28 Junho 2021
“Faltava pouco para as 11 da noite de sexta-feira. Último orador inscrito, foi chamado para falar o senador Fabiano Contarato (Rede Sustentabilidade-ES). "Está sacramentado que a permanência do presidente da República no Palácio do Planalto se torna insustentável. A Câmara dos Deputados tem de ter a hombridade, a responsabilidade de abrir um dos 130 pedidos de impeachment" – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho – Portal Uol, 26-06-2021.
“Estamos vendo no que deu. O senador Fabiano Contarato tem toda razão. A permanência de Jair Bolsonaro no governo se tornou insustentável. Mais dia, menos dia, esse pesadelo precisa ter um fim. Chega! O país não aguenta mais tanto descaso desse desgoverno genocida e corrupto, que já desistiu de governar faz tempo. Se é que um dia começou” – Ricardo Kotscho, jornalista – Balaio do Kotscho – Portal Uol, 26-06-2021.
“Bolsonaro gosta de dizer "minhas Forças Armadas". Precisa começar a proclamar "meu centrão". A CPI da Covid dá à aliança do capitão com o centrão de Lira e Barros uma aparência de abraço de afogados. No momento, Bolsonaro dissimula sua falta de rumo fingindo que faz e acontece. Pode continuar até o final de 2022. Mas terá de fazer algo mais além de xingar jornalistas. O centrão já caiu na água outras vezes. O problema é que o grupo não costuma ficar molhado por muito tempo” – Josias de Souza, jornalista – Portal Uol, 26-06-2021.
“A suspeita de envolvimento de Ricardo Barros no Caso Covaxin faz do deputado um aliado infeccioso. Qualquer político de bom senso manteria em relação ao personagem um rigoroso distanciamento social. Bolsonaro sinaliza a intenção de permanecer grudado no deputado, mantendo-o na função de líder do governo na Câmara. Uma evidência de que o capitão, seus filhos e o centrão atingiram o estágio da contaminação de rebanho. Não há o menor risco de serem infectados pelo vírus da ética” – Josias de Souza, jornalista – Portal Uol, 28-06-2021.
“Pendurados de ponta-cabeça nas manchetes, os Bolsonaro se dão conta de que o distanciamento social com a banda suspeita do Congresso não faz sentido. O presidente e seus filhos com mandato —Flávio, Eduardo e Carlos— viraram protagonistas de um noticiário em que as suspeitas de rachadinha nos gabinetes da família se misturam a transações eleitorais e imobiliárias fechadas em dinheiro vivo. Daí a busca da blindagem pelo contágio coletivo” – Josias de Souza, jornalista – Portal Uol, 28-06-2021.
“A política brasileira volta a viver o seu roteiro invariável: os presidentes da República entram botando banca. E vão deslizando docemente para a grande vala comum do centrão” – Josias de Souza, jornalista – Portal Uol, 28-06-2021.
“Na prática, Bolsonaro abriu espaço no governo para quem nunca saiu dele. Ricardo Barros, ex-companheiro de partido de Bolsonaro no PP, foi líder dos governos FHC, Lula e Dilma. Serviu como ministro de Temer. Fernando Bezerra, ex-filiado do PSB, é um velho apoiador de Lula. Foi ministro de Dilma Rousseff. Hoje, lidera o pelotão governista da Covid. Sob os efeitos da contaminação de rebanho, Bolsonaro supõe que tem uma base de apoio congressual. Engano. O Centrão é que tem um presidente —mais um. Dependendo da evolução da conjuntura, pode se cansar dele. Dilma sabe como esse tipo de enfado termina” – Josias de Souza, jornalista – Portal Uol, 28-06-2021.
“Bolsonaro é tão ruim que, quando correu para comprar uma vacina durante a pandemia, todo mundo suspeitou que fosse falcatrua. E era mesmo. O governo Bolsonaro recusou-se a comprar a vacina da Pfizer, a Coronavac do Butantan e metade da oferta do consórcio Covax Facility, em cada caso apelando para um argumento diferente. Como já dissemos aqui, estudos do epidemiologista Pedro Hallal mostraram que só as decisões sobre Pfizer e Coronavac causaram em torno de 95 mil mortes” - Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia – Folha de S. Paulo, 28-07-2021.
