30 Julho 2021
“A live do presidente Bolsonaro sobre as supostas fraudes nas urnas eletrônicas mostra que se casar com ele significa levar todo o combo bolsonarista junto. O Centrão imagina que possa ficar só com o lado bom desse casamento: o comando de grande parte do Orçamento federal, peça-fundamental para reeleger deputados e senadores desse grupo. Porém, existe um outro lado: as teses malucas e autoritárias defendidas pelo bolsonarismo. No fundo, a aposta política do Centrão envolve incorporar o que se poderia chamar de ‘Custo Bolsonaro’” – Fernando Abrucio, doutor em Ciência Política pela USP e professor de Gestão Pública da FGV-Eaesp – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“A aposta do bolsonarismo no golpismo mobiliza um grupo muito coeso e disposto a tudo. O Centrão acredita que pode moderar os arroubos bolsonaristas, e se isso der errado, há tempo suficiente para pular do barco antes da eleição de 2022. Mas tais lideranças da política tradicional se esquecem que se aliaram com quem poderá ser amanhã o seu maior inimigo. Assim, um divórcio poderá não ser suficiente para recuperar um eleitorado urbano e ainda gerar uma enorme dor de cabeça, com extremistas xingando os políticos do Centrão pelas redes sociais e pelo país afora” – Fernando Abrucio, doutor em Ciência Política pela USP e professor de Gestão Pública da FGV-Eaesp – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“Goste-se ou não de Roberto Jefferson, o polêmico político do PTB e do Centrão que detonou a crise do mensalão no governo Lula, ele tem razão: a reforma ministerial do presidente Jair Bolsonaro lembra a manobra de Fernando Collor para salvar o pescoço em 1992, quando mudou o seu governo para ampliar a base de apoio no Congresso. No caso de Collor, foi tarde demais. E no de Bolsonaro?” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“O fato é que foi uma decisão drástica entregar a “alma do governo” para o senador Ciro Nogueira, do PP, líder do Centrão e aliado do PT em 2018, quando chamava Bolsonaro de “fascista”. O Centrão está com tudo, os militares vão escorregando para o segundo pelotão e Paulo Guedes perde de nacos de poder para Onyx Lorenzoni construir sua campanha durante curtos – ou longos? – oito meses, até se desincompatibilizar para disputar o Governo do Rio Grande do Sul” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“O governo virou comitê de campanha de Bolsonaro, onde as peças se movem para salvar seu mandato e pavimentar o caminho da reeleição. Ao atravessar a rua e ir para o Planalto, Ciro Nogueira anula as chances do seu amigo Arthur Lira abrir um dos 125 pedidos de impeachment, reforça a articulação com o Senado e abre espaço para o filho '01', Flávio Bolsonaro, virar suplente da CPI da Covid com direito a palavra, impropérios contra a cúpula da comissão e acesso direto a todos os documentos da CPI. Presentão para o papai” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“Além de reformar a casa, melhorar os alicerces governistas da CPI e penetrar mais firmemente no Nordeste (Ciro é do Piauí e Lira, de Alagoas), Bolsonaro também cria vales e aumenta as bolsas para o eleitorado mais pobre, e mais numeroso. De quebra, fideliza o núcleo duro do seu eleitorado ao se assumir cada dia mais radical” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“Não há nenhuma ilusão de normalidade na contratação de um nome como Ciro Nogueira para administrar as articulações e gerenciar o trabalho do Planalto. O centrão pode até tentar reduzir danos políticos provocados pelos ataques de Bolsonaro às instituições, mas a linha mestra do governo continua sendo executada no gabinete presidencial, controlado pelo líder do extremistão” – Bruno Boghossian, jornalista – Folha de S. Paulo, 30-07-2021.
“Os caciques do centrão já deixaram de ser parceiros de ocasião, que extraem benefícios políticos do governo enquanto Bolsonaro conduz um projeto de degradação contínua da democracia. Agora, esse grupo parece mais do que satisfeito em ajudar o presidente a completar sua missão” – Bruno Boghossian, jornalista – Folha de S. Paulo, 30-07-2021.
“Depois de muito cobrado, Jair Bolsonaro se dispôs a apresentar sua “bomba” contra a Justiça Eleitoral. A expectativa era mais de forma que de conteúdo: a versão acima dos fatos. E, não foi bomba; foi track. Como tantas lives, foi instrumento eleitoral onde o presidente se insurge contra instituições e se esconde da realidade do País. Exibiu falsos brilhantes, silogismos, falou em nome de um povo que supostamente o apoia, mas que as pesquisas não comprovam. Investiu na fantasia do complô e não entregou nada além do que está no zap da sua rede” – Carlos Melo, cientista político – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“O presidente Jair Bolsonaro deu 1.682 declarações falsas ou enganosas em 2020, o que dá uma média de 4,3 por dia, segundo um estudo anual divulgado ontem pela Artigo 19, organização britânica de defesa da liberdade de expressão. Esse espantoso número mostra que o presidente não mente apenas de forma eventual, mas sistematicamente, o que constitui um evidente método. Sua intenção, já está claro, é usar o destaque conferido a seu cargo para confundir a opinião pública, de modo a dificultar a formação de consensos sobre a realidade. Sem esses consensos mínimos, o debate democrático se torna inviável, o que é precisamente o que Bolsonaro almeja” – editorial “Como enfrentar a impostura” – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“Como se vê, ao presidente interessa transformar o País numa imensa rinha de galos. Nela, Bolsonaro joga em casa” – editorial “Como enfrentar a impostura” – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“Segundo pesquisas, o brasileiro médio lê 4,96 livros por ano. Já é pouco, mas Bolsonaro deve levar 4,96 anos por livro” – Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 30-07-2021.
