Por: Lara Ely | 21 Outubro 2017
A Argentina alcançou o objetivo de se qualificar para a Copa do Mundo de 2018, mas arrisca não erradicar a fome em seu território antes de 2030. E, juntamente com ela, quatro outros países da América Latina: Equador, El Salvador, Peru e Venezuela. O índice divulgado esta semana no relatório Panorama da segurança alimentar e nutricional na América Latina e no Caribe 2017, da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) e Organização Pan-Americana da Saúde (OPS), demonstra a incapacidade dos governos latinos em superar uma dificuldade básica, sem a qual outros indicadores de desenvolvimento não avançam.
De acordo com o documento, em 2016, 42,5 milhões de pessoas na região passaram fome. O número representa um aumento de 2,4 milhões. Se essa tendência continuar, diz a publicação, será muito difícil que a região alcance o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável (ODS) de nº 2 — Fome Zero e Agricultura Sustentável.
O problema da fome aparece tanto nos países presididos por uma frente política de atuação neoliberal, como a Argentina de Maurício Macri, o Peru de Pedro Pablo Kuczynski e El Salvador de Salvador Sánchez Cerén, como no moderado/centro-esquerda Equador de Lenín Moreno e na esquerda ditatorial de Venezuela Nicolás Maduro.
Brasil, Cuba e Uruguai são os países com menor porcentagem de pessoas subnutridas, com menos de 2,5% de sua população, uma percentagem que permaneceu inalterada desde 2010. Argentina, Chile e México continuam a ter uma porcentagem abaixo de 5%. Embora na Argentina, como o relatório mostra, o número de pessoas subnutridas aumentou de 3,4% para 3,6%, recuando para o nível de cinco anos atrás. No outro extremo da escala está o Haiti, onde a porcentagem de subnutridos caiu de 48,2% para 46,8%. Está precedido da Bolívia, com 20,2%, Nicarágua, com 17% e Honduras, com 14,8%.
O Brasil é um dos países da América Latina e do Caribe que poderá alcançar o ODS 2, segundo a publicação. “O país manteve o indicador da fome abaixo dos 2,5% nos últimos anos, o que faz com que a meta de erradicação possa ser cumprida em 2030, caso haja continuidade dos investimentos em políticas públicas voltadas às populações mais vulneráveis”.
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Das políticas neoliberais de Macri, na Argentina, às políticas estatistas de Maduro, na Venezuela, a fome cresce na América Latina - Instituto Humanitas Unisinos - IHU