Colômbia. Novo (velho) ministro da Fazenda é mais um ortodoxo à frente da economia no continente

Foto: Adriana Aguilera | Flickr

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Por: Wagner Fernandes de Azevedo | 13 Julho 2018

O presidente eleito na Colômbia, Ivan Duque, anunciou o primeiro ministro do seu governo. Alberto Carrasquilla será o responsável pela economia. O novo (velho) ministro da Fazenda é um economista ortodoxo. Em sua primeira movimentação Duque segue as expectativas. O anúncio de todo o quadro ministerial está previsto para domingo, dia 15. O anúncio adiantado foi um aceno para o mercado.

O nome de Alberto Carrasquilla era esperado pela sua participação na campanha de Duque e na criação do plano de governo. Durante os anos de 2003 e 2007 comandou a mesma pasta no governo de Álvaro Uribe. A repetição no ministério reafirma as teses de continuidade da política uribista nas mãos de Duque.


As posições econômicas de Carrasquilla são uma guinada para o neoliberalismo na América Latina. O ministro compõe o grupo de economistas que critica as políticas de salário mínimo. Após sua saída do ministério em 2008, gerou polêmica ao apontar que o salário colombiano “era ridiculamente alto”. De acordo com o Ministério do Trabalho colombiano, na época o salário estava em torno de US$ 216, e atualmente, subiu para US$ 262. Neste ano, novamente apresentou críticas à política afirmando que o salário é “uma fake news”.

Em relação aos impostos defende uma reforma tributária, entretanto, não vê possibilidades de serem feitas a longo prazo. Na sua opinião, o governo tem no máximo seis meses para conseguir colocar em prática. O ministro defende a taxação da cesta básica a fim de que os impostos “sejam revertidos em serviços para os mais necessitados”. Nessa linha, defende também uma reforma nas pensões, pois aos 40 anos alguns direitos já estão assegurados, então se há maiores benefícios que contribuições por parte dos trabalhadores. A defesa das reformas fiscais foram apresentadas em artigo na Revista Dinero, no qual as defende para combate da dívida pública.

Desde que exerceu o cargo de ministro é um defensor da privatização das empresas estatais. A Ecopetrol, empresa petrolífera estatal, já foi seu alvo de críticas. Em encontro com banqueiros, em 2009, afirmou que mais importante que uma reforma fiscal na época, era o governo privatizar seus ativos. Na semana passada, Duque recebeu uma proposta da Federação de Seguradoras Colombianas de privatização dos 88,5% de participação do estado colombiano na empresa.


A conexão de Carrasquilla e Duque começou pelo setor financeiro e se manifesta como um elo forte no período de transição presidencial. Duque quando estava no Banco Interamericano de Desenvolvimento — BID fortaleceu diálogo com o então ministro de Uribe. Durante a campanha eleitoral e no diálogo com o atual governo de Juan Manuel Santos, o “novo velho economista” é a principal liderança.


Dado o anúncio do novo chefe da economia, Duque reuniu-se na quinta-feira, 12-7, com os principais líderes do setor produtivo do país, no clube de banqueiros de Bogotá. Na reunião apresentou a intenção de reformas para o crescimento e a geração de emprego. A agremiação de empresários apresentou também uma série de propostas para a reativação da economia, acolhidas por Duque como “uma grande coincidência com a agenda que o governo planeja”.

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