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“A globalização contemporânea nos leva à guerra e a novas formas de fascismo”. Entrevista com Maurizio Lazzarato

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14 Novembro 2022

“A guerra na Ucrânia evidencia todos os limites políticos”. Maurizio Lazzarato escreveu a primeira frase de seu último livro em março passado, poucos dias após o início da invasão russa. Guerra o revolución: por qué la paz no es una alternativa, publicado por Tinta Limón, é o último título de uma obra em que reflete sobre a construção subjetiva e social da dívida, o capitalismo e as condições da nova economia imaterial. Foi o que fez em seus livros O governo do homem endividado (2013), El capital odia a todo el mundo (2019) e Guerras e capital (2021), em coautoria com Éric Alliez.

Lazzarato fez parte do comitê editorial da revista Multitudes, da qual é membro fundador, e atualmente é pesquisador do grupo Matisse/CNRS (Universidade de Paris I) e membro do Colégio Internacional de Filosofia de Paris, onde reside. O sociólogo e filósofo italiano estará em Buenos Aires para uma série de palestras. Em seguida, seguirá para Santiago, no Chile, e Montevidéu.

Antes de chegar à América do Sul, Lazzarato disse ao jornal El Diario que, após a Segunda Guerra Mundial, a reconstrução do mundo se deu a partir de um aumento da produção capitalista, um fenômeno que hoje está marcado pela destruição. “A crise climática impede que o capitalismo aplique suas soluções clássicas, porque tudo o que é produzido, mesmo o mais inocente, causa devastação”.

A entrevista é de Gabriel Tuñez, publicada por El Diario, 10-11-2022. A tradução é do Cepat.

Eis a entrevista.

O mundo vive sob as consequências de uma guerra que ainda parece não ter fim. E esse conflito bélico começou inclusive em um contexto de pandemia. Como você analisa essa situação, em nível global, e por que, em sua avaliação, não se vislumbra uma solução pacífica, ao menos de imediato?

A causa da guerra é a nova fratura de uma ordem mundial exigida por China, Índia e Rússia, entre outras nações, e que os Estados Unidos não podem conceder. A isto se acrescenta que os Estados Unidos também buscam bloquear o eixo econômico que une a Europa à China através da Rússia e da Ásia Central.

Ao mesmo tempo, as políticas neoliberais provocaram uma série de diferenças de renda e, sobretudo, de riqueza que estão dividindo os países. Há anos, a extrema-direita se impõe em várias partes do mundo, após o aprofundamento das contradições de classe. As classes proprietárias se protegem historicamente com o fascismo e novas formas.

Em seu livro Guerra o revolución, argumenta que desejar a paz sem abolir o capitalismo é um absurdo ou uma ingenuidade. O crítico e teórico literário estadunidense Fredric Jameson afirma, de alguma forma relacionado ao aquecimento global, que “é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo”. Que ator da humanidade ou que situação você considera que pode acabar com o capitalismo, com algum sucesso? Observa uma possibilidade plausível de que isso aconteça?

Os revolucionários do século XX parecem ter esquecido que o desenvolvimento capitalista acaba levando à guerra. Há um século, a grande globalização da época tinha levado à Grande Guerra, ao fascismo e ao nazismo. A globalização contemporânea, de forma diferente, continua nos levando à guerra e a novas formas de fascismo. A guerra não é um acidente do capitalismo, mas um elemento estrutural dele.

A possibilidade do fim do capitalismo é um problema político que não é difícil de imaginar porque a temos diante dos olhos: a guerra não é efêmera porque os Estados Unidos não têm um modelo de desenvolvimento mundial a propor e a China não tem os números para substituir os Estados Unidos. Além disso, a crise climática e ecológica impede que o capitalismo aplique suas soluções clássicas: um desenvolvimento econômico ainda mais produtivo, porque o aumento da produção significa maior destruição do planeta.

A última e mais importante impossibilidade do capitalismo é a seguinte: a acumulação capitalista a partir de 1942, a conquista da América, foi construída sobre a exploração do Sul. É necessário mais do que empresas, tecnologia e ciência para produzir lucros. Também é necessária mão de obra gratuita ou mal remunerada, matérias-primas etc., que o capitalismo sempre tomou do grande sul.

Agora, o sul se nega a ser saqueado. Estas são as condições objetivas para o “fim” do capitalismo, mas a não ser que existam forças revolucionárias que persigam este objetivo, não cairá por si. Pode implodir como Marx argumentava. A luta de classes pode ser resolvida com a vitória de uma classe ou com a implosão de todas.

Em sua opinião, qual é o papel dos Estados Unidos e do Ocidente no conflito Rússia-Ucrânia? Você considera que cometeram erros e tiveram responsabilidades importantes, a partir da queda do Muro de Berlim.

Os Estados Unidos construíram, a partir de 1971, uma nova forma de imperialismo monetário e financeiro que podemos chamar de “imperialismo do dólar”. Através do Federal Reserve (FED) e Wall Street, durante 50 anos, organizaram uma depredação do mundo inteiro. A causa da guerra é que esta máquina global de captação de riqueza já não funciona muito bem.

