Por: André | 09 Setembro 2013
“Já não sou praticante, mas hoje estou aqui para jejuar com Francisco, porque a indiferença mata mais que as armas”. Gianluca Franco, engenheiro calabrês de 41 anos, levou sua família à Praça São Pedro “depois de ter visto na televisão as imagens dos civis atacados com gás sarin”. Sua esposa, Ilenia, está grávida, mas decidiu seguir a norma canônica que prescreve uma única refeição durante o dia, ao passo que sua filha de 15 anos, Melissa, jejuará durante todo o dia. Não é um sábado qualquer que se vive na basílica vaticana.
Fonte: http://bit.ly/14sRHlF |
A reportagem é de Giacomo Galeazzi e publicada no sítio Vatican Insider, 07-09-2013. A tradução é de André Langer.
Hoje, os peregrinos não chegaram para fazer turismo: respondem à convocação de Bergoglio. Rezam e jejuam pela paz na Síria. “Senti o dever de estar aqui – conta Rita Andreolli, comerciante de Módena. A presença é um sinal de testemunho, enquanto no Oriente Médio a vida parece ter perdido valor”. Lucia Bossi veio de Milão porque “o que conta verdadeiramente na vida é a paz e jejuando me sinto em comunhão com Cristo”. São motivados e inspirados por Francisco: fazem parte de grupos eclesiais ou não, são crentes ou não. Todos estão preocupados com a espiral de violência que se vive na Síria.
“O jejum não é apenas um ato penitencial: é uma abertura a Deus e ao próximo – observou o padre Ciro Benedettini, vice-diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé. Todas as grandes religiões praticam o jejum, e o apelo do Pontífice foi acolhido inclusive por muitos ateus”. Stefania, da Sardenha, 30 anos, se pergunta com suas amigas: “Por que é preciso jejuar? Uma pequena renúncia para implorar o grande dom da paz, um sacrifício pessoal para obter um imenso bem para todos”.
O custódio da Terra Santa, o padre Gianfranco Pinto Ostuni, voou para Roma. “O clima que vivemos é muito tenso. Já estão distribuindo máscaras antigas devido ao temor de consequências militares contra Israel, no caso de uma incursão estadunidense”. O “Syria day” convocado pelo Papa Francisco, acrescenta o padre Giranfranco, “já obteve um resultado histórico: unir diferentes religiões com o objetivo comum de pacificar a zona”.
Os números dão razão ao Papa: mais de um italiano de cada quatro (28%) aderiu ao dia de jejum e oração. Além disso, aderiu a esta iniciativa de Bergoglio mais da metade dos católicos praticantes (55%), segundo uma pesquisa da Swg. Vigília, oração, intermediação, jejum e confissão.
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Jejum e oração contra a globalização da indiferença - Instituto Humanitas Unisinos - IHU