? Estudá-la, compreendê-la, mas não a mudar. Quem fez essa infeliz mudança, pelo menos na minha opinião e com o devido respeito, estudou as fontes? Percebeu a incoerência bíblica da mudança em relação com a passagem dos Evangelhos Sinópticos de Mateus, Marcos e Lucas? Acredito que se perdeu o sentido genuíno do texto latino: ‘O ouro é testado pela chama, para ver se é puro ou não; os homens, para ver se são probos, se são bons, devem ser testados pela tentação’. Mas a tentação não é quista por Deus para condenar, observa Belarmino, ou para causar dificuldades. É usada para verificar se você sabe ou não ficar de pé num terreno instável. Mas deixe-me fazer uma última consideração. Mesmo nos tempos de Galileu, quando o cientista chamava em causa várias passagens da Sagrada Escritura que lhe pareciam, como cientista e católico, agora opor-se ao novo sistema copernicano, e na verdade o eram, nem o Papa Urbano VIII, nem mesmo Belarmino, nem a Santa Sé ousaram tocar aquelas passagens que tinham um sentido literal anticientífico. O que se fez? Não mudar, mas explicar. Tendo tomado nota das razões de Galileu, os teólogos e os exegetas repensaram a doutrina da inspiração dos livros sagrados, para não tocar naquele texto estabelecido e sagrado. Os escritores estavam errados, não o Espírito Santo inspirador das Escrituras. Temos realmente certeza de que essa mudança nas palavras do Pater seja um progresso? De minha parte, continuo a rezar o Pater em latim, para poder desconsiderar essa feia mudança.
Desculpe-me, Monsenhor Pagano: se a CEI decidiu essa mudança lexical, pode-se acreditar que o Papa a aprovou, certo?
Acho que sim, acho que foi aprovada, sabe-se lá como foi justificada, motivada. Eu não sou ninguém, obviamente, mas repito que apenas expresso a minha opinião pessoal, porque é lícito expressar uma opinião. E como estudioso não posso admitir tal tradução porque trai o sentido original da oração que Jesus nos ensinou.
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Um conclave organizado com dólares estadunidenses. Entrevista com Sergio Pagano - Instituto Humanitas Unisinos - IHU