Com sua moeda, que é ao mesmo tempo meio de pagamento nacional e internacional, o mundo inteiro financia gratuitamente o imenso déficit dos Estados Unidos. É todo o planeta que paga o gasto militar, o déficit federal, os cortes de impostos para os ricos. Impuseram uma nova forma de colonização que também afeta a Europa e o Japão.

O sul global está pensando em um novo sistema monetário e financeiro não concentrado no dólar, que é muito difícil de implementar, mas até mesmo a ideia é uma declaração de guerra aos Estados Unidos. Sem esse sistema de depredação mundial, seu declínio relativo se torna absoluto.

Também em Guerra o revolución, destaca que mesmo que se chegue a um termo de paz entre a Rússia e a Ucrânia, virá um neoliberalismo mais “autoritário”, apoiado por forças fascistas, racistas e sexistas. Já observa algo dessa combinação em alguns países do mundo? Penso em Trump, no Vox, em Bolsonaro, em Giorgia Meloni?

É preciso diferenciar capitalismo, imperialismo e neoliberalismo porque não são a mesma coisa. Assim como o capitalismo de inícios do século XX se desfez do liberalismo clássico quando explodiram suas contradições, o capitalismo contemporâneo se desfaz do neoliberalismo para assumir lógicas bélicas e neofascistas.

Por várias décadas, o neoliberalismo foi um dispositivo de gestão das assimetrias criadas pelo imperialismo do dólar, uma “governança” das diferenças de classe que se aprofundava progressivamente. Mas entre o imperialismo e o neoliberalismo existe uma hierarquia e não funcionam segundo os mesmos princípios.

O neoliberalismo diz que funciona de acordo com o mercado, a livre concorrência, a luta contra os monopólios e a iniciativa individual, ao passo que o imperialismo, como forma contemporânea de capitalismo, caracteriza-se pelo monopólio absoluto do dinheiro: só o FED decide as taxas de juros. Não é o mercado que decide os preços mais importantes, os do dinheiro, mas o equilíbrio global de forças imposto pelos Estados Unidos. O dólar não tolera nenhuma concorrência. Caso houvesse, teria que ser eliminada à força.

Desse modo, o capitalismo, como poder que manda e decide, e o liberalismo, que administra em nome dos povos antigos, organizam-se segundo princípios radicalmente diferentes. Quando as contradições econômicas e políticas não podem ser resolvidas, abre-se o cenário da guerra. Assim como há um século, recorre-se à extrema-direita e ao fascismo em defesa das classes proprietárias. A guerra, como o fascismo, repete-se na história do capitalismo.

Você afirma que a humanidade está diante de seu possível desaparecimento por causa da violência centrada no lançamento de uma bomba atômica ou no aquecimento global. Diante das duas situações, você nota uma reação global contrária? Em relação à situação climática, há alertas sobre um caminho irreversível e, no entanto, não se percebem tomadas de decisão na direção oposta.

O capitalismo não pode resolver a questão ambiental porque, desde a Primeira Guerra Mundial, a produção é ao mesmo tempo destruição. A guerra total, da qual descende a atual entre a Rússia e a Ucrânia, implica a mobilização de toda a sociedade: não só o trabalho, mas também a tecnologia, a ciência, a comunicação para aumentar a produção bélica destinada a ser destruída nos conflitos bélicos.

A relação de identidade entre produção e destruição não foi abandonada após o fim das guerras totais da primeira metade do século XX. A “reconstrução” após a Segunda Guerra Mundial tem sido definida pelos ambientalistas como a “grande aceleração” da destruição do planeta. A produção capitalista agora está marcada pela destruição, porque tudo o que se produz, mesmo o mais modesto, nas condições atuais, também é destruição.

Para finalizar, que ação ou decisão pode ser considerada revolucionária hoje?

Movimentos políticos como o pensamento crítico contemporâneo eliminaram os dois conceitos que estavam no centro do debate no século XX: guerra e revolução. Em 2016, junto com Éric Alliez, escrevi Guerra e Capital para tentar alertar que a guerra poderia voltar. Agora, a guerra chegou e ninguém sabe que posição tomar.

Não tenho muitas ilusões sobre a possibilidade de uma revolução, mas penso que é urgente. Se é verdade que a guerra na Ucrânia é apenas o começo, que a instabilidade, a incerteza e a desglobalização permanecerão por muito tempo, então, é provável que ocorram rupturas sem que exista a capacidade teórica e política para se preparar para essas eventualidades.

Michel Foucault, sempre muito ambíguo acerca da revolução, expressou, no entanto, uma verdade quando disse: “Se a política existe depois do século XIX é porque houve uma revolução”. Esta afirmação é esquecida sendo que seria sido muito útil lembrá-la para compreender o imperialismo e as técnicas auxiliares do neoliberalismo. Embora essas duas políticas sejam diferentes, relacionam-se com a revolução que derrotaram nos anos 1970 e com o fantasma de que possa ocorrer um fenômeno revolucionário.

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