09 Novembro 2016
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) participam na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta terça-feira (8) de um debate sobre o conflito agrário instalado no município de Quedas do Iguaçu.
Um dos temas do debate na Comissão de Direitos Humanos e Cidadania é a operação da Polícia Civil que teve como alvo integrantes do MST. O encontro é restrito a autoridades e convidados.
A informação foi publicada por Paraná Portal, 08-11-2016.
Segundo o presidente da comissão, deputado Tadeu Veneri (PT), o objetivo é ouvir todas as partes envolvidas na questão para que o grupo possa atuar.
“Queremos mais informações do ocorrido. Nós ouvimos a versão da Secretaria de Segurança Pública, que fez todo seu apanhado. Nós precisamos ouvir também seja integrante do movimento, do Ministério Público, da Defensoria Pública, qual o entendimento que têm disso”.
Participam da reunião representantes do Ministério Público do Paraná, da Defensoria Pública, da Ouvidoria Agrária do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), da Assessoria Especial para Assuntos Fundiários do Governo do Paraná e da Organização Terra de Direitos.
A Polícia Civil do Paraná deflagrou a operação na sexta-feira (4), mirando integrantes do MST suspeitos de participar de uma organização criminosa investigada por furto e dano qualificado, roubo, invasão de propriedade, incêndio criminoso, cárcere privado, entre outros crimes. Entre os investigados, está o vereador Claudelei Torrente de Lima (PT), eleito neste ano em Quedas do Iguaçu.
Advogados de líderes do MST afirmam que armas apreendidas na Operação Castra, na última sexta-feira (4), estavam com um homem que foi preso um dia antes da ação. De acordo com a defesa, o homem não têm nenhuma relação com o MST. “As armas apreendidas no âmbito da Operação Castra pertencem à Evaldo de Azevedo, que foi preso dias antes, noutra operação, e não guarda nenhuma relação com o Movimento Sem Terra ou com o Acampamento Dom Tomás Balduíno”, diz a nota assinada por Giane Alvares, Juvelino Strozake, Luciana Pivato, Diego Vedovatto e Paulo Freire.
A Comissão de Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia também participará de uma reunião para mediar o conflito na região da Usina do Baixo Iguaçu, no Sudoeste do Paraná. Famílias que ainda não foram indenizadas ocupam a entrada do canteiro de obras. “Há uma tensão muito grande na cidade. Enquanto não tiver a indenização daquelas famílias essa tensão será permanente. Essa será a terceira reunião na busca de uma solução”, ressalta Veneri.
Também participam da negociação representantes das Comissões de Direitos Humanos da Câmara Federal e do Senado. O encontro acontecerá no dia 18 deste mês, às 14 horas, na comunidade rural de Marechal Lott, em Capanema.
Paralelamente, mas sem relação com a reunião do MST, um grupo de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) realizou na manhã desta terça-feira (8) uma manifestação, no Centro de Curitiba. O ato começou às 9h30, na Praça 19 de Dezembro, e seguiu em marcha pela Avenida Cândido de Abreu até a prefeitura, no Centro Cívico.
Participam do ato centenas de moradores das ocupações Nova Primavera, 29 de Março, Dona Cida e Tiradentes, localizadas na Cidade Industrial de Curitiba.
Paulo Bearzoti, uma das lideranças do MTST, afirma que o grupo cobra políticas públicas de moradia popular. “A nossa pauta, em primeiro lugar é a manutenção dos acordos feitos com a prefeitura de não haver despejo, se sempre se manter o diálogo. Mas principalmente a construção das moradias do conjunto habitacional pelo Programa Minha Casa Minha Vida - Entidades. O governo Michel Temer meio que suspendeu o Minha Casa Minha Vida, e tem um compromisso, e que se cumpra o compromisso”, disse ao Brasil de Fato Paraná.
Os integrantes do MTST chegou a entrar no hall de entrada da Prefeitura de Curitiba e depois se dirigiu à Assembleia, onde os portões foram fechados. Depois, o grupo voltou à prefeitura.
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MST expõe na Assembleia versão de conflito agrário - Instituto Humanitas Unisinos - IHU