Recolhendo reflexões sobre a II Conferência Geral do Episcopado Latino-americano, realizada em Medellín (Colômbia) em 1968, Ameríndia lançou este 21 de Janeiro o livro digital, "Os clamores dos pobres e da Terra nos interpelam - Conversações". Editado por Óscar Elizalde Prada, Rosario Hermano e Deysi Moreno García, o novo livro analisa um momento eclesial que representou um "marco" para a Igreja na América Latina e no Caribe.

A reportagem é de Luis Miguel Modino.

O livro reúne as reflexões do III Congresso Continental de Teologia Latino-americana e Caribenha, realizado de 30 de Agosto a 2 de Setembro de 2018 em San Salvador, em colaboração com a Universidade Centro-Americana José Simeón Cañas (UCA). Este ano marcou o 50º aniversário de Medellín, considerado um antes e um depois na Igreja do continente, pelas suas contribuições, pelo momento histórico em que teve lugar, pela sua recepção do Concílio Vaticano II e pelo seu impacto na reflexão teológica do continente. Não é em vão que o Documento de Medellín tenha sido considerado o "bilhete de identidade" de uma Igreja que adquiriu progressivamente o seu próprio rosto e perfil teológico pastoral.

Ameríndia sempre teve como eixo a opção pelos pobres, a participação dos cristãos e cristãs nos movimentos populares e a teologia da libertação. Estes elementos estiveram presentes no congresso de San Salvador, que se deixou desafiar pelos clamores dos pobres e da Terra, à luz da teologia da libertação. Este tema tem continuado a estar presente nas reflexões da Ameríndia desde então.

O livro agora publicado é o segundo volume, uma continuação do publicado em 2019, que recolheu os artigos, reflexões, testemunhos e contribuições de quase vinte autores, incluindo Leonardo Boff, Silvia Scatenna, Gustavo Gutiérrez, Jon Sobrino, Maria Clara Bingemer, Pablo Bonavía, Elio Gasda, Francisco Aquino Junior, Rodolfo Cardenal, Francisco Bosch, María Cristina Ventura, Carlos Schickendantz, Martha Zechmeister, entre outros, que procuram responder, de diferentes ângulos, ao convite do Papa Francisco para "guardar e fazer fluir a riqueza do patrimônio de Medellín".

Apresentado por Socorro Martínez Maqueo, o livro de 264 páginas contém 17 textos que refletem sobre vários temas emergentes no campo teológico-pastoral latino-americano: geopolítica; justiça; comunicação; método teológico; sinodalidade; leigos; sacerdócio; comunidades eclesiais básicas; juventude; Panamazonia; ecoteologia; espiritualidade; e misticismo.

Entre os autores podemos citar Juan Luis Hernández, José Reginaldo Andrietta, Juan Hernández Pico, Emilce Cuda, Susana Nuin Núñez, Óscar Elizalde Prada, Francisco Bosch, María José Caram, Víctor Codina, Alejandro Ortiz, Cesar Kuzma, Luis Infante della Mora e Mauro Castagnaro, Manoel Godoy, Carlos Eduardo Cardozo, Mauricio López Oropeza, Afonso Murad, Marcelo Barros e Rosa Ramos.

Esta é uma obra que visa retomar a tentativa de "tecer a vida a partir de Deus e de baixo", promovida pela Ameríndia, à luz das grandes intuições de Medellín e de alguns núcleos temáticos que não podem ser adiados para a Igreja da América Latina e do Caribe.

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