“Depois que Bolsonaro, de forma documentada e indiscutível, cometeu assassinato em massa contra o povo brasileiro, crimes de corrupção podem parecer menores. E, normalmente, seriam. Qualquer mãe que tenha perdido filho porque Bolsonaro não comprou vacina preferia que Bolsonaro lhe tivesse roubado a carteira. Mas é importante lembrar que esta roubalheira aconteceu durante o assassinato em massa de 2020-2021, com dinheiro que poderia tê-lo evitado, e que talvez tenha sido parte da motivação por trás do assassinato em massa. O governo Bolsonaro pode ter matado filhos de mães brasileiras enquanto também lhes batia a carteira” - Celso Rocha de Barros, doutor em sociologia – Folha de S. Paulo, 28-07-2021.
“Integrantes da CPI da Covid querem apurar uma negociação envolvendo a vacina chinesa Convidecia e o Ministério da Saúde. A empresa Belcher Farmacêutica, com sede em Maringá (PR), atuou como representante no Brasil do laboratório CanSino Biologics no Brasil, responsável pelo imunizante. Senadores avaliam que é necessário aprofundar essa linha de investigação para saber se houve participação do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), que foi prefeito de Maringá. Um dos sócios da Belcher é filho de um empresário próximo de Barros. "Tem essa movimentação para a compra de vacina chinesa com empresa de Maringá com ligações próximas com Barros. Não quero acusá-lo de nada, mas é muita coincidência", disse neste domingo (27) o senador Otto Alencar (PSD-BA), que é membro do colegiado. "A CPI vai apurar, sem dúvida nenhuma", afirmou” - Thiago Resende Marcelo Rocha e Natália Cancian , jornalistas – Folha de S. Paulo, 28-06-2021.
“O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni (DEM), assumiu o comando da tropa de choque que defende o governo no estrambótico caso da Covaxin com uma afirmação temerária. “Quero lembrar aqui que este governo está no 30º mês sem nenhum caso de corrupção. Vou repetir: 30º mês sem nenhum caso de corrupção e assim ele continuará. Porque gostem ou não, nós somos diferentes” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 27-06-2021.
“Diferenças, sempre as há. Ao contrário de outros candidatos que embolsam dinheiro dos caixas dois de empresas, negam e se protegem com a lentidão da Justiça, Lorenzoni admitiu ter recebido R$ 300 mil da generosa JBS e pagou uma multa de R$ 189 mil. O problema está nas semelhanças” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 27-06-2021.
“O doutor Terra vivia no mundo da Lua. Ele começou sua vida política elegendo-se prefeito de Santa Rosa (RS), cuja população é de 74 mil habitantes. A pandemia já matou mais de 510 mil pessoas, e o cretino decidiu comprar um bom pedaço de carne, para comê-lo num churrasco solitário em Caxias do Sul, cuja população está estimada em 518 mil pessoas” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 27-06-2021.
“Na próxima quarta (30), partidos de oposição prometem apresentar à Câmara dos Deputados um pedido de impeachment apontando duas dezenas de crimes praticados por Bolsonaro, que já é alvo de mais de uma centena de pedidos de afastamento (...) A citação a Ricardo Barros injetará tensão na relação de Bolsonaro com o bloco parlamentar, que ele abjurou na campanha eleitoral e abraçou para sobreviver no cargo —e o aprofundamento da crise tende a encarecer ainda mais os custos da aliança de ocasião” – editorial “Governo acossado” – Folha de S. Paulo, 27-06-2021.
“De acordo com o depoimento dado à CPI da Covid, Bolsonaro apontou o líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), como provável operador do negócio. Esse enrosco político vai determinar o desfecho da crise e a sobrevivência do presidente. Bolsonaro e Barros estão amarrados, O presidente sabe que será impossível despejar toda a culpa nas costas do centrão. Além de já ter se envolvido diretamente no caso, Bolsonaro só continua no poder porque contratou o apoio desses partidos. Romper a aliança, portanto, seria um ato de destruição mútua” – Bruno Boghossian, jornalista – Folha de S. Paulo, 27-06-2021.
Daqui por diante, a aliança estará submetida a uma tensão constante. Uma falha na estratégia de defesa queimaria os dois lados, e o potencial desgaste do presidente poderia levar os partidos a abandonar o governo. Enquanto a crise se desenrola, Barros e Bolsonaro são um só” – Bruno Boghossian, jornalista – Folha de S. Paulo, 27-06-2021.
