23 Setembro 2021
No período que antecedeu a covid-19, 53,5% dos entrevistados se consideravam pobres, de classe baixa ou média baixa; hoje, 70,6% se definem dessa forma.
A reportagem é de Juliana Bublitz, publicada por Zero Hora, 23-09-2021.
Em nova pesquisa encomendada pela Assembleia Legislativa sobre a situação do Rio Grande do Sul após o auge da pandemia, sete em cada 10 entrevistados apontaram perdas na renda familiar. Divulgados em detalhes nesta quarta-feira (22), em Porto Alegre, os resultados mostram que o estrago foi maior entre os mais pobres: 77,1% dos lares com ganhos de até dois salários mínimos tiveram queda nos rendimentos. Entre trabalhadores informais e autônomos, esse percentual chegou a 83%.
Com foco no avanço da desigualdade social no Estado, o estudo é o terceiro promovido pelo parlamento gaúcho em parceria com o Instituto Pesquisas de Opinião (IPO). A intenção é buscar um diagnóstico da situação e, com base nisso, propor alternativas. Foram ouvidas 1,5 mil pessoas, em todas as regiões, entre o fim de agosto e o início de setembro.
A piora no quadro já era esperada, mas os números surpreenderam pela gravidade. Conforme a enquete, 45% das famílias passaram a sobreviver com 50% ou menos da renda que tinham antes do coronavírus. A maioria não usufrui de benefícios sociais, como auxílio emergencial ou Bolsa Família.
A íntegra da reportagem pode ser lida aqui.
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Sete em cada 10 famílias gaúchas perderam renda devido à pandemia, aponta pesquisa divulgada pela Assembleia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU