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O “quadrante mágico” (RICI) que desafia os EUA e o Ocidente

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21 Março 2019

"A guerra comercial entre os EUA e a China pode acirrar as fissuras da economia e da governança internacional", escreve José Eustáquio Diniz Alves, doutor em demografia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE, em artigo publicado por EcoDebate, 20-03-2019.

Eis o artigo.

O mundo já deu muitas voltas e assistiu à ascensão e queda de diversas potências, como os Impérios Egípcio, Persa, Macedônico, Hindu, Chinês, Romano, Português, Otomano, etc. Com a Revolução Industrial e Energética, do final do século XVIII, a Europa e o Ocidente assumiram a dianteira da economia mundial e o Império Britânico se tornou a potência dominante do século XIX, mas perdeu o primeiro lugar para os Estados Unidos no século XX.

Com o crescimento da URSS, após a Segunda Guerra Mundial, parecia que o Império Soviético estava destinado a vencer a Guerra Fria e, como disse Nikita Kruschev, o socialismo enterraria o capitalismo. Contudo, foi o Império Soviético que se desmanchou como um castelo de areia. A queda do Muro de Berlim, em 1989, e o fim da URSS, em 1991, deixaram os Estados Unidos (EUA) como a única potência mundial capaz de dar um rumo para a economia e a governança global.

A década de 1990 assistiu ao poder unipolar dos EUA e parecia que a democracia liberal e as forças de mercado predominariam no mundo. Como disse Milton Friedman: “As urnas geram conformidade sem unanimidade; o mercado gera unanimidade sem conformidade. É por essa razão que é desejável usar urnas, tanto quanto possível, somente para aquelas decisões nas quais a conformidade é essencial”. A recomendação dos EUA para o resto do mundo foi a universalização do regime democrático liberal, com predominância das forças de mercado. Isto está expresso no decálogo do “Consenso de Washington”:

  1. Disciplina fiscal e baixo déficit público;
  2. Focalização dos gastos públicos em educação, saúde e infraestrutura;
  3. Reforma tributária;
  4. Liberalização financeira;
  5. Taxa de câmbio competitiva;
  6. Liberalização do comércio exterior;
  7. Eliminação de restrições ao capital externo;
  8. Privatização e venda de empresas estatais;
  9. Desregulação das relações trabalhistas;
  10. Propriedade intelectual.

Todavia, a predominância americana, junto ao poder do G7 (que reúne as 7 maiores economias liberais capitalistas do Planeta), foi abalada por uma série de transformações no cenário global. Em primeiro lugar, Putin tornou-se presidente da Federação Russa em 31 de dezembro de 1999. Ele tentou um diálogo com Washington e a OTAN, mas a decisão dos EUA, em 2002, de se retirar do Tratado de Mísseis Antibalísticos (Tratado ABM) marcou o começo do fim do sonho ocidental de integrar a Russa à OTAN.

Em segundo lugar, após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, o foco de Washington passou a ser a luta contra o terrorismo. Ao invés do receituário liberal, os EUA investiram na ocupação de países importantes em regiões estrategicamente fundamentais do planeta. Na Eurásia, as forças dos EUA estabeleceram-se no Afeganistão sob o pretexto de combater a Al-Qaeda e o Taleban. No Oriente Médio, eles ocupam o Iraque e o tornaram uma base operacional, o que provocou a desestabilização de todo o Oriente Médio.

Em terceiro lugar, a China foi aceita na Organização Mundial do Comércio (OMC) em dezembro de 2001 e o poder econômico chinês decolou graças às empresas industriais ocidentais transferindo sua produção para o leste asiático e graças ao acesso ao mercado americano e ocidental. Os consumidores mundiais ganharam muito com os produtos baratos chineses, mas o peso do operário e da industrialização ocidental definharam.