‘O presidente Jair Bolsonaro vem perdendo condições de governabilidade rapidamente. Esta realidade está aí, à vista de todos, mas ele é incapaz de reagir demonstrando alguma capacidade de liderança, reassumindo seu próprio governo, dando um choque de gestão e adotando um discurso minimamente condizente com o tamanho da crise – crise dele e do País. Bolsonaro está fora de órbita e seu governo, perdido no espaço. Não, o presidente não é acusado de comandar ou arquitetar a negociação espantosa da vacina Covaxin. A questão é de prevaricação e expõe o quanto ele não governa, não quer saber, não dá bola para o que acontece nos ministérios e no País e está mergulhado até o último fio de cabelo no Centrão, na defesa dos filhos, na sua própria ideologia e, acima de tudo e de todos, na sua reeleição” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
“Enquanto suas condições de governabilidade e seu governo esfarelam ao vivo e em cores, o que faz Jair Bolsonaro? Motociatas, ameaças ao Supremo, ataques a jornalistas (mulheres, em geral) e campanha contra máscaras e a urna eletrônica, um orgulho nacional. As pesquisas dizem que não está dando certo” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
O bolsonarismo é um movimento cujo núcleo dominante se orienta por uma ideologia reacionária, baseada na negação dos valores modernos de liberdade e igualdade. Irradiado pelas redes digitais e ramificado nos aparatos repressivos oficiais ou clandestinos, este “negacionismo estrutural” incentiva a adoção de comportamentos antissociais baseados na confrontação violenta dos críticos e adversários. Trata-se, em resumo, de um neofascismo high-tech. Chegado fortuitamente ao poder, o bolsonarismo precisa se enraizar. Daí que ele se preocupe menos em administrar o Estado do que em explorar seus imensos recursos —dinheiro, cargos, privilégios— para erigir uma base permanente de apoio. Daí o verdadeiro “republicídio” por ele praticado ao recorrer ao clientelismo mais escandaloso para cooptar e fidelizar aliados de todos os tipos: emissoras, empresários, militares, deputados e senadores, juízes etc” - Christian Lynch, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj) e editor da revista Insight Inteligência – Folha de S. Paulo, 26-06-2021.
“Diante do risco autoritário, é dever dos democratas formar uma coalizão de veto a Bolsonaro em defesa da democracia. Unidos pela defesa da saúde e da democracia, imprensa, partidos, sindicatos, movimentos sociais, sociedade civil e celebridades devem deixar de lado suas divergências secundárias. Precisam todos investir pesadamente no apoio ao trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito do Senado, voltado para a restauração da verdade na gestão da pandemia contra o negacionismo estrutural, e pressionar o sistema político de fora para dentro, promovendo contínua e cada vez mais volumosa mobilização popular” - Christian Lynch, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj) e editor da revista Insight Inteligência – Folha de S. Paulo, 26-06-2021.
“É dever de todos os democratas evitar que o ano de 2022 entre para a nossa história como o último em que, por muitos anos, houve eleições livres no Brasil. Para isso, será preciso concentrar esforços para que Bolsonaro seja removido do poder. O quanto antes, melhor” - Christian Lynch, professor do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Iesp-Uerj) e editor da revista Insight Inteligência – Folha de S. Paulo, 26-06-2021.
