26 Novembro 2022
"Diálogos Abertos" sobre diferentes temas e experiências com representantes de comunidades, escolas e universidade se constitui como novo espaço e evento da Unisinos, promovido pela Rede de Investigação em Inclusão, Aprendizagem e Tecnologia em Educação – RIIATE, pelo Programa de Pós-Graduação de Educação da Unisinos e pelo ObservaSinos /Instituto Humanitas Unisinos – IHU. O primeiro diálogo ocorrerá dia 1º de dezembro na Unisinos em formato híbrido.
O primeiro Diálogo Aberto tem o objetivo de "educar a vida ….". Esta realização terá as participações de Maura Corcini Lopes, Valdelânia Ribeiro de Ribeiro, Vinicius Silveira Borba e Jacqueline dos Santos Rodrigues. Este projeto tem inspiração em referências da Pedagogia Aberta e da Cidade Aberta.
Entrevistamos Maura Corcini Lopes, Diretora da Unidade de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade do Vale do Rio dos Sinos – Unisinos, professora do Programa de Pós-Graduação em Educação, doutora em Educação e pós-doutora pela Universidade de Lisboa, Vinicius Silveira Borba, professor do Instituto Federal Sul Riograndense, mestre em Planejamento Urbano e Regional e doutorando em Educação pela Unisinos e Valdelânia Ribeiro de Ribeiro, professora do EMEF Edgar Coelho, graduada em Ciências pela Unisinos, mestra em Biologia Comparada e doutora em Entomologia pela Universidade de São Paulo – USP.
IHU – Qual a importância desta conversa para a Universidade?
Maura C. Lopes – É uma conversa importante para todos, não somente para a Universidade. Para todos os envolvidos, pois a Universidade cada vez mais se aproxima dos diferentes seguimentos sociais para potencializar a vida, a sustentabilidade e promover ações que diminuam as desigualdades.
Vinicius Borba – Conversar “abertamente” significa termos uma conversa franca. A importância está no fato de que, nesta ocasião, a universidade está chamando a comunidade para conversar em posição de igualdade, com o mesmo tempo de fala e de escuta. É mais do que simplesmente apresentar o que estamos fazendo em nossas pesquisas, é colocar isso à prova e sabermos se, para a comunidade, para a cidade, para as pessoas, isso faz sentido. A importância está nas novas perguntas que serão geradas a partir dos diálogos, nos novos direcionamentos a partir do diálogo aberto com a comunidade.
IHU – Diálogos Abertos é uma atividade realizada pelo ObservaEducação que está sendo construído na Unisinos. Como o evento está pensado para a viabilização deste novo Observatório? Como o conceito da Pedagogia Aberta compõe estas construções?
Maura C. Lopes – Esse novo Observatório tem como propósito promover a publicização de dados estatísticos sobre a as diferentes realidades do Vale dos Sinos e do Brasil, em parceria com o ObservaSinos, o qual já faz isso hoje.
A ideia é estreitar a relação com o poder público, com as comunidades, com a Universidade, com as escolas. Para que a gente possa, assim, trabalhar todos juntos para a abertura de espaços, espaços que hoje, na cidade, a gente passa longe e os quais se busca procurar soluções para esses espaços sem que aquelas pessoas que vivem ali estejam presentes. É um pouco nessa ideia que gostaríamos de acentuar as ações do Observatório.
A ideia de Pedagogia Aberta se mobiliza justamente por isso. As pessoas que vivem em espaços específicos da cidade, muitas vezes, espaços que muitos sabem que existem, mas ignoram no seu dia a dia. Ignorar esses espaços promove leituras equivocadas ou preconceituosas desses lugares e seus habitantes. Nós precisamos de fato escutar as pessoas que moram, residem, vivem, experienciam esses espaços para encontrar possibilidades de pensar, juntos, soluções dentro da lógica as quais os moradores locais utilizam para resolverem seus problemas. Porque são situações muito específicas e que exigem soluções específicas. Se você olhar de fora como se estivesse passando por uma vitrine, você não conhece, não entende.
IHU – Diálogos abertos é uma atividade realizada pelo ObservaEducação que está sendo construído na Unisinos. Como o conceito de Cidade Aberta compõe o diálogo proposto?
Vinicius S. Borba – O conceito de Cidade Aberta, do sociólogo Richard Sennett, será um dos elementos apresentados para compor o diálogo sobre Estudar a Vida na Cidade. O conceito traz a ideia de que a cidade é composta de duas partes – o ambiente construído e as pessoas que nele vivem – que exercem influência uma sobre a outra, reforçando a teoria da área da ciência de ambiente-comportamento de que nós moldamos a forma construída da cidade e ela nos molda. O conceito de Cidade Aberta também nos apresenta algumas estratégias metodológicas para interagir com a comunidade na busca de respostas para soluções adequadas, para a criação de um ambiente mais igualitário e menos conflituoso.
IHU – Qual a importância desta conversa para as escolas?
Valdelânia R. de Ribeiro – A escola não é um local isolado dentro da comunidade da qual faz parte, ao contrário, mantém contato intrínseco com tudo e todos ao seu redor. A possibilidade de termos momentos de interação entre diferentes interlocutores é uma estratégia que pode ampliar nosso olhar para os desafios da comunidade em que estamos. Penso e acredito que dialogar é o que nos mantém muitas vezes, viva na docência.
Diálogos que se abrem para muitos outros temas e experiências de Educar a vida na cidade. As vozes de todas as gentes são fundamentais para os avanços da Educação e da Cidade. As inscrições já estão abertas para recebimento de certificado disponibilizados para aqueles que assistirem on-line e via YouTube. O evento começa às 14h e termina às 17h na sala Ignacio Ellacuría e Companheiros, no campus São Leopoldo da Unisinos.
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Cidade Aberta, Pedagogia Aberta. Universidade, escola e comunidade educando a vida - Instituto Humanitas Unisinos - IHU