05 Abril 2023
O artigo é de José Antonio Pagola, teólogo e padre espanhol, publicado por Religión Digital, 03-04-2023.
A ressurreição de Jesus não é apenas uma celebração litúrgica. É, antes de tudo, a manifestação do poderoso amor de Deus, que nos salva da morte e do pecado. É possível experimentar seu poder vivificante hoje?
A primeira coisa é tomar consciência de que a vida é habitada por um Mistério acolhedor que Jesus chama de "Pai". No mundo há um tal excesso de sofrimento que a vida pode parecer caótica e absurda para nós. Não é assim. Embora às vezes não seja fácil experimentar, nossa existência é sustentada e dirigida por Deus para uma plenitude final.
Ressurreição | Foto: Cathopic
Temos que começar a viver isso a partir do nosso próprio ser: sou amado por Deus; uma plenitude sem fim me espera. Há tantas frustrações em nossas vidas, às vezes nos amamos tão pouco, desprezamos tanto uns aos outros, que afogamos em nós mesmos a alegria de viver. O Deus ressuscitado pode despertar nossa confiança e alegria.
Não é a morte que tem a última palavra, mas Deus. Há tanta morte injusta, tanta doença dolorosa, tanta vida sem sentido, que poderíamos afundar na desesperança. A ressurreição de Jesus nos lembra que Deus existe e salva. Ele nos dará a conhecer a vida plena que não conhecemos aqui.
Celebrar a ressurreição de Jesus é abrir-nos à energia vivificante de Deus. O verdadeiro inimigo da vida não é o sofrimento, mas a tristeza. Falta-nos paixão pela vida e compaixão por aqueles que sofrem. E temos muita apatia e hedonismo barato que nos fazem viver sem desfrutar do melhor da existência: o amor. A ressurreição pode ser a fonte e o estímulo da nova vida.
Foto: Religión Digital
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Deus tem a última palavra. Artigo de José Antonio Pagola - Instituto Humanitas Unisinos - IHU