“A mais recente pesquisa Ipec suscitou duas impressões entre a classe política: 1) Jair Bolsonaro está próximo de atravessar o Rubicão da rejeição e enfrentar uma sangria desatada de perda de popularidade: o índice de desaprovação ao governo bateu 49% (a “linha vermelha” do derretimento, segundo “pesquiseiros”, é de 55%). 2) Lula volta a ser vidraça e começará a “apanhar” de outros atores que não sejam apenas o presidente e Ciro Gomes (PDT): se o petista ficar sem marcação, continuará a transformar a insatisfação geral em intenção de voto” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
“Quem lida com as chamadas pesquisas qualitativas diz que os 49% de intenções de voto em Lula estão um pouco inflados pelo “recall” eleitoral e pela percepção de que ele é o único antagonista de Bolsonaro em campanha aberta” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
“Na outra ponta, cresceu o “ódio” a Bolsonaro, ou seja, há mais gente naquela turma que transferiu para o fígado a responsabilidade pela escolha de seu candidato. A ordem de grandeza está perto de 20%, segundo as pesquisas” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
“Jair Bolsonaro, Eduardo Pazuello e Marcelo Queiroga podem pedir música no Fantástico (TV Globo) deste domingo, 27? O presidente tomou três traulitadas na “rodada” da semana passada: Lula vitorioso no STF, caso Covaxin na CPI da Covid e a demissão de Ricardo Salles” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
“A grande participação de integrantes das Forças de Segurança no governo – ao lado da forte e crescente presença de militares das três Forças Armadas – se insere no que eu chamo de processo de “bolsonarização” das polícias, que tem como um de seus aspectos centrais a tentativa do presidente da República de se aproximar – e mesmo cooptar – das forças de segurança, instrumentalizando-as para seu projeto político. Ao mesmo tempo, procura monopolizar para si o discurso e a agenda da segurança pública – um dos calcanhares de Aquiles das esquerdas -, tema de forte impacto junto à opinião pública” - Adriano de Freixo, historiador e professor do Instituto de Estudos Estratégicos da UFF – O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
“Em maio, Bolsonaro foi a São Gabriel da Cachoeira (AM) e inaugurou uma pequena ponte de madeira. Feitas as contas, vê-se que o deslocamento de sua comitiva custou à Viúva o preço de dez pontes” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 27-06-2021.
“O mundo, o Brasil e o Rio de Janeiro precisam ouvir atentamente Nelson Mandela, quando, em 1964, diante do tribunal que o condenou, em Rivonia, disse: “Lutei contra a dominação branca e contra a dominação negra. Defendi o ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas vivem juntas em harmonia e oportunidades iguais. É um ideal para o qual espero viver e conseguir realizar. Mas, se for preciso, é um ideal para o qual estou disposto a morrer” - Tom Farias, jornalista e escritor, é autor da biografia "Cruz e Sousa: Dante Negro do Brasil" e do romance "O Crime do Rio Vermelho", entre outros livros – Folha de S. Paulo,27-06-2021.
"A fé evangélica é, sobretudo, uma fé de mulheres negras, pobres e periféricas. Uma Bancada Evangélica composta por homens brancos, ricos e que não defendem o interesse dos pobres não nos representa" - Nilza Valéria Zacarias, jornalista, fundou a Frente Evangélica pelo Estado de Direito – Portal Uol, 27-06-2021.
“Ninguém pode falar por todos os evangélicos. Nossa forma de constituir a religiosidade é diferente dos católicos, por exemplo, porque eles têm uma linha hierárquica, sendo o Papa a figura maior. No segmento evangélico, isso não existe, cada denominação, cada grupo, é autônomo. Então não se pode dizer que evangélicos estão apoiando algo como um todo” - Nilza Valéria Zacarias, jornalista, fundou a Frente Evangélica pelo Estado de Direito – Portal Uol, 27-06-2021.
“Eu acredito que o que vai, volta. Isso não tem erro. A maldade que eles estão fazendo com o povo brasileiro vai voltar para eles. É inevitável. Eles não têm cabeça, eles pensam com a bunda, e isso vai voltar” – Ítala Nandi, atriz – Folha de S. Paulo, 27-06-2021.
“Ele é um ‘Bolsonero’, ‘Bolsolini’. Todos eles [Nero, Mussolini] se foderam. Será que ele acha que tudo bem? Que ignorância, que falta de perspectiva. Aquela coisa do revólver... Porra, enfia esse revólver no cu. Que saco! Vão dar o cu, é o que eles estão precisando. Caramba, por que esse tipo de atitude com um país que poderia ser a mudança do mundo?” – Ítala Nandi, atriz – Folha de S. Paulo, 27-06-2021.
