14 Dezembro 2017
O 'Retiro do Advento: Vem, Senhor Jesus!' é uma proposta de Exercícios Espirituais para rezar diariamente ao longo das quatro semanas do Tempo do Advento. O material é preparado pelo padre Luís Renato Carvalho de Oliveira, e disponibilizado no sítio jesuitasbrasil. A ilustração é de Cerezo Barredo.
Eis o roteiro para a Terceira Semana do Advento.
Texto: Jo 1, 6-8.19-28: João Batista veio dar testemunho.
Os dois blocos da narrativa do Evangelho de hoje giram em torno do tema do “testemunho”, esta é a grande característica de João Batista narrada pelo evangelista João: o testemunho é fundamental. É o modo de fazer que Cristo apareça, torne-se visível no mundo. Esse testemunho é de um homem historicamente situado e vem anunciar Jesus a todos.
O comportamento de Jesus não responde em tudo ao ideal messiânico de João, centralizado na dimensão penitencial da conversão. Por isso, ao ouvir falar das obras realizadas por Jesus, envia a partir do cárcere os seus discípulos para perguntarem diretamente a Jesus, se é ou não o Messias.
Em sua resposta, Jesus faz referência aos sinais que realizou. Esses sinais, contemplados à luz dos oráculos proféticos, revelam melhor do que qualquer outro a resposta que ele é o Messias, aquele que havia de vir, e coloca em realce também que a sua mensagem é uma boa notícia, uma grande alegria.
A fé cristã é alegria que perpassa toda a vida. Essa alegria não está nos caprichos de nossos estados de espírito, ou nos sucessos de nossas vidas.
A grande e verdadeira alegria é conhecer a Jesus e fazer com que outros o conheçam. Essa é a única e verdadeira alegria. João Batista, para quem a conversão consistia em voltar a viver o amor a Deus no próximo, pelo abandono do pecado, testemunha que ninguém, em qualquer condição humana, pode viver sem o amor de Jesus.
Dar testemunho da luz consistia em despertar o desejo e a esperança da vida – luz, anunciar a possibilidade de uma vida plenamente humana, como alternativa ao regime das trevas.
Texto: Mt 1, 18-24: Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus.
Como Maria, na Anunciação, aceitou a mensagem de Deus, também José aceita com fé o sinal. Diante da descoberta da gravidez de Maria, José, qualificado como homem justo, tem diante de si duas alternativas que lhe passam pela cabeça. Uma, pensa em afastar-se de Maria, fugir, não querer assumir a criança da qual ignora o pai, e a outra expor Maria às formalidades da Lei, mas não faz isso por estar convencido da virtude de Maria.
Jesus não é apenas um filho da história humana. Ele é o Filho de Deus. Sua mãe é humana. Seu pai é divino. Ele vai nos ensinar o Projeto de Deus para que sejamos todos livres e vivos, a fim de nos tornarmos o que Deus deseja. O nome “Jesus” significa “Deus salva”.
Texto: Lc 1, 5-25: Não temas, Zacarias, porque a tua súplica foi ouvida.
Zacarias aparece como um homem justo e com características similares aos da história de Abraão e Sara. Vai receber no templo, que representa o coração do judaísmo, o anúncio do nascimento de seu filho.
Descreve-se a missão de João Batista que vem preparar o caminho do Senhor Jesus. São dois os aspectos que o texto destaca em João Batista. O primeiro é o de haver recebido a plenitude do Espírito. O segundo aspecto que se afirma de João é o de encarnar o profeta Elias, que a tradição de Israel esperava no final dos tempos como precursor do Messias.
A conjugação destes dois elementos nos indica que estamos entrando no tempo da salvação definitiva da humanidade. A boa notícia se aproxima dos homens por meio de João Batista que preparará o povo de Israel para a vinda de seu Senhor.
Texto: Lc 1, 26-38: “Alegra-te cheia de graça, o Senhor está contigo”.
O “sim” de Maria não representa apenas um ato de submissão à vontade de Deus (por meio do anjo), mas um consentimento ativo e responsável. O diálogo do anjo Gabriel com a Virgem Maria se articula em três momentos: a saudação e a mensagem, o anúncio da maternidade messiânica, e a revelação da divina maternidade no anúncio.
Maria coloca uma dificuldade. Como acontecerá isso? Ela conceberá por obra do Espírito Santo, fonte de vida, que vai descer sobre Maria, e o pode de Deus Altíssimo vai cobri-la com a sua sombra.
O Evangelho de hoje procura explicar como Jesus, nascido de maneira misteriosa de Maria, é Filho de Deus, o Messias. Tudo isto mostra que Deus quer salvar os homens por meio dos homens. Como Maria, na Anunciação, aceitou a mensagem de Deus.
Jesus não é apenas um filho da história humana. Ele é o Filho de Deus. Sua mãe é humana. Seu pai é divino. Ele vai nos ensinar o Projeto de Deus para que sejamos todos livres e vivos, a fim de nos tornarmos o que Deus deseja. O nome “Jesus” significa “Deus salva”.
Maria é aquela que contribuiu de maneira decisiva para a libertação do povo de Deus. Ela interfere positivamente na nova criação em Cristo mediante o Espírito Santo.
Jesus não é apenas um filho da história humana. Ele é o Filho de Deus. Sua mãe é humana. Seu pai é Deus (Espírito Santo) e José exerce o papel de pai adotivo.
Texto: Lc 1, 39-45: Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!
Nestes dias de Advento, vivemos a alegria da casa de Isabel e Zacarias, pulamos com o Batista, cantamos com Maria, contemplamos tudo em silêncio com José. É um momento em que não precisamos fazer propósitos nem tirar conclusões práticas. Não precisamos fazer nada. Basta entrar no ócio da contemplação e participar da alegria da presença de Jesus em Maria. Podemos rezar os mistérios gozosos do terço e repetir com o Anjo: “Ave, cheia de graça”. E com Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. Maria, grávida de seu Filho Jesus, foi as pressas até Ein Karem, nas montanhas de Judá, ao lado de Jerusalém, para estar com sua prima Isabel. Há uma grande alegria nesta visita.
Texto: Lc 1, 46-56: Minha alma glorifica o Senhor...
A narrativa do Evangelho de hoje nos apresenta um cântico, o Magnificat. É chamado também de cântico de Maria, o seu conteúdo possui diversos matizes, é uma das grandes manifestações de Deus, agindo no meio do povo, e uma resposta do homem ao amor de Deus.
O Magnificat é uma sucessão de realidades da Palavra, vividas por Maria, que transbordam espontaneamente de sua intimidade. Maria alimentava-se das Escrituras, daí sua fala estar revestida da Palavra de Deus. Cada trecho desse cântico é um eco de alguma passagem da bíblia no Antigo Testamento.
Portanto, vemos aí Maria tão unida à Palavra de Deus que disso resulta seu eco sonoro. Não devemos nos admirar, portanto, pelo fato de Deus na Anunciação lhe responder por intermédio do anjo, do mesmo modo.
A oração de cada sábado consiste no exercício chamado de repetição. Trata-se de aprofundar aquilo que rezei durante a semana. Santo Inácio diz: Não é o muito saber que satisfaz a pessoa, mas o sentir e saborear as coisas internamente [EE 2]. Por isso não é apresentada uma nova matéria de oração para este dia. Faço, pois, a oração, a partir do texto ou moção que mais me consolou ou que mais me desolou na semana que passou.
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Terceira Semana do Advento: Vem, Senhor Jesus! - Instituto Humanitas Unisinos - IHU