21 Junho 2022
Mulheres sacerdotisas, na Alemanha cresce a frente católica contra a proibição do Vaticano, desta vez são os franciscanos alemães que se manifestam.
A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 15-06-2022. A tradução é de Luisa Rabolini.
Como uma barragem que lentamente se rompe: na Alemanha a Igreja continua a enviar sinais cada vez mais fortes a Roma em favor de uma virada sobre o sacerdócio feminino, mesmo que o assunto continue sendo tabu. Desta vez se mobilizaram com um documento os franciscanos que, ao final do capítulo geral da ordem, destacam a necessidade de alcançar a paridade para o acesso feminino aos ministérios ordenados.
Diaconisas, sacerdotisas e bispas. A mudança solicitada foi votada por uma ampla maioria, como destacou a agência católica Kna, e se insere na revolução iniciada há três anos com o início do caminho sinodal do qual surgiram da base demandas para modificar o magistério, apesar das opiniões contrárias que ciclicamente chegam do Vaticano. No debate interno no capítulo dos franciscanos alemães, surgiu também o pedido de limitar a duração dos postos de comando nas dioceses, desvinculá-los da ordem sagrada e garantir que possam ter acesso aos cargos no vértice também os leigos.
Recentemente causou polêmica a tomada de posição do bispo de Mainz, dom Peter Kohlgraf, que se expressou a favor das mulheres sacerdotisas. Para ele, é só uma questão de tempo e de paciência e mais cedo ou mais tarde se chegará lá. Ele acrescentou que provavelmente não será uma virada imediata, tanto que ele imagina certamente longos tempos e talvez não seja mais bispo de Mainz, mas está certo que essa reforma será benéfica. “Às vezes os processos na igreja são mais rápidos do que algumas pessoas podem imaginar. Na Igreja nunca se deve dizer nunca. Se houver boas razões – e elas existem – para ordenar as mulheres, então esse assunto não pode ser tirado da pauta”.
No momento na Alemanha - apesar dos pedidos de mudanças vindos da base, das associações femininas e das associações juvenis - nenhum bispo ainda ousou ir contra as regras em vigor e ordenar uma mulher sacerdote, também porque seriam excomungados. “Isso está claramente estabelecido pelo direito canônico. Se eu ordenasse uma mulher como sacerdote, com esta ordenação eu perderia meu ofício e a ordenação não seria reconhecida como válida. Seria cismático para a Igreja porque tal passo violaria o direito canônico. Mesmo a mulher que eu ordenaria não receberia nada porque seria excomungada e não teria permissão para exercer seu cargo. Quem se beneficiaria com isso?” ele explicou, embora dando a entender que, se não houvesse impedimentos, ele não hesitaria em ordenar mulheres.
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Alemanha. Diaconisas, sacerdotisas e bispas. O bispo de Mainz disse que mais cedo ou mais tarde se chegará lá - Instituto Humanitas Unisinos - IHU