02 Outubro 2017
Conferência Episcopal qualificou a medida como uma “pressão indevida” e o bispo de Concepción a catalogou de “grito desesperado”.
A informação é de A. López, publicada por La Tercera, 30-09-2017. A tradução é de Henrique Denis Lucas.
Uma convocação para terminar com a greve de fome de quatro comuneros (membros da comunidade, N.T.) de Concepción foi realizada ontem. Através de comunicados independentes, a Conferência Episcopal (Cech) - entidade que representa a Igreja Católica no Chile - e o Arcebispo de Concepción, Fernando Chomali, cuja catedral foi ocupada por um grupo de pessoas em protesto pelo processo judicial que enfrentam pela queima de um templo evangélico.
Por mais que ambas as mensagens coincidam em que as suas manifestações devem ser cessadas por conta do perigo que suas vidas correm ao não ingerir alimentos há mais de 117 dias, os argumentos e opiniões sobre esta situação foram distintos.
O comunicado da Conferência Episcopal criticou a forma em que os comuneros estão protestando e declarou que “a greve de fome, até colocar em risco a própria vida, constitui uma pressão indevida sobre os órgãos do Estado, convocados a exercer a justiça no país”.
Junto a isto, a Conferência diz estar preocupada com o estado grave de saúde em que os grevistas se encontram. Finalmente, solicitaram que terminassem com a medida de pressão. “Solicitamos aos grevistas a declinarem de sua atitude e a todos que têm alguma responsabilidade e participação nesta delicada situação, para implementar os mecanismos e soluções adequadas, que permitam resguardar a vida destas pessoas, buscando sempre conseguir a verdade e a justiça através de um devido processo judicial”, manifestaram.
No caso do bispo de Concepción, o tom de sua mensagem esteve em torno da “greve de fome, que não justificando, pois atenta contra a vida, às vezes é um grito desesperado frente à realidade de sentir-se pouco considerado e injustamente tratado. Disso, o povo mapuche padece, independentemente desta situação, e é tarefa de todos terminar com isso (…) Queremos dar um testemunho claro de que não podemos seguir pensando que a paz será conseguida com violência, venha de onde venha. Tivemos demasiadas vítimas. Basta!”, assinalou Chomali.
A respeito do término da ocupação da catedral da cidade, ele assegura que esse protesto afetou a comunidade católica e que “não é a sua forma de manifestar descontentamento”, mas que continuarão no caminho do diálogo e que não responderão “violência com violência”, fazendo alusão a um desalojamento.
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Chile. Greve de fome de comuneros marca diferenças entre a Conferência Episcopal e o arcebispo de Concepción - Instituto Humanitas Unisinos - IHU