22 Agosto 2020
As orações feitas por dois católicos proeminentes durante a noite de encerramento da Convenção Nacional Democrata focaram em atender às necessidades das pessoas nas margens da sociedade e de um planeta que enfrenta uma catástrofe ambiental.
A reportagem é de Dennis Sadowski, publicada em Catholic News Service, 21-08-2020. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
As orações da Ir. Simone Campbell, diretora executiva da Network, um grupo católico de justiça social, e do padre jesuíta James Martin, colunista da revista America, encerrou a agenda da convenção no dia 20 de agosto.
O candidato democrata à presidência, Joe Biden, que é católico, aceitou a indicação do partido para presidente durante os eventos da noite.
Campbell, membro das Irmãs do Serviço Social, e Martin pré-gravaram as suas respectivas orações anteriormente. Campbell fez a invocação, e Martin fez uma bênção.
Em sua oração de abertura, Campbell invocou o “Espírito Divino” a “mover nossos corações e mentes para que possamos lutar por uma visão que seja digna de vós e do vosso chamado para honrar a dignidade de toda a vossa criação”.
Ela rezou por “uma visão de quem somos como povo, enraizado na comunidade e no cuidado de todos, especialmente dos mais marginalizados. Uma visão que cuide da nossa terra e cure o planeta. Uma visão que acabe com o racismo estrutural, a intolerância, o sexismo tão comum agora na nossa nação e na nossa história. Uma visão que garanta que os famintos sejam saciados, que as crianças sejam alimentadas, que os imigrantes sejam acolhidos”.
Campbell implorou que Deus “inspire em nós e em nossas lideranças uma nova resolução” de trabalhar juntos “para construir uma comunidade nacional baseada na cura, destemidamente baseada na verdade, e que viva um senso de responsabilidade compartilhada”.
Martin disse que sua bênção se concentrou na “dignidade de toda a vida humana, incluindo os nascituros, incluindo as pessoas LGBT, incluindo os presos no corredor da morte”.
“Para mim, isso era essencial”, disse ele ao Catholic News Service. “Foi muito importante para mim apresentar a ética coerente da vida e apresentar o complemento total do ensino da Igreja sobre a vida.”
“Abri os nossos corações aos mais necessitados”, rezou ele na oração pré-gravada, “o pai desempregado preocupado em alimentar seus filhos. A mulher que é mal paga, assediada ou abusada.”
Sua ladainha incluía “o homem ou a mulher negros que temem por suas vidas. O imigrante na fronteira, ansiando por segurança. O sem-teto à procura de uma refeição. O adolescente LGBT que sofre bullying. O nascituro no útero. O presidiário no corredor da morte”.
“Ajudai-nos a ser uma nação onde cada vida é sagrada, todas as pessoas são amadas, e todos são acolhidos. Amém”, disse ele.
Martin afirmou que teria feito a mesma oração na Convenção Nacional Republicana, se tivesse sido convidado.
“Acho importante rezar por todas essas pessoas o tempo todo”, disse ele.
A oração de Martin foi uma das três oferecidas como uma bênção. Quem se uniu a ele nas orações pré-gravadas foram o rabino Lauren Berkun, vice-presidente do Shalom Shalom Hartman Institute of North America, e o Imã al-Hajj Talib ‘Abdur-Rashid, um ativista muçulmano pela justiça social de Nova York.
Enquanto isso, o cardeal Timothy M. Dolan, de Nova York, fará uma oração no dia 24 de agosto durante a noite de abertura da Convenção Nacional Republicana. O presidente Donald Trump e o vice-presidente Mike Pence serão indicados como candidatos do Partido Republicano para um segundo mandato durante as atividades da noite.
A plataforma do Partido Republicano sobre o aborto geralmente é vista como mais próxima do ensino da Igreja Católica do que a plataforma dos democratas, que apoiam o aborto legal. O candidato democrata, Biden, defende o aborto legalizado.
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EUA. Orações na Convenção Democrata pedem compaixão pelas pessoas e pelo planeta - Instituto Humanitas Unisinos - IHU