Por: André | 15 Outubro 2013
Desta vez, a notícia foi publicada pelo jornal argentino La Nación, que inclusive dá o nome de um jovem sacerdote, Gustavo Carrara (na foto à esquerda), 40 anos, pároco de Bajo Flores e atual vigário para as “favelas”, que se encontra na periferia da capital argentina e que, em vez de diminuir, seguem se expandindo pelo tecido da cidade. O rumor da iminente nomeação de um bispo “vileiro”, que já havia circulado há alguns meses, vem agora após a nomeação de dom Luis Fernández, bispo auxiliar do Vicariato de Flores, como titular da diocese de Rafaela, em Santa Fe, a cerca de 600 quilômetros de Buenos Aires. A transferência do bispo nomeado, que tem 66 anos, deixa descoberta a sede episcopal de uma diocese em cujo território surge a “Villa 1-11-14”. Em razão disso, abre-se a possibilidade para a nomeação de um novo bispo.
Fonte: http://bit.ly/1bu6j3h |
A reportagem é de Alver Metalli e publicada no sítio Vatican Insider, 14-10-2013. A tradução é de André Langer.
O próprio Fernández, respondendo às perguntas da jornalista Silvina Premat, reconheceu que existe a possibilidade de que seja nomeado um “bispo vileiro”, embora não tenha confirmado o rumor. “Fala-se disso, mas são muitos comentários e sabemos que o Papa Francisco pode fazer uma das suas”, disse brincando. A jornalista do jornal Crónica, Alicia Barrios (autora do livro Meu amigo, o padre Jorge), foi mais explícita em uma entrevista à revista on-line Infobaes, de 06 de setembro: “Bergoglio vai fazer muitas mudanças nos bispos. Por exemplo, não vá estranhar que algum dos padres vileiros esteja entre os próximos bispos, por exemplo, não deve surpreender que algum dos ‘padres vileiros’ possa estar entre os próximos bispos”. Barrios repetiu ao La Nación que considera isso uma possibilidade, embora não tenha dado nenhum nome.
O primeiro dos rumores sobre a intenção do Papa Francisco de nomear um bispo das “vilas” foi de meados de agosto, quando o padre José “Pepe” di Paola (na foto ao centro) se preparava para viajar a Roma. O padre “Pepe” reuniu-se com Bergoglio no sábado, 24 de agosto. Depois, um jornal da capital argentina e próximo à presidência de Cristina Fernández, o 24CON, teria afirmado o rumor embora sem indicar a fonte. O 24CON indicava que outros dois “padres vileiros” teriam ido a Roma – Joaquín Giangreco e Hernán Morelli; ambos passaram pela “vila 1-11-14”, pelo que o jornal on-line afirmou que sua viagem a Roma teria sido uma espécie de consulta que Bergoglio estava fazendo para decidir sobre o futuro bispo.
Caso se confirmar uma nomeação deste tipo, o bispo teria jurisdição territorial, portanto sobre a diocese da qual seria titular, ou tarefas mais amplas sobre as “vilas” que atravessam diferentes dioceses da capital argentina? É um aspecto de certa importância, pois definiria o perfil e o alcance desta nova figura, embora não tenha nenhuma alusão a este respeito ainda.
Ressurge, pois, a opinião positiva que Bergoglio tem sobre Gustavo Carrara. O sacerdote, além disso, tem uma sólida formação teológica. O Papa Francisco telefonou-lhe (como fez com outros bispos e sacerdotes argentinos) na segunda-feira depois da Páscoa. Os jornais argentinos deram a conhecer um fragmento da conversa, quando Bergoglio lhe disse: “Não sei se Deus quis que eu fosse Papa, mas, pelo menos, o permitiu. Estou em paz”. Em uma entrevista à revista Mundo Villa, de 10 de fevereiro de 2013, Carrara respondeu a algumas perguntas sobre o “casamento igualitário” e sobre o aborto legal, dois temas candentes na sociedade argentina. Respondeu que ambas as questões eram próprias da classe política e da classe média e média alta. Não são, indicou, discussões que se ouve nos bairros populares, embora se aceite que uma ou outra lei “repercutirá no bairro”.
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Fala-se novamente sobre uma nomeação de um bispo “vileiro” para as favelas de Buenos Aires - Instituto Humanitas Unisinos - IHU