Cardeal Kasper, sobre padres casados: "Agora a bola está no telhado das conferências episcopais"

Foto: Miguel Vera León | Flickr

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30 Junho 2019

O cardeal Walter Kasper considera "imperativo e muito urgente" debater a possibilidade de ordenação de homens casados. Além disso, o papa Francisco quer que os bispos do mundo o proponham. "Agora a bola está no teto das conferências episcopais", disse Kasper, presidente emérito do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos e um dos assessores teológicos mais próximos do papa Bergoglio.

A reportagem é de Cameron Doody, publicada por Religión Digital, 28-06-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Quanto à falta de padres, "simplesmente, não podemos continuar com a situação atual", disse Kasper em declarações coletadas em sites católicos alemães.

"Hoje, muitas vezes, o sacerdote é obrigado a gerir quatro ou cinco paróquias. Eles não têm tempo para o trabalho pastoral", aprofundou o cardeal, dando assim uma razão prática para a reintrodução dos padres casados.

"Importar padres da Índia ou da África não é realmente uma solução ... Alguns são bons, mas em muitos casos as diferenças culturais são grandes demais", alertou.

Mas não são apenas considerações práticas que justificam a ordenação de homens casados, segundo Kasper. Há também boas razões teológicas por trás disso.

"Cada conferência episcopal deve primeiro decidir se é a favor [de ordenar pessoas casadas] e descrever como pretende aplicá-la, e então submeter suas propostas ao papa", acrescentou o cardeal, acrescentando que "a situação (vocacional) difere tanto nas diferentes partes do mundo, que não é possível dar uma solução universal uniforme".

"Tenho a impressão de que, se seus argumentos [das conferências episcopais em favor dos padres casados] forem bem fundamentados, serão recebidos positivamente" pelo papa, apontou o cardeal.

O Instrumentum Laboris do Sínodo para a Amazônia, que ocorrerá em outubro, abriu as portas para que a Igreja tome um rumo histórico e torne mais flexível a prática do celibato clerical compulsório.

O documento, publicado na semana passada, inclui em seu número 129:

"Afirmando que o celibato é um dom para a Igreja, pede-se, para as áreas mais remotas da região, a possibilidade de ordenação sacerdotal para pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e aceitas por suas comunidades, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com o objetivo de assegurar os sacramentos que acompanham e sustentam a vida cristã".

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