Por: André | 18 Abril 2016
O presidente da Bolívia, Evo Morales reiterou na sexta-feira 15 de abril, ao Papa Francisco o pedido da canonização do Pe. Luis Espinal, torturado e assassinado pelas forças da ditadura em 1980.
A reportagem é publicada por Prensa Latina, 15-04-2016. A tradução é de André Langer.
Em um contato com a imprensa na Cidade do Vaticano, o presidente do país andino-amazônico destacou que em seu encontro com Sua Santidade retomou o tema da beatificação do sacerdote.
Luis Espinal, jesuíta de origem espanhola, é recordado na Bolívia por seu compromisso com os desfavorecidos e sua atitude crítica em relação à aliança da Igreja católica com os setores conservadores no poder.
Morales explicou que o Sumo Pontífice lhe recomendou seguir os procedimentos estabelecidos para a canonização de figuras destacadas. Ou seja, que os jesuítas, a cuja ordem pertencia Espinal, devem apresentar a biografia e a história do padre, entre outros requisitos, pontuou.
Recentemente, bolivianos apegados aos ideais de justiça e ao senso da dignidade dos povos recordaram em La Paz a Espinal (1932-1980), que considerou que a vida é para ser gasta pelo próximo.
Em uma vigília organizada pela Associação de Familiares de Detidos e Desaparecidos e Mártires pela Libertação Nacional, pessoas de diferentes gerações se encontraram na sede da entidade, onde ficou clara a vigência do pensamento progressista de Lucho, como também foi conhecido.
O público coincidiu em que Espinal foi um homem profundamente místico, autêntico, coerente, revolucionário, consequente, audaz, sensível e uma referência de espiritualidade.
O padre foi vítima do terrorismo de Estado, uma política aplicada por ditadores em vários países da América Latina, que aprenderam na Escola das Américas sob a supervisão dos Estados Unidos.
O também poeta e cineasta era da opinião de que os meios de comunicação deviam servir ao povo e, embora tenha sofrido a incompreensão da hierarquia eclesiástica, converteu-se na voz dos que calam, e, por isso, os lacaios de uma ditadura planejaram sua morte, antecedida por cruéis torturas.
Espinal foi assassinado no dia 21 de março de 1980.