22 Dezembro 2023
Em discurso nesta quinta-feira (21), que teve um tom de despedida, o ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que o assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) será esclarecido “em breve”. “Eu, no dia 2 de janeiro, disse que nós iríamos elucidar definitivamente o caso Marielle. As investigações avançaram, é claro que eu não controlo o inquérito, não tenho a honra de ser policial, mas doutor Andrei Rodrigues, diretor-geral da PF, está aqui e eu quero reiterar e cravar: não tenham dúvida, o caso em breve será integralmente elucidado.”
A informação é de Rede Brasil Atual, 21-12-2023.
Segundo ele, “esse é um caso fundamental pelo seu simbolismo de defesa das mulheres, de defesa das mulheres na política, e portanto de defesa da política”. De acordo com Dino, as investigações estão se aproximando da fase final. O ministro fica no comando da pasta até 8 de janeiro e assume a cadeira no Supremo Tribunal Federal em 22 de fevereiro, na volta do recesso do Judiciário.
A possível solução do crime ganhou nova dinâmica após a delação do ex-policial militar Élcio Queiroz, em julho de 2023. A colaboração premiada foi incluída no inquérito e forneceu novas provas para o processo. Além disso, a PF mantém uma equipe de investigação exclusiva para o caso do duplo assassinato, da parlamentar e do motorista Anderson Gomes, em 14 de março de 2018.
Élcio admitiu ter dirigido o carro (um Cobalt prata) usado no crime. Ele atribuiu ao ex-PM Ronnie Lessa os tiros que mataram a vereadora e o motorista, e deu outros detalhes. Disse ainda que Lessa teria tentado cometer o atentado no final de 2017, mas o plano não deu certo. Lessa está preso desde março de 2019 e foi condenado a 13 anos e seis meses de prisão por comércio ilegal de armas.
Antes da execução, o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, teria atuado na “vigilância” da vereadora. Suel trocou as placas do veículo usado nos assassinatos e teria sido o responsável pelo desmonte do automóvel. Hoje preso, ele ajudou a ocultar armas um dia após prisões de Lessa e Élcio de Queiroz, segundo as investigações.
Já o sargento da Polícia Militar Edmilson da Silva de Oliveira, o Macalé, que teria apresentado a “missão” a Lessa, foi assassinado em 2021 em Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Macalé também monitorou a rotina de Marielle. Ele era peça chave, por ter sido o intermediário entre Ronnie Lessa e o mandante do “serviço”, ainda não identificado, pelo menos publicamente.
Segundo as apurações, o histórico de ligações entre Ronnie Lessa, Maxwell e Macalé se intensificou nos dias anteriores à execução e também nos dias seguintes aos assassinatos.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Assassinato de Marielle ‘‘será integralmente elucidado em breve’’, afirma Flávio Dino - Instituto Humanitas Unisinos - IHU