25 Junho 2019
Uma pesquisa inédita divulgada ontem mostra o que a juventude brasileira pensa e o que sabe (ou não) sobre ciência e tecnologia. Feito pelo Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT), o estudo envolveu entrevistas domiciliares com 2,2 mil jovens entre 15 e 22 anos, em 21 estados e do distrito federal. E há resultados um tanto desesperadores.
A informação é publicada por Outra Saúde, 25-06-2019.
Mas comecemos pelas boas notícias: a maioria (67%) manifesta grande interesse no tema; 60% acham que o governo federal deveria aumentar o investimentos nisso, 68% concordam que os governantes devem seguir as orientações dos cientistas; e cerca de 70% consideram que a ciência traz muitos benefícios para a humanidade.
Porém... Mais da metade (54%) considera que os cientistas estão exagerando sobre os efeitos das mudanças climáticas e 40% concordam que, se a ciência não existisse, seu dia a dia não mudaria muito. Outros 60% não sabem que antibióticos não combatem vírus e 26% acreditam que vacinar as pessoas pode ser perigoso. A maioria esmagadora (87%) não conseguiu se lembrar do nome de nenhuma instituição de pesquisa brasileira, e só 5% soube dizer o nome de algum cientista nacional.
O estudo mostra que a juventude se informa sobre o tema nas mídias e plataformas digitais, como se esperava, principalmente pelo Google e o Youtube. E ainda que hoje já não busca tanto ativamente os temas, mas sim 'tropeça' neles na internet. Quase metade dos jovens acha difícil saber se uma notícia é falsa ou verdadeira e, para 21% deles, isso é muito difícil ou impossível.
“Esperávamos que os jovens se saíssem melhor que os adultos nesse quesito, por estarem mais próximos das universidades; mas não. Temos um trabalho urgente a fazer na melhoria da comunicação da ciência no Brasil”, afirma Yurij Castelfranchi, um dos pesquisadores, no Jornal da USP.
Mais difícil para as mães
E fazer pesquisa é mais difícil para as mães, segundo mostram os dados preliminares de uma pesquisa da Parent in Science. As agências que financiam trabalhos exigem produtividade dos cientistas, mas a dedicação aos filhos faz com que ela evidentemente diminua e, com isso, as possibilidades de trabalho também.
A pesquisa foi feita com questionários online respondidos por, até o momento, três mil mulheres e homens. Quase 80% das mulheres que responderam são mães e, destas, metade são as únicas responsáveis pela criança. Entre elas, 45% têm dificuldade de trabalhar em casa – e 21% só conseguem fazer isso de madrugada, quando os filhos dormem.
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Ciência e Tecnologia. Jovens brasileiros gostam, mas desconhecem - Instituto Humanitas Unisinos - IHU