10 Setembro 2020
"Quanto mais moralista eu for, mais dificultarei o encontro do pecador com a Cruz de Cristo. Denunciar o pecado implica em apontar a Cruz. Na Cruz está estampada a culpa, a maldade e o pecado de todos os homens: ricos e pobres, pretos e brancos, religiosos ou não. Mas ao mesmo tempo, na Cruz está também a inauguração da redenção da humanidade", escreve Nilson Gomes, graduado em Teologia pelo Instituto Cristão de Estudos Contemporâneos (ICEC) e pela Faculdade Unida de Vitória e Evangelista da Assembleia de Deus ministério do Belém em São Paulo, em artigo publicado por Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil, 06-09-2020.
Paulo, o apóstolo dos gentios, não se incomodou em escandalizar pelo escândalo da cruz judeus/religiosos/moralistas que, pela devoção e zelo à lei, não se abriam para o Evangelho da Graça. Paulo nem se importou que sua reputação fosse pelos ralos daquela religiosidade barata de falsa piedade. Foi firme na carreira que lhe estava proposta e encarou os inimigos da Cruz, destemidamente.
Hoje, cresce a cada dia, aqueles que certamente seriam opositores do Apóstolo tão citado, Paulo.
Percebemos pregadores que, na tentativa de passar a imagem do “João Batista” de hoje, fazem o contrário do apóstolo dos gentios, mantendo zelosamente sua reputação entre os religiosos, e, atacando “gentios”. Esbravejam “santidade” com capa moralista e, com isso, se julgam defensores da verdade.
Entretanto, defender a Verdade é tornar notório o mistério de Cristo. Porque verdade no Evangelho não é um conceito teológico ou filosófico. Verdade não é um compêndio doutrinário, e nem um conjunto de regras que eu tenho que obedecer. Verdade no Evangelho é uma Pessoa, Jesus Cristo (João 14.6).
Portanto, defender doutrinas e teologias não significa defender o Evangelho. A teologia deve estar a serviço do Evangelho e não o contrário. Ser moralista não é ser um “João Batista”, tampouco significa falar a verdade. Pregar contra o pecado não é atacar quem não anda de acordo com o que eu creio ou da maneira como creio, mas denunciá-lo primeiramente em mim. Como disse o apóstolo dos gentios:
“Antes, subjugo o meu corpo e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado”. (1Co 9.27)
Quanto mais moralista eu for, mais dificultarei o encontro do pecador com a Cruz de Cristo. Denunciar o pecado implica em apontar a Cruz. Na Cruz está estampada a culpa, a maldade e o pecado de todos os homens: ricos e pobres, pretos e brancos, religiosos ou não. Mas ao mesmo tempo, na Cruz está também a inauguração da redenção da humanidade. Daí pra frente, tudo o que precisa é Crer. Porque na Cruz Cristo já fez tudo. Tetelestai.
Termino com a frase do Carlos Bezerra Jr.: “a história nos mostra que todo moralista tem um fim trágico”.
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O moralismo tem afastado as pessoas da Cruz de Cristo - Instituto Humanitas Unisinos - IHU