A Índia também, aproximadamente, se reposicionou e seguiu os passos da China, buscando fortalecer a sua base econômica no setor de serviços e investiu no crescimento pacífico para tentar superar as condições de atraso e pobreza do país. Historicamente, a Índia tinha uma boa relação com a Rússia e muitos conflitos com a China. Mas a relação recente dos dois gigantes demográficos têm melhorado muito depois da formação da APEC (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico) e do grupo BRICS, mas principalmente depois da entrada da Índia na Organização para a Cooperação de Xangai (OCX). Nos dias 27 e 28 de abril de 2018 houve um encontro informal entre o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o presidente chinês, Xi Jinping, na cidade de Wuhan. Em abril de 2019 haverá eleições na Índia (a maior democracia do mundo) e Narendra Modi tenta se manter no poder. A cooperação China e Índia (Chíndia) tem melhorado e é uma relação bilateral essencial para o Oriente e para o mundo.

Em quarto lugar, Irã entendeu que poderia ser a próxima vítima da interferência americana, pois a revolução islâmica de 1979 não foi esquecida nem perdoada pelos EUA. Assim, o Irã e a Rússia continuaram em seu caminho de rejuvenescimento militar a fim de garantir uma dissuasão suficiente para desencorajar quaisquer ataques de Israel ou dos EUA. A crise da Síria fortaleceu os vínculos da Rússia e do Irã e enfraqueceu a presença americana na região.

Para piorar o sonho americano, a quebra do banco Lehman Brothers, em 2008, e a recessão que enfraqueceu a economia dos EUA e a economia europeia, deixou o Ocidente com uma influência menor e mais fraco na competição direta com o Oriente. O ritmo de crescimento do lado oriental tem sido muito maior do que no lado ocidental.

Como mostra o gráfico abaixo, com dados do FMI (em poder de paridade de compra – ppp) a correlação de forças mudou completamente no espaço de 30 anos. Em 1992, a economia do grupo RICI (Rússia, Índia, China e Irã) representava apenas 14,6% do PIB mundial, enquanto os EUA, a União Europeia e o Canadá representavam 46,4% (os líderes ocidentais eram mais de 3 vezes maiores do que o “quadrante mágico”). Até 2001, os números não tinham mudado muito com 45,6% para os países do Oeste contra 16,8% para os países do Leste. Contudo, as duas primeiras décadas do século XXI assistiram uma mudança épica, com os dois grupos se aproximando e com a ultrapassagem do RICI sobre os EUA+Canadá+União Europeia a partir de 2020 (32,2% contra 31,7%. Segundo dados do FMI, o “quadrante mágico” vai abarcar 34,3% do PIB global em 2023 contra 29,9% dos EUA, Canadá e União Europeia.


Acesse o link aqui.

Desde o fim do G8, em 2009, a Rússia se afastou definitivamente do G7. Com a anexação da Crimeia, em 2014, e os crescentes conflitos com a Ucrânia, o divórcio da Rússia com o Ocidente se aprofundou, deixando Moscou com a alternativa de ficar isolado ou se aproximar da China. Lembrando que o aprofundamento do racha da China com a URSS foi uma das grandes conquistas geopolíticas do governo Nixon na década de 1970. Contudo, a criação do grupo BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) a partir de um estudo feito pelo economista Jim O’ Neill, do banco de investimento Goldman Sachs, possibilitou a aproximação do chamado “triângulo estratégico” formado pelo RIC: Rússia, Índia e China.

Com o início do governo Donald Trump, em janeiro de 2018, a divisão entre o Ocidente e o Oriente se consolidou, na medida que os EUA definiram sua política externa como “America First”. Logo no seu primeiro dia de trabalho na Casa Branca, Trump assinou um decreto determinando a saída dos EUA da Parceria Transpacífico (TPP), acordo assinado em 2015 por 12 países de três continentes, que era considerado o mais importante tratado comercial do mundo nas últimas décadas. O isolacionismo e o antiglobalismo do governo Trump tem fortalecido o protagonismo de Rússia, Índia e China (RIC) e o papel central na Eurásia, com forte influência nos oceanos Pacífico e Índico.