“Nos pronunciamentos, Bolsonaro se faz acompanhar de um dois de paus, que não abre a boca, e de um tradutor ou tradutora de libras, cuja função é levar os palavrões e grosserias de Bolsonaro aos deficientes. Há dias, quando ele evacuou sua imortal declaração "Caguei! Caguei pra CPI!", a intérprete de libras era uma patusca senhora de óculos. Conhecendo Bolsonaro, e pelo desembaraço com que traduziu o desaforo —nem sombra de titubeio—, já deve ter um estoque de porras, não f.... e PQPs em seu vocabulário. A não ser que emita uma tradução asséptica, caso em que merecerá um sonoro esporro por desfigurar o estilo do patrão” – Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 30-07-2021.
“O Bolsonaro boçal é só uma frente. O perigo está no que isso esconde” – Ruy Castro, jornalista e escritor – Folha de S. Paulo, 30-07-2021.
“Tem muita gente mandando a conta do estrago causado pelo “lavrador armado” para o ministro Fábio Faria (Comunicações). Mas, em reunião na semana passada, no auditório do Planalto, o chefe da Secretaria Especial de Comunicação (Secom), André de Sousa Costa, disse, a título de abertura do encontro, que o ministro Luiz Eduardo Ramos está “coordenando” as ações de publicidade e de imprensa do governo. Sousa Costa, então, passou a bola para a assessoria de Ramos, que tocou os trabalhos, deu dicas e pediu devolutivas dos presentes. Diante de uma plateia atônita, formada por gente da comunicação de toda a Esplanada, Sousa Costa e a turma de Ramos pediram que todos encaminhassem até Ramos as planilhas de veiculação de anúncios publicitários e demandas da imprensa” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“A reunião, claro, já ilustra as conversas entre parlamentares para embasar a história de que o polêmico e ofensivo post do Dia do Agricultor, apagado após a péssima repercussão, foi obra de quem queria “queimar” Fábio Faria. Afinal, foi dito e repetido por Costa que a Secom está sob “coordenação geral” de Ramos. Ou seja…”– Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“A reunião ocorreu no final da gestão de Ramos na Casa Civil. Com a dança das cadeiras no Palácio do Planalto, o general foi transferido para a Secretaria-Geral da Presidência. É minha! A Secom é alvo de atritos, pernadas e rasteiras desde o início do mandato de Bolsonaro. Desde junho de 2020, ela está abrigada nas Comunicações”– Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“O antológico post nas redes do “agricultor armado” gerou reação negativa no agronegócio e entre parlamentares”– Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“É muito provável que a ideia de convidar veículos de imprensa para a transmissão da live do presidente, porém sem direito a cortes ou a fazer perguntas, tenha partido da mesma usina de ideias dos responsáveis pelo post do agricultor, quem quer que sejam”– Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“Viralizou nas redes o vídeo em que Ciro Gomes (PDT) critica Lula, pelo viés da esquerda, por um recuo do ex-presidente petista na proposta de taxar as grandes fortunas”– Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 30-07-2021.
“A agenda da reforma tributária que tramita no Congresso Nacional está desconectada de qualquer liberalismo que preste. A tributação progressiva é imperativo civilizatório: somos um dos países mais desiguais do mundo, e o nosso sistema tributário é um dos mais injustos” - Oded Grajew, idealizador do Fórum Social Mundial, presidente emérito do Instituto Ethos e conselheiro do Instituto Cidades Sustentáveis, da Oxfam Brasil e da Rede Nossa São Paulo e Eduardo Fagnani, professor colaborador do Instituto de Economia da Unicamp – Folha de S. Paulo, 30-07-2021.
“As injustiças distributivas contrariam o 'princípio da equidade' formulado originalmente por Adam Smith. Esse princípio, inscrito na Constituição da República, não é observado. Pode-se afirmar, portanto, que o sistema tributário brasileiro é inconstitucional” - Oded Grajew, idealizador do Fórum Social Mundial, presidente emérito do Instituto Ethos e conselheiro do Instituto Cidades Sustentáveis, da Oxfam Brasil e da Rede Nossa São Paulo e Eduardo Fagnani, professor colaborador do Instituto de Economia da Unicamp – Folha de S. Paulo, 30-07-2021.
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“O Bolsonaro boçal é só uma frente. O perigo está no que isso esconde” – Frases do dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU