Fulanis perseguem cristãos na Nigéria e Estado se omite

Foto: Pixabay

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16 Agosto 2021

 

O presidente da Igreja Evangélica Winning All, reverendo Stephen Baba Panya, conclamou o governo da Nigéria a “impedir o genocídio” que está ocorrendo contra o grupo étnico cristão indígena Irigwe em Bassa, Estado do Platô, perpetrado por pastores de gado islâmicos Fulani.

A reportagem é de Edelberto Behs, jornalista.

De 23 de julho a 2 de agosto, Fulanis destruíram mais de 400 casas, incluindo igrejas e orfanatos, queimaram milhares de hectares de plantações agrícolas, e perto de 20 mil pessoas tiveram que deixar a região.

 

Mapa da África, com destaque para a Nigéria. (Foto: Needpix)

 

Essas milícias agem sem intervenção do exército nigeriano, “minando a confiança da população nas agências militares e de segurança, como protetores imparciais de todos, desprovidos de tribo, etnia ou religião”, denunciou Baba Panya. Se jovens indígenas tentam se defender com instrumentos rudes, são apresentados como agressores, agregou o reverendo.

“É hora de a comunidade internacional deixar de lado os debates sobre as origens e a natureza dessa violência e se concentrar a pressionar e ajudar a Nigéria a lidar com essa rede de atores não-estatais armados e organizados”, instigou o relações públicas, Kiri Kankwende, do grupo britânico Christian Solidarity Worlwide.

Mapa da Nigéria (Foto: Wikimedia Commons)

Organismos do governo também estão envolvidos na perseguição a comunidades cristãs. No dia 5 de agosto, a igreja EYN em Maiduguri, capital do Estado de Borno, foi demolida por funcionários do Borno Geographic Information System, organismo do Estado. Ao tentar impedir a demolição, Ezekiel Bitrus Tumba, 29 anos, filho do pastor, foi baleado e morto, relatou o presidente da Associação Cristã da Nigéria (CAN), bispo Williams Naga.

A Sociedade Internacional para as Liberdades Civis e o Estado de Direito, com sede em Anambra, estimou, em maio passado, que 1.470 cristãos foram mortos na Nigéria durante os quatro primeiros meses de 2021. O Índice de Terrorismo Global classificou a Nigéria como o terceiro país do mundo mais atingido pelo terrorismo.

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