Em maio de 2018, numa das decisões mais controvertidas de política externa, o presidente dos EUA decidiu abandonar o acordo nuclear firmado com o Irã, retomando as sanções contra o país. Exatamente em um momento em que o Irã desempenha um papel vital no Oriente Médio e Índia, China e Rússia usam o Oriente Médio como uma ponte para promover a integração energética, econômica e militar da Eurásia. Com a perspectiva de paz na Síria, Iraque e Afeganistão, aumentam as chances de integração de dezenas de países da Eurásia e não sob a batuta dos EUA. Em março de 2019, o presidente Donald Trump anunciou a intenção de retirar a Turquia e a Índia do Sistema Geral de Preferências. Idealizado no âmbito da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad), esse sistema tem como objetivo que as mercadorias de países em desenvolvimento possam ter acesso privilegiado aos desenvolvidos.

Existe uma ampla literatura tratando do “triângulo estratégico (Rússia, Índia e China – RIC) que está soerguendo a Eurásia e o Oriente e desafiando o poder dos Estados Unidos (EUA) e do Ocidente (Alves, 26/04/2017). Mas, indo além de toda essa literatura, há pesquisadores e autores que acrescentam o Irã na formação de um “quadrante mágico” (RICI) que está mudando o mundo e reforçando a ideia do século XXI como o século da Ásia (Pieraccini, 25/01/2019).

Estes quatro países representam quatro civilizações e culturas muito diferentes da tradição judaica-cristã-ocidental. A Rússia Ortodoxa (cristã oriental), a Índia Hindu, a China Ateia e Budista e o Irã Muçulmano são o contraponto mais perfeito ao projeto de democracia liberal com predominância do mercado. No lugar do “Consenso de Washington” tem se fortalecido o denominado “Consenso de Beijing”, que consiste em uma combinação de regime político autoritário e eficiência de mercado, com, pelo menos, as seguintes características:

  1. Promoção das economias em que a propriedade estatal continue sendo dominante;
  2. Promoção de câmbio competitivo, com mudanças graduais para evitar choques e controle cambial para evitar a especulação;
  3. Políticas de promoção das exportações (Export-led growth) com proteção da indústria local e dos setores estratégicos do país;
  4. Reformas de mercado, mas com controle das instituições políticas e culturais;
  5. Centralização das decisões políticas e das estratégias de projeção nacional.

Com o fim do poder unipolar dos EUA e o declínio relativo da economia dos países ocidentais, o “quadrante mágico” aparece como uma alternativa não só para os países da Eurásia, mas também para a África e até mesmo para a América Latina (sendo, por exemplo, a última tábua de salvação para o regime de Nicolás Maduro na Venezuela e de Daniel Ortega na Nicarágua). A próxima reunião de cúpula do BRICS será no Brasil, em 2019, e haverá confronto de posicionamentos entre o Brasil e, principalmente, Rússia e China.

A guerra comercial entre os EUA e a China pode acirrar as fissuras da economia e da governança internacional. A prisão da executiva Meng Wanzhou, CFO da companhia Huawei, 2ª maior produtora de celulares do mundo e grande produtora de equipamentos de telecomunicações (com ligações estreitas com as forças armadas) é um exemplo da tensão que existe pela liderança global da Revolução 4.0. O mundo ainda vai assistir a outros capítulos da guerra científica e tecnológica entre China e os EUA, que envolve a disputa pela liderança da implantação da infraestrutura da rede de internet móvel 5G, da Internet das coisas (IoT), da Inteligência Artificial, computação quântica, etc.

A China, com a iniciativa “Um cinturão uma Rota”, busca unir o “quadrante mágico” e a Eurásia na tentativa de criar a maior faixa continental de uma economia multimilionária. Enquanto isto, os EUA brigam com os aliados e tenta construir um muro para se isolar da América Latina e do mundo. Desta forma, fica cada vez mais provável a emergência da Era Asiática no século XXI e o “quadrante mágico” estará no centro deste novo poder.

Referências:

ALVES, JED. RIC: o triângulo estratégico que pode mudar a governança mundial, Ecodebate, 26/04/2017

ALVES, JED. A aliança China-Índia (Chíndia) e a ascensão do século asiático. Ecodebate, 04/05/2018

Federico Pieraccini. Russia China India and Iran The Magic Quadrant That is Changing the World, Strategic culture, 25/01/2019

Ritesh Singh. Beware a full tilt to the US: A far better foreign policy for India will be an open market and double-digit growth, TOI, January 31, 2019

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