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Adeus a Delumeau, historiador do medo e do Paraíso

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16 Janeiro 2020

"Católico praticante, mas crítico, almejava medidas de choque adequadas aos nossos tempos para salvar a Igreja, começando com uma profunda revisão do papel das mulheres. Seu desaparecimento é ainda mais sentido e pesado em um momento como o nosso, no qual a Igreja Católica está sofrendo o ataque de tendências pseudo-tradicionalistas, que na realidade gostariam de fazer do catolicismo um instrumento político a serviço do "profundo governo" do mundo e de quem o comanda em proveito próprio", escreve Franco Cardini, historiador italiano e professor do Istituto Italiano di Scienze Umane (Sum), em artigo publicado por Avvenire, 15-01-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O estudioso, católico praticante, mas crítico, almejava medidas de choque adequadas aos tempos para salvar a Igreja ameaçada por tendências pseudo-tradicionalistas. O historiador francês, professor na Sorbonne e no Collège de France, morreu na segunda-feira, aos 96 anos. Depois de Roma, entre o Renascimento e a Reforma, ele colocou no centro de sua pesquisa o papel do medo no Ocidente pré-industrial, investigando as dinâmicas sociais em que ele se produziu e suas consequências. Uma lição que também pode dizer muito sobre a nossa contemporaneidade.

Como é possível, como historiadores, escrever sobre o Paraíso e o Inferno, ou seja, algo que para os crentes está além do tempo e do espaço físicos, portanto, por definição, além do que é precisamente objeto da história? É possível entender Jacques Le Goff, que escreveu a história do Purgatório, que aliás, segundo a doutrina católica, desaparecerá com o fim dos tempos, portanto, no final da contas, existe na história. E, aliás, Le Goff certamente não acreditava no purgatório: ele se limitava a fazer a história justamente de como havia nascido a crença, para ele era como escrever um livro de mitologia.

Delumeau fez a mesma coisa, para o Paraíso e para o Inferno. A diferença é que ele era católico e acreditava em ambos. "Agora sabe ...", como dizia Dante. Há algumas horas - de acordo com o método como nós o calculamos - ele o sabe. Para nós resta a admiração por suas obras e dor pelo seu desaparecimento, que ocorreu na segunda-feira em Nantes, onde nasceu em 1923. "Terrível é a força das coisas que não são", dizia Arturo Graf, no final do século XIX: e ele dizia isso a propósito do diabo, mas também ele não acreditava. Jean Delumeau teria lhe respondido que a força das coisas que ao contrário são, mesmo que ordinariamente não sejam vistas e não se possam ver, é ainda mais forte.

Jean Delumeau foi professor de história moderna na Universidade de Rennes (1957-70), depois em Paris-Sorbonne (1970-75), finalmente no Collège de France (1975-1994), onde ensinou história das mentalidades religiosas no Ocidente moderno. Membro da Académie des Inscriptions et Belles-Lettres (desde 1988), dedicou-se inicialmente à história de Roma no Renascimento (La vie économique et sociale de Rome dans la seconde moitié du XVIe siècle, 2 volumes, 1957-59; Rome au XVIe siècle, 1977; trad. It. 1979), da história da Reforma Luterana (Naissance et afirmation of la Réforme, 1965; trad. It. 1975; Le catholicisme entre Luther et Voltaire, 1971; trad. it. 1976), das perspectivas do cristianismo no mundo contemporâneo (Le christianisme va-t-il mourir?, 1977; trad. it. 1978; Un christianisme pour demain, 2004). Sem dúvida, no entanto, seu nome está ligado aos estudos sobre o medo que caracterizaram seu trabalho no final dos anos 1970 por uma década: lembramos, por exemplo, La peur en Occident (XIVe-XVIIIe siècles): une cité assiégée (1978; trad.it. 1979); Le peché et la peur. La culpabilisation en Occident (XIIIe-XVIIIe siècles) (1983; trad. it. 1987); Rassurer et Protéger (1989).

Nos anos mais recentes, no entanto, ele publicou, entre 1992 e 2000, três grandes volumes sobre a história do paraíso e, para um público mais amplo, uma síntese dessa história, que se conecta às preocupações mais contemporâneas, nas quais o paraíso permanece, apesar das dificuldades atravessadas pelo cristianismo, um horizonte impraticável e desejável. Católico praticante, mas crítico, almejava medidas de choque adequadas aos nossos tempos para salvar a Igreja, começando com uma profunda revisão do papel das mulheres. Seu desaparecimento é ainda mais sentido e pesado em um momento como o nosso, no qual a Igreja Católica está sofrendo o ataque de tendências pseudo-tradicionalistas, que na realidade gostariam de fazer do catolicismo um instrumento político a serviço do "profundo governo" do mundo e de quem o comanda em proveito próprio. Uma ideia impensável para uma fé que nasce plural e universalista. Leiam o livro de Nicolas Senèze, vaticanista do "La Croix", Comment l'Amérique veut changer de pape (Bayard 2019).

Vamos admitir: aliás, vamos declarar. Delumeau nos deixou no momento em que todos temos medo. Suas obras-primas escritas entre 1978 e 89 sobre o medo e a necessidade de segurança haviam acertado no alvo do presente: mais do que ele jamais teria imaginado. E precisamente as obras de Jean Delumeau sobre o tema do medo poderiam ser um guia para o presente momento que atravessamos. A investigação do historiador francês partia não do "medo" como se fosse algo dado e objetivo, mas pelo papel do medo na história, particularmente no Ocidente pré-industrial, tentando entender as dinâmicas sociais dentro das quais se produz, quais são as consequências Para isso, ele buscava recursos, de acordo com a melhor tradição da historiografia francesa, a partir daquela dos "Annales" até às ciências sociais: psiquiatria, psicologia, sociologia, antropologia.

Existe um medo instintivo e natural: “O medo é ambíguo. Inerente à nossa natureza, constitui um bastião essencial, uma garantia contra os perigos, uma reflexão indispensável que permite ao organismo escapar temporariamente da morte. (...) Mas, se exceder uma dose suportável, torna-se patológico e cria bloqueios" (La Paura in Occidente, p. 19).

Contudo, o ponto de partida que psiquiatria ou antropologia podem dar não é suficiente para o historiador, que também apreende mecanismos políticos e sociais que moldam o crescimento do sentimento de medo que se torna angústia; seu estudo mais famoso tem como subtítulo "a cidade sitiada", que para Delumeau é a Igreja entre os séculos XIV e XVII, ou seja, entre a Peste Negra e o período sucessivo à Reforma. O turco, os judeus, os hereges, as mulheres, em particular as bruxas, são a projeção desses medos, que atuam tanto no nível popular quanto nas hierarquias de poder.

Em resumo, uma lição que ultrapassa possíveis revisões de sua obra e de suas posições, sempre legítimas no âmbito historiográfico, o que também pode dizer muito sobre nossa contemporaneidade. Assim como é uma lição a maneira como Jean Delumeau nos deixou: de acordo com o jornal "La Croix", o próprio historiador havia preparado um texto que será lido em seu funeral. "Minha vida teve suas dores e suas alegrias, seus fracassos e seus sucessos, suas sombras e suas luzes, seus defeitos, erros e inadequações, mas também seus entusiasmos, seus impulsos e suas esperanças. Eu terminei minha corrida. Possa eu adormecer na tua paz e no teu perdão! Sê meu refúgio e minha luz. Eu me rendo a ti. Eu vou entrar na terra. Mas que meu último pensamento seja o da confiança”.

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