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“Filho de migrantes, eu também podia ter sido descartado”, diz Francisco ao propor a revolução da ternura

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27 Abril 2017

“Basta um único homem para que exista esperança e esse homem pode ser um de vós”, diz a Sua Santidade Papa Francisco nesta edição escaldante do TED Talk proferida diretamente da Cidade do Vaticano. Em mensagem esperançosa às pessoas de todas as religiões, aos que têm poder bem como aos que não o têm, o líder espiritual faz um comentário iluminador sobre o mundo como atualmente o encontramos e pede que a igualdade, a solidariedade e a ternura prevaleçam. “Todos juntos, ajudemo-nos a recordar que os outros não são uma estatística ou um número”, diz ele. “Todos precisamos uns dos outros”.

A tradução é de TED Talks, 27-04-2017, revisada por Isaque Gomes Correa.

Boa noite — ou bom dia, não sei bem que horas são aí. Qualquer que seja a hora, estou contente por participar no vosso encontro. Gosto muito do título – “The Future You” – porque olha para o amanhã, mas convida desde hoje ao diálogo, olhando para o futuro convida a dirigir-se a um “tu”, “The Future You”. O futuro é feito por vós, é feito de encontros, porque a vida decorre através das nossas relações. Os meus muitos anos de vida amadureceram a minha convicção de que a existência de cada um de nós está interligada à dos outros: a vida não é só tempo que passa, mas tempo de encontro.

Quando encontro ou escuto doentes que sofrem, emigrantes que enfrentam terríveis dificuldades na procura de um futuro melhor, presos que carregam um inferno no coração, pessoas, em especial os jovens, que não arranjam trabalho, surge-me uma pergunta: ”Por que eles e não eu?” Eu também nasci numa família de migrantes. O meu pai, os meus avós, tal como muitos outros italianos, partiram para a Argentina e conheceram o destino dos que nada possuem. Eu também podia ter acabado entre essa gente “posta de lado”. É por isso que me interrogo, do fundo do coração: “Por que eles e não eu?”

Antes de tudo, gostaria muito que este encontro nos ajudasse a recordar que todos precisamos uns dos outros, que nenhum de nós é uma ilha, um “eu” autônomo e independente, separado dos outros. Só podemos construir o futuro mantendo-nos juntos, sem excluir ninguém. Não pensamos muito nisso, mas as coisas estão todas ligadas, e precisamos de restabelecer as nossas ligações. Mesmo os juízos duros que guardo no coração contra o meu irmão ou a minha irmã, aquela ferida que não sarou, a ofensa que não foi perdoada, aquele rancor que só me vai fazer mal, é tudo um pedaço de guerra que carrego comigo, é um fogo no coração que é preciso extinguir, antes que irrompa um incêndio que transforme tudo em cinzas.

Por diversas razões, muitas pessoas não acreditam que seja possível haver um futuro feliz. Estes temores devem ser levados a sério, mas não são intransponíveis. Podem ser ultrapassados, se não nos fecharmos em nós mesmos. Porque a felicidade só pode ser encontrada como um dom de harmonia de todos os elementos no seu conjunto. Também a ciência – sabeis isso melhor do que eu – aponta para uma compreensão da realidade onde todas as coisas estão numa interligação contínua entre si.

Isso leva-me à minha segunda mensagem. Como seria belo se o desenvolvimento da inovação científica e tecnológica fosse acompanhado por uma igualdade e inclusão social sempre maiores!

Como seria belo se, à medida que descobrimos novos planetas distantes, descobríssemos as necessidades dos nossos irmãos e irmãs que orbitam à nossa volta! Como seria belo que a fraternidade, esta palavra tão bela e, por vezes, incômoda, não se reduzisse apenas à assistência social mas, pelo contrário, se tornasse na atitude de base nas opções a nível político, econômico e científico, nas relações entre as pessoas, os povos e os países.

Só a educação na fraternidade, numa verdadeira solidariedade, pode ultrapassar a “cultura do desperdício”, que não diz respeito apenas aos alimentos e aos bens mas, acima de tudo, às pessoas que são marginalizadas dos sistemas tecnoeconômicos que, sem sequer se aperceberem, não colocam o homem no centro, mas os produtos do homem.

A solidariedade é uma palavra que muitos desejam apagar dos dicionários. Mas a solidariedade não é um mecanismo automático, não pode ser programada nem controlada. É uma resposta livre, que nasce do coração de cada um de nós. Sim, uma resposta livre! Quando nos damos conta de que a vida, mesmo no meio de tantas contradições, é um dom, de que o amor é a fonte e o sentido da vida, como é possível retermos o desejo de fazer o bem a outro ser humano? Para fazer esse bem, precisamos de memória, de coragem e também de criatividade.

Disseram-me que a TED reúne muita gente muito criativa. Sim, o amor exige uma atitude criativa, concreta e engenhosa. Não bastam as boas intenções e as fórmulas convencionais, tantas vezes usadas para apaziguar a consciência. Todos juntos, ajudemo-nos a recordar que os outros não são uma estatística ou um número. O outro tem um rosto. O outro é sempre um rosto concreto, um irmão de quem devemos cuidar.

Jesus contou uma parábola para nos ajudar a perceber a diferença entre os que não se incomodam e os que se preocupam com os outros. Talvez já a tenham ouvido, é a parábola do Bom Samaritano. Quando perguntaram a Jesus: “Quem é o meu próximo?” ou seja, “Com quem me devo preocupar?”, Jesus contou esta história, a história de um homem que tinha sido assaltado, roubado, espancado e abandonado na estrada. Ao vê-lo, um sacerdote e um levita, duas pessoas muito influentes na época, passaram por ele sem parar. Depois, chegou um samaritano, uma etnia muito desprezada. Aquele samaritano, ao ver o homem ferido, no chão, não o ignorou, como os outros, como se ele não fosse ninguém, mas sentiu compaixão por ele, comoveu-se. Essa compaixão levou-o a agir de modo muito concreto. Derramou azeite e vinho nas feridas daquele homem, levou-o a uma hospedaria e pagou do seu bolso para ele ser tratado.

A história do Bom Samaritano é a história da humanidade de hoje. O caminho das pessoas está sulcado de feridas, porque o centro de tudo é o dinheiro, são as coisas, e não as pessoas. É habitual que as pessoas que se consideram “de bem” não se preocupem com os outros, deixando para trás tantos seres humanos, populações inteiras, na beira da estrada. Felizmente, também há aqueles que estão a criar um mundo novo, cuidando dos outros, mesmo à custa do seu bolso. De fato, a Madre Teresa de Calcutá disse: “Não podemos amar, se não for à nossa custa”.

Temos tanto que fazer, e temos que fazê-lo em conjunto. Mas como podemos fazer isso, com todo o mal que respiramos? Graças a Deus, nenhum sistema pode anular a nossa abertura ao bem, à compaixão, à capacidade de reagir contra o mal, que nascem no fundo do coração do homem. Podeis dizer-me: “Sim, são palavras maravilhosas, mas eu não sou o Bom Samaritano, nem a Madre Teresa de Calcutá”. Pelo contrário, cada um de nós é precioso. Cada um de nós é insubstituível aos olhos de Deus. Na noite dos conflitos que estamos atravessando, cada um de nós pode ser uma candeia acesa, que recorda que a luz vence as trevas, e não o contrário.

Para nós, cristãos, o futuro tem um nome, e esse nome é esperança. Ter esperança não significa sermos ingênuos de forma otimista, ignorando a tragédia dos males da humanidade. A esperança é a virtude de um coração que não se fecha na escuridão, que não se fecha no passado, que não se limita a viver no presente, mas sabe ver o amanhã. A esperança é a porta aberta para o futuro.

A esperança é uma semente de vida, humilde e oculta, que se transforma com o tempo, numa enorme árvore. É como um fermento invisível que faz levedar toda a massa, que dá sabor a toda a vida e pode fazer tanta coisa, porque basta uma pequena centelha de luz que se alimenta da esperança para acabar com a escuridão.

Basta um único homem para que exista esperança e esse homem pode ser um de vós. Depois, poderá ser um outro e mais outro, e passamos a ser “nós”. Então, a esperança só começa quando somos um “nós”? Não. A esperança começou com “um” de nós. Quando somos “nós”, começa uma revolução.

A terceira e última mensagem que queria partilhar convosco é sobre a revolução, a revolução da ternura. O que é a ternura? É o amor que se aproxima e se torna concreto. É um movimento que parte do coração e chega aos olhos, às orelhas e às mãos. A ternura significa usar os olhos para ver o outro, usar as orelhas para ouvir o outro, para escutar o grito das crianças, dos pobres, dos que têm medo do futuro, para escutar também o grito silencioso do nosso lar comum, desta Terra doente e poluída.

A ternura significa usar as mãos e o coração para reconfortar os outros, para cuidar daqueles que precisavam. A ternura é a linguagem dos mais pequeninos, daqueles que precisam do outro. Uma criança afeiçoa-se à mãe e ao pai pelas carícias, pelo olhar, pela voz, pela ternura. Gosto de ouvir o papá ou a mamã a falarem com o seu bebê, quando imitam as crianças e lhe falam tal como ele fala, Isso é ternura: descer ao mesmo nível do outro. O próprio Deus desceu enquanto Jesus para ficar ao nosso nível. Este é o mesmo caminho que o Bom Samaritano percorreu. É o caminho que Jesus percorreu. Baixou ao nosso nível, atravessou toda a vida do homem com a linguagem concreta do amor.

Sim, a ternura é o caminho que os homens e as mulheres mais fortes e mais corajosos percorreram. A ternura não é fraqueza, é coragem. É o caminho da solidariedade, o caminho da humildade. Vou dizê-lo claramente: quanto mais poderosos formos, quanto maior for o impacto das nossas ações sobre as pessoas, mais humildes devemos ser. Porque, senão, o poder arruinar-nos-á e arruinaremos os outros.

Dizia-se na Argentina que o poder é como beber “gin” em jejum. Sentimo-nos tontos, embriagados, perdemos o equilíbrio e acabamos por fazer mal a nós mesmos e aos outros, se não juntarmos o poder à humildade e à ternura. Por outro lado, com humildade e amor concreto, o poder – o mais alto, o mais forte – torna-se um serviço, uma força para o bem.

O futuro da humanidade não está só nas mãos dos políticos, dos grandes líderes, das grandes empresas. Claro, a responsabilidade deles é enorme. Mas o futuro está sobretudo nas mãos das pessoas que reconhecem o outro como a elas próprias e reconhecem-se como fazendo parte de um “nós”. Todos precisamos uns dos outros. Por isso, por favor, pensem em mim também com ternura, para eu poder cumprir a tarefa que me foi confiada para o bem dos outros, de todos, de todos vós, de todos nós.

Obrigado.

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