01 Outubro 2021
A decisão não é nova – já foi tomada em diversas dioceses da Itália –, mas a escolha do bispo de Grosseto, Giovanni Roncari – que tomou posse há pouco mais de um mês – de chegar à gradual abolição do padrinho e da madrinha de Crisma repercutiu muito em Maremma.
A reportagem é de Giacomo D’Onofrio, publicada em Avvenire, 30-09-2021. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Roncari dispôs a medida por meio de um documento explicativo entregue ao clero no fim dos três dias de formação diocesana dedicados ao caminho sinodal da Igreja italiana e ao caminho iniciado com a Igreja irmã de Pitigliano-Sovana-Orbetello, unida na sua pessoa à de Grosseto.
Dom Roncari já havia assumido uma orientação semelhante na Diocese de Pitigliano-Sovana-Orbetello, que dirige desde 2015. A gradualidade do procedimento reside na vontade do bispo de favorecer nas paróquias um caminho que vá nessa direção e que responsabilize cada vez mais as próprias comunidades para que assumam a formação dos jovens.
Diz-se cada vez mais, às vezes com um pessimismo que vai além do realismo, que para muitos a Crisma é o sacramento do adeus, enquanto, ao invés disso, o Papa Francisco repete que é “um ponto de partida na vida cristã”.
Se for assim, a vontade de Dom Roncari, capuchinho e historiador da Igreja com uma longa experiência como pároco em Florença, é a de favorecer aquela “conversão pastoral”, necessária para sair do “cômodo critério do ‘sempre se fez assim’”, para olhar a realidade com olhos livres, renovando também práticas que, com o passar do tempo, se sobrecarregaram ou perderam as motivações de fundo.
A convicção de Dom Roncari foi ainda mais reforçada depois do motu proprio com o qual o Papa Francisco instituiu o ministério do catequista. Quanto à gênese da figura do padrinho e da madrinha, ele recorda: “Eles nasceram como fiadores de uma formação cristã ocorrida no batismo dos adultos e como fiadores de uma futura formação-testemunho cristão no batismo dos pequenos. A sua evolução-involução está diante dos olhos de todos: as pessoas são frequentemente escolhidas por razões afetivas, de parentesco, de conveniência social, que pouco têm a ver com a formação cristã que, em vez disso, é feita por outros. Tudo parece se esgotar – salvo algumas felizes exceções – na presença durante a liturgia sacramental”.
Concretamente, portanto, o que muda em Maremma? Em primeiro lugar, que, no momento de receber a Crisma, o crismando se aproximará do bispo “acompanhado por um genitor, ou por um catequista, ou sozinho, dizendo o próprio nome” para receber a unção crismal.
Além disso, ao término da missa, antes da bênção final, o bispo confiará os novos crismados ao grupo do pós-Crisma ou, em todo o caso, à realidade juvenil da paróquia específica, para continuarem a caminhada cristã.
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Diocese italiana planeja abolir padrinhos e madrinhas de Crisma - Instituto Humanitas Unisinos - IHU