Nos Emirados Árabes Unidos, representantes de diferentes religiões, incluindo o Cardeal Parolin, assinam um apelo instando os líderes políticos que estarão presentes na COP28 em Dubai a tomarem medidas significativas para responder à crise climática.

A reportagem é de Christopher Wells, publicada por Vatican News, 07-11-2023.

O Professor Mohamed Al-Duweini, representante do Grande Imã de Al-Azhar, e o Cardeal Pietro Parolin, em representação do Papa Francisco, lideraram uma delegação de quase 30 líderes religiosos que, em Abu Dhabi, no dia 6 de Novembro, durante o primeiro dia da Conferência Global A Cimeira de Líderes Religiosos sobre as Alterações Climáticas assinou um apelo aos delegados da COP28, que acontecerá de 30 de Novembro a 12 de Dezembro no Dubai, para que tomem medidas decisivas para combater as alterações climáticas. Líderes judeus, budistas, sikhs e hindus, juntamente com representantes de outras tradições religiosas importantes, juntaram-se ao apelo, que apela à aceleração das transições energéticas, à proteção da Terra, à transição para modelos circulares de vida em harmonia com a natureza e à rápida adoção de energias limpas. O apelo inclui também o compromisso de apoiar o “Pavilhão da Fé”, o primeiro do gênero, na COP28 e de se reunir em futuras COP. Cada um dos líderes percorreu então um caminho que representa o equador e participou na plantação de uma árvore ghaf , a árvore nacional dos Emirados Árabes Unidos, antes de assinar o documento.

Uma declaração forte

O documento foi então entregue ao Sultão Al Jaber, presidente designado da COP28. Al Jaber destacou o “significado especial” da Declaração Inter-religiosa de Abu Dhabi para a COP28. "Suas crenças inspiram todas as pessoas a viver em harmonia com a natureza e a tomar medidas para proteger nosso mundo frágil. Juntos, vocês fizeram uma poderosa declaração de intenção de que o mundo precisa para viver, uma declaração de urgência, de unidade, solidariedade, responsabilidade e espero que isso possa ajudar o impulso colectivo em direcção à transformação e às alterações climáticas". Al Jaber encorajou então os líderes religiosos a continuarem a mobilizar as suas comunidades em todo o mundo e prometeu, por sua vez, levar a sua “mensagem ao mundo através da COP28”.

Unidos pela mudança

O Cristianismo, o Islamismo, o Hinduísmo, o Budismo, o Jainismo e uma série de outras tradições religiosas estiveram representados na Cimeira Global da Fé, onde vários oradores destacaram o compromisso partilhado de cuidar da Criação. Todos os presentes indicaram como todas as tradições religiosas reconhecem a relação entre o divino e a criação. Surgiram temas comuns, incluindo o dever moral de administrar a criação de Deus, a necessidade de trabalhar em conjunto para combater as alterações climáticas, o reconhecimento da urgência da crise das alterações climáticas e a necessidade de tomar medidas decisivas para alcançar os objectivos climáticos. Os participantes apontaram a ganância e o egocentrismo como causas profundas da crise ambiental e apelaram - especialmente às nações mais ricas que têm maior responsabilidade pelas alterações climáticas - a comprometerem-se a ajudar os países mais pobres que são desproporcionalmente afectados pela crise. As mudanças climáticas, afirmaram, são o problema mais grave do nosso tempo e exigem medidas urgentes para evitar a catástrofe.

Sensibilização

Reconhecendo que mais de 80% da população mundial possui alguma crença religiosa, os participantes do encontro destacaram a importante responsabilidade que os líderes religiosos têm de aumentar a sensibilização para as questões climáticas nas suas comunidades. Além disso, apelaram a maiores esforços para mobilizar os crentes para tomarem medidas concretas para combater as alterações climáticas, tanto através do compromisso individual com boas práticas ambientais como através de esforços concertados para solicitar acções concretas dos líderes mundiais para enfrentar a crise climática.

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