“No Pequeno Tratado das Grandes Virtudes, o filósofo francês André Comte-Sponville define a polidez como “a primeira virtude e, quem sabe, a origem de todas”. Também a chamamos de bons modos, educação ou gentileza, mas “polidez” tem a mesma origem de “política”. Pertencem ao mesmo lugar: a polis, a cidade. Não é possível conviver bem em sociedade na falta de uma e de outra. Tanto que a grosseria de um líder revela suas intenções autoritárias. Esse novo surto de populismo e autoritarismo no mundo vem acompanhado de uma normalização da grosseria. A polidez é a domesticação de nossos instintos. Todos temos impulsos agressivos. A educação nos ensina a não sermos arrastados por eles. É o que nos separa dos animais – e dos mal-educados” - Lourival Sant'Anna, jornalista - O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
“As ideias autoritárias se alimentam da insatisfação e a revolta das pessoas com as dramáticas mudanças sociais e demográficas das últimas décadas. Esse mal-estar não vai desaparecer” - Anne Applebaum, historiadora – O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
“A democracia sempre é vulnerável à eleição de líderes autoritários. Seja ele Getúlio Vargas, Juan Perón, Hugo Chávez, Donald Trump, Jair Bolsonaro, ou Bukeke. Quando as pessoas estão insatisfeitas, ou com raiva do sistema, elas reagem e elegem líderes populistas que prometem mudar o sistema” – Steven Levitsky, professor de Ciência Política em Harvard e coautor de ‘Como as democracias morrem” – O Estado de S. Paulo, 27-06-2021.
“O plástico descartável que armazena as refeições que recebemos em casa e embrulha a roupa que chega da lavanderia é visto amplamente como um dos maiores perigos ambientais do mundo. Ele polui enquanto é produzido, por meio da extração de combustíveis fósseis e, assim que é usado, polui outra vez. Ele é jogado fora e pode acabar entupindo cursos de água, sufocando animais ou, às vezes, sendo queimado, enviando fumaças prejudiciais pelo ar. Um relatório detalhado publicado em maio lança nova luz sobre quem produz todo esse plástico descartável, 130 milhões de toneladas por ano, segundo a última contagem, e quem lucra com isso. Um grupo surpreendentemente pequeno de fabricantes gigantes e investidores estão no centro da indústria global” - Michael Corkery e Somini Sengupta/The New York Times - Life/Style, O Estado de S.Paulo, 26-06-2021.
“Mães de classes sociais mais altas tiveram mais chances de obter licenças maternidade mais longas durante o isolamento social gerado pela epidemia de Covid-19 no Brasil. Pesquisa encomendada pela Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, que atua pelo desenvolvimento de crianças na primeira infância, mostra que 17% das mães da classe AB (que têm renda familiar média mensal acima de R$ 11.300) tiveram o benefício por mais de quatro meses, contra apenas 2% das mães da classe D (ganho médio mensal de R$ 720)” – Mônica Bergamo, jornalista – Folha de S. Paulo, 28-06-2021.
“O Brasil estará condenado a um longo período de mediocridade caso o próximo governo não seja capaz de oferecer melhores perspectivas de vida para os 47,8 milhões de jovens na faixa entre 15 e 29 anos. O mais recente Atlas das Juventudes, realizado pelas redes de organizações Em Movimento e Pacto das Juventudes pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em parceria com a FGV Social, revela que quase a metade deste contingente populacional (47%) sairia do Brasil hoje caso tivesse oportunidade. É muito grave que tantos jovens não enxerguem seu futuro atrelado ao do País. Mais ainda, que não se sintam motivados a tomar parte da construção deste destino” – editorial “O País que queremos ser” – O Estado de S. Paulo, 28-06-2021.
“O quadro que se apresenta é o de um país incapaz de instilar esperança. Os jovens brasileiros são os que menos acreditam na progressão de vida por meio do trabalho (70%) na América Latina. Nos vizinhos Argentina e Uruguai, o grau de confiança é de 85% e 84%, respectivamente. Na Bolívia, 91%. Na Colômbia, 89%. No Chile, 87%” – editorial “O País que queremos ser” – O Estado de S. Paulo, 28-06-2021.
“O impacto do descaso do governo Jair Bolsonaro pela educação pode ser sentido até mesmo pelos jovens mais qualificados, que não veem condições de permanecer no Brasil. “As juventudes têm potencial para protagonizar agendas globais e locais de desenvolvimento social, mas, para isso, precisam do apoio de governos e de outros parceiros”, diz trecho do Atlas das Juventudes. Descuidar deste apoio é um crime contra o futuro do Brasil” – editorial “O País que queremos ser” – O Estado de S. Paulo, 28-06-2021.
FECHAR
Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:
Caso Covaxin. Contaminação de rebanho - Bolsonaro, seus filhos e o centrão - Frases do dia - Instituto Humanitas Unisinos - IHU