09 Fevereiro 2021
É um "caminho sinodal" que está em andamento na Igreja alemã e não um "Sínodo". Os organizadores fazem questão de ressaltar isso. O Sínodo é uma fórmula definida e regulada pelo direito canônico, requer aprovação específica da Santa Sé, com horários de início não muito curtos. O caminho dá a ideia de um processo aberto, de uma ação mais leve e rápida, pelo menos em seu início. A primeira etapa, ou seja, a primeira assembleia sinodal, foi em 30 de janeiro e 1º de fevereiro de 2020, a segunda foi realizada na última quinta-feira e ontem, embora na modalidade muito mais limitante ditada pela pandemia, ou seja, online. As duas assembleias restantes estão agendadas para 30 de setembro a 2 de outubro de 2021 e de 3 a 5 de fevereiro de 2022.
A reportagem é de Red. Cath., publicada por Avvenire, 06-02-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Dentro de um ano, a Igreja alemã poderia alcançar algumas mudanças, inclusive profundas, pelo menos nas quatro áreas dos trabalhos sinodais (e para quais foram dedicados quatro fóruns permanentes): "Poder e divisão de poderes na Igreja - Participação comum e planejamento missionário", "Viver em relações de sucesso - Amor que vive na sexualidade e na colaboração", "Vida sacerdotal hoje" e "Mulheres nos serviços e ministérios da Igreja".
Na quinta-feira, o cardeal Rainer Maria Woelki, arcebispo de Colônia, proferiu um sincero mea culpa por algumas de suas escolhas - uma sobre um padre acusado de abusos, outra sobre um estudo sobre os abusos cometidos na arquidiocese - que o tornaram alvo de críticas pesadas tanto na imprensa nacional quanto na própria assembleia sinodal.
Mas o dia também foi marcado pela forma como o presidente da Conferência Episcopal, o arcebispo de Bamberg Georg Bätzing, rejeitou as acusações de má gestão da segunda etapa do caminho sinodal – mas, veladamente, não apenas aquela - pronunciadas nos dias anteriores pelo bispo de Regensburg Rudolf Voderholzer.
Democratização da Igreja em seus processos de tomada de decisão, acesso de mulheres aos ministérios ordenados, celibato de sacerdotes tornado opcional são algumas das questões sob consideração do caminho sinodal que surgiram nas discussões online, e que estão criando tensões não apenas dentro o episcopado alemão. Junto com o outro grande tema de fundo, aquele da ética da sexualidade.
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Alemanha. Caminho sinodal “virtual” - Instituto Humanitas Unisinos - IHU