20 Dezembro 2022
A reportagem é de Jose Lorenzo, publicada por Religión Digital, 17-12-2022.
Na Alemanha, a Igreja está se tornando "menor e mais humilde". O presidente da Conferência Episcopal Alemã, Georg Bätzing, reconheceu isso em entrevista ao Focus. A instituição vive uma "profunda crise de credibilidade", da qual "nós mesmos somos os grandes culpados, por causa dos escândalos, especialmente o abuso de crianças e jovens", segundo o resumo da entrevista coletada pelo Süddeutsche Zeitung.
No entanto, o Bispo de Limburg também expressou sua esperança de que a palavra da Igreja continue sendo solicitada "muito além das margens da Igreja". Nesse sentido, e de acordo com o portal Katholisch, "por exemplo, a Igreja tem muito a dizer sobre as questões da liberdade e da democracia, os desafios éticos em um mundo de digitalização, guerra e paz, a proteção da vida e a integridade da criação", por isso espera que isto sirva também para "atrair as pessoas de volta à Igreja".
Referindo-se ao Caminho Sinodal, Bätzing, um de seus promotores, e que há um mês esteve no Vaticano, juntamente com os demais bispos alemães, analisando com a Congregação para os Bispos e a Congregação para a Doutrina da Fé alguns postulados da esse processo, afirmou: "Procuramos deixar claro que, em questões importantes e globalmente relevantes, coletamos os argumentos e os colocamos à disposição da Igreja universal".
Todos os envolvidos têm certeza de que "não poderemos decidir essas questões aqui [na Alemanha]", mas também alertou que "o Caminho Sinodal mostra um impulso que não permite voltar atrás".
E sobre a crise de credibilidade, garantiu que também afeta a participação nos cultos de Natal. "Mas sou a favor de não lamentar por aqueles que não vêm, mas de dar boas notícias e acolher calorosamente aqueles que vêm. A Igreja tende a se preocupar muito consigo mesma e não com a mensagem de Jesus", acrescentou o bispo, de acordo com Katholisch.
Na quinta-feira passada, um estudo mostrou o declínio contínuo do número de membros em igrejas cristãs na Alemanha, em grande parte por causa da crise de abuso sexual dentro dela. Nesse sentido, a Igreja Católica é afetada "desproporcionalmente", segundo o Religious Monitor 2023 da Fundação Bertelsmann, que afirma que apenas 14% da população frequenta um serviço religioso pelo menos uma vez por mês.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Bätzing reconhece que a Igreja na Alemanha está sofrendo de uma “profunda crise de credibilidade” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU