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México já tem seu muro e está na fronteira com a Guatemala

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08 Fevereiro 2017

Às margens do rio Suchiate, Carla Ochoa serve cerveja enquanto atura comentários impertinentes e olhares lascivos de três bêbados que desde as dez da manhã exigem uma caguama (garrafa de um litro) depois da outra. A fronteira entre o México e a Guatemala, que tem cerca de 1.000 quilômetros de extensão, na altura de Tecun-Uman, é um rio marrom que durante a estação seca tem água até os joelhos e pode ser atravessado a pé, sem perguntas ou papéis, ao lado da guarita da alfândega.

A reportagem é de Jacobo García, publicada por El País, 08-02-2017.

No entanto, Carla, depois de três tentativas de chegar aos Estados Unidos, dois filhos e um estupro, perdeu a vontade de voltar a passar pelo México e prefere servir cervejas no lado chapín, como são conhecidos. Ela ficou sem dinheiro – e quase sem útero – mas atende as mesas com mais dignidade do que os rudes rapazes que bebem ao sol e os policiais que a estupraram.

A poucos metros dela, Josué, também hondurenho, se arrasta sobre os cotos do joelho perto do rio.

Nesse ponto, o lado guatemalteco da fronteira é uma faixa de terra onde convivem comerciantes que vão de uma margem a outra, coiotes, migrantes, prostitutas, moradores, cambistas, tricicleros e um sujeito que arranca a pele de um tlacoache recém-caçado, diante do olhar entusiástico de todos os anteriores, que acompanham o esfolamento como um espetáculo de circo.

“O filho da puta do trem”, diz Josué sobre o acidente que o deixou sem pernas seis meses atrás, quando tentou subir no La Bestia, que atravessa o país de norte a sul pelo Golfo do México.

“Agarrei-me ao vagão, mas tropecei e caí sob as rodas. No começo não percebi, não sentia dor, mas quando tentei me levantar vi as duas pernas como se estivessem jogadas”, explica apontando o ar. De acordo com a Cruz Vermelha, a cada ano 37 pessoas perdem algum membro tentando subir no trem.

Josué aprendeu no hospital da localidade de Gómez Palacio, pela da boca de outro mutilado, que a melhor técnica para conseguir subir é acompanhar o trem correndo e usar os dois braços para se agarrar ao vagão e então pular sem ser arrastado. Mas isso ele soube depois.

Ambos Carla e Josué, ficaram aprisionados do outro lado do invisível muro sul.

A intensa vigilância policial, La Bestia, os cartéis, as redes de tráfico de pessoas e as deportações são os tijolos de um muro virtual, que se eleva a 3.000 quilômetros ao sul daquele que Donald Trump quer construir.

“O muro temido pelos migrantes é o México, não o de Trump”, explica Mario Hernani, coordenador da casa do migrante Tecun Uman, o último município da Guatemala.
“Todos aqueles que tomam o caminho sabem que serão assaltados, extorquidos ou estuprados, principalmente por parte das autoridades”, acrescenta.

Segundo a Rede de Organizações Defensoras de Migrantes (Redodem), que entrevistou mais de 30.000 migrantes acolhidos em sua rede de albergues, quase metade dos crimes contra eles em 2015 foi cometida por policiais (41%) e o restante pelo crime organizado e a delinquência comum.

Alguns especialistas acreditam que o muro de Trump, embora seja uma afronta diplomática e uma ofensa entre países vizinhos não será, no fundo, uma grande mudança para o México.

Muitos afirmam que os mais afetados serão os migrantes irregulares e um possível efeito de atração, em antecipação a um endurecimento das políticas de imigração dos EUA. A cada ano, 400.000 pessoas passam pelo México, a maioria da América Central, com menos de 60 dólares (cerca de 188 reais) no bolso, que participam de um êxodo silencioso que foge da violência.

Marcelo, de 36 anos, e Nancy, de 20, saíram correndo de El Salvador em 4 de janeiro, quando um sujeito da Mara-Salvatrucha, o grupo do crime organizado mais numeroso do país, apareceu na casa deles, bateu com a coronha do revólver na porta e deu-lhes 24 horas para saírem de casa. Foi a última advertência. Queriam que Nancy começasse a trabalhar para eles.

As organizações que trabalham com os migrantes falam de “crise humanitária” na fronteira sul

No dia de Reis (6 de janeiro), logo depois de atravessar o rio e pôr os pés em solo mexicano, roubaram o dinheiro deles e os velhos celulares que tinham. Um mês depois daquilo, sentados no modesto pátio do albergue da ordem dos scalabrinianos, o tal efeito de atração, parece-lhes sofisticado demais.

“Não, que nada, saí de El Salvador por medo e não por causa do muro, porque a MS ia me deixar em pedaços no dia seguinte”, diz Marcelo segurando a mão da namorada. “Não sei se haverá muro ou não, mas tinha de sair imediatamente”, diz, olhando para o chão.

Ao efeito de atração, a Agência para os Refugiados (ACNUR) e a rede de albergues e organizações que trabalham com os migrantes contrapõem há anos outro conceito: crise humanitária.

Nos últimos seis anos, os pedidos de asilo no México cresceram mais de 1.000%. A curva passou de algumas centenas de casos em 2011 a quase 9.000 cinco anos mais tarde, de acordo com a ACNUR. E a previsão é que esse número dobre no próximo ano.

Mais de 90% desses pedidos vieram de pessoas do triângulo norte da América Central – Honduras, El Salvador e Guatemala –, fugindo cidades como San Salvador (El Salvador) ou San Pedro Sula (Honduras), consideradas entre as mais violentas do mundo. A agência da ONU compara a situação atual com o êxodo dos centro-americanos durante as guerras dos anos 80.

A resposta do México foi reforçar o orçamento para a detenção de migrantes e refugiados com a implementação do ambíguo Plan Frontera Sur, assinado em 2014 no âmbito do plano Mérida, que prevê a colaboração com os EUA para o combate do crime organizado. Desde então, o número de detenções e deportações foi multiplicado.

Barack Obama foi o presidente que mais migrantes deportou, 2,8 milhões de pessoas entre 2008 e 2016. No entanto, o México assumiu o papel de gendarme do sul e nos últimos dois anos ultrapassou os EUA em número de expulsões. No ano passado, os EUA deportaram 96.000 migrantes contra 147.000 por parte do México, num ritmo de 293 por dia, segundo dados oficiais.

No entanto, enquanto os EUA deportam migrantes que, principalmente, cometeram algum crime no México, muito poucos dos que foram expulsos tinham antecedentes penais. De acordo com a Cruz Vermelha, a detenção deve ser “uma medida excepcional” e denuncia que continuam acontecendo casos “de detenção sistemática de pessoas migrantes”, diz Oliver Francis, do CICR.

“O México está fazendo o trabalho sujo dos EUA, é disso que foi encarregado e está cumprindo à perfeição”, diz Cristóbal Sánchez, um ativista em defesa dos migrantes.

Paralelamente, o México tem uma taxa de reconhecimento de refugiados de 64%, um número elevado em comparação com outros países e que recorda a melhor vocação de acolhida, especialmente em relação a espanhóis e centro-americanos durante os anos de guerra civil.

Intimidados pelo momento delicado em que chegam a Tapachula, Marcelo e Nancy estão esperando tramitar seus documentos como refugiados enquanto aguardam no albergue Belén antes de voltarem à estrada.

“Quero ir para os EUA e se não for possível, ficaria feliz no México. Mas não em Tapachula, aqui tenho medo”, lamenta referindo-se à polícia e ao clima hostil contra eles.

“Nos chamaram de ladrões, sequestradores, delinquentes, membros de gangues...”, explica desconcertado. O casal salvadorenho teve a infelicidade de chegar à cidade durante os saques em protesto contra o aumento da gasolina que transformou a cidade num caos.

Quem contribuiu para esquentar os ânimos contra os migrantes foi o prefeito de Tapachula, Neftalí del Toro (PRI), que os acusou de estarem por trás dos assaltos às lojas na cidade, embora durante aqueles dias turbulentos de janeiro houve dias com mais de 100 incidentes simultâneos em todo o país.

“Tapachula está contaminada pelos estrangeiros”, disse o prefeito de uma cidade de 400.000 habitantes, 3.500 bares e prostíbulos e uma biblioteca

Nota: Alguns nomes foram alterados por razões de segurança

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