Em 21 de setembro de 2000, um cardeal e um ateu, sob a orientação de Gad Lerner, debateram sobre o tema da existência de Deus, mas depois arrastaram consigo outras temáticas: qual Deus, um Deus que falou e também comunicou verdades eternas e valores inegociáveis? Onde encontrá-los: na revelação cristã ou também na busca da razão, com a reflexão sobre a natureza do mundo e do ser humano? Que valor devemos atribuir às religiões, à religião?
O comentário é do biblista e padre italiano Giovanni Giavini, ex-capelão de Sua Santidade durante o pontificado de João Paulo II, publicado por Settimana News, 22-07-2022. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Obviamente, a resposta de um ateu como D’Arcais é diferente da de Ratzinger, embora ambas, mesmo divergentes, convirjam pelo menos na necessidade e conveniência de continuar buscando, com liberdade, sinceridade e respeito mútuo. Até porque se trata de temas que tocam profundamente a todos.
Daí o mérito deste livreto que reproduz aquilo que já foi publicado na revista Micromega.
(Foto: Divulgação)
Uma pergunta: o verdadeiro problema é se realmente Deus existe? Ou também o de conhecer e discutir acerca da Igreja primitiva? Existiu aquele grupo de judeus de 20 séculos atrás que deu origem a uma fé extraordinária como aquela em torno de um Crucificado, proclamado ressuscitado e verdadeiro filho de Deus? O que a razão e a ciência podem dizer sobre a origem daquele grupo e da sua... absurda cristologia?
Parece-me que o problema da existência de Deus é secundário, embora verdadeiro e importante. A Carta de São Tiago já o relativizava muito (Tg 2,19).
FLORES d’ARCAIS, Paolo; BENTO XVI (Joseph Ratzinger). Dio esiste? Un confronto su verità, fede, ateismo. Milão: Mimesis, 2022, 108 páginas.