Parem a máquina da guerra, invistam na paz e na saúde, pede ACT Aliança

Tanque de guerra. | Foto: Youtube/Reprodução

Mais Lidos

  • "A ideologia da vergonha e o clero do Brasil": uma conversa com William Castilho Pereira

    LER MAIS
  • O “non expedit” de Francisco: a prisão do “mito” e a vingança da história. Artigo de Thiago Gama

    LER MAIS
  • A luta por território, principal bandeira dos povos indígenas na COP30, é a estratégia mais eficaz para a mitigação da crise ambiental, afirma o entrevistado

    COP30. Dois projetos em disputa: o da floresta que sustenta ou do capital que devora. Entrevista especial com Milton Felipe Pinheiro

    LER MAIS

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

23 Abril 2020

O secretário geral de ACT Aliança, o brasileiro Rudelmar Bueno de Faria, emitiu declaração lembrando a vulnerabilidade de pessoas que já experimentam crise humanitária, pobreza, desigualdade e aperto econômico, acentuada agora com a pandemia de covid-19, e pediu uma governança global mais contundente. 

A informação é de Edelberto Behs, jornalista.

“As necessidades humanitárias ficarão mais agudas e difíceis de atender e financiar, já que os países do mundo estão centrados em satisfazer suas próprias necessidades relacionadas ao covid-19. No momento em que todos os governos e instituições deveriam garantir o acesso pleno, seguro, imediato e sem restrições para o pessoal humanitário e médico, bem como a equipamentos e suprimentos nas áreas mais afetadas, é angustioso ver alguns governos utilizando táticas de guerra econômica para controlar as cadeias de distribuição de bens que agora se convertem em estratégicas e que, por sua vez, prejudicam uma resposta humanitária justa, de modo especial em países com menos recursos financeiros”, anota. 

O serviço de imprensa do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) divulgou a preocupação do Departamento de Serviço aos Refugiados Palestinos do Conselho de Igrejas do Oriente Médio em relação à Faixa de Gaza, onde existem apenas 60 respiradores disponíveis para uma população de 2 milhões de pessoas. Não é muito diferente o quadro na Cisjordânia, onde há 205 respiradores para 2,5 milhões de habitantes.

Pessoas deslocadas por causa de conflitos, guerras e disputas, refugiados, migrantes, asilados em países com frágeis sistemas de saúde estão superexpostas à pandemia, se não receberem ajuda humanitária. Mesmo assim, “ainda vemos que alguns poucos governos seguem sendo inflexíveis para relaxar ou anular embargos econômicos e sanções a países e populações que já lutavam para sobreviver em tempos normais”, lamenta Bueno de Faria

ACT Aliança pede, pois, que sejam suspensos embargos e sanções econômicas aos países atingidos pela pandemia, especialmente Cuba, Irã, Coréia do Norte e Venezuela, “como um gesto de humanidade, superando uma postura política”. Solicita, ainda, à comunidade internacional e a governos a suspensão ou exoneração do pagamento da dívida externa dos países pobres afetados, a fim de permitir que canalizem esses recursos para responder à pandemia

A declaração de ACT Aliança incita governos a realocarem os recursos destinados à manutenção da máquina de guerra para o enfrentamento da pandemia e, assim, apoiar os processos de paz. 

Bueno de Faria agradeceu o secretário geral das Nações Unidos pelo chamado que dirigiu à comunidade internacional no sentido de avançar em direção a uma estratégia de saúde “que garanta, com total transparência, uma resposta global coordenada, incluída aí a ajuda aos países que estão menos preparados para enfrentar a crise”. O líder mundial conclamou a “silenciar as armas” e “concentra-nos juntos na verdadeira luta de nossas vidas.” 

Rudelmar enfatiza que agora é a “hora de aproveitar esta oportunidade para repensar nossa compreensão da humanidade e como funciona a governança global”. ACT Aliança é o organismo de ajuda humanitária presente em 120 países, amparado por 145 igrejas e organizações que integram o Conselho Mundial de Igrejas.

 

Leia mais