14 Junho 2014
A leitura que a Igreja propõe neste domingo e o evangelho de Jesus Cristo segundo João 3, 16-18 que corresponde a Festa da Santíssima Trindade, ciclo A do ano litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.
Eis o texto.
Fonte: http://www.periodistadigital.com/religion/ |
O esforço realizado pelos teólogos ao longo dos séculos para expor em conceitos humanos o mistério da Santíssima Trindade apenas ajuda hoje os cristãos a reavivar a sua confiança em Deus Pai, a reafirmar a sua adesão a Jesus, o Filho encarnado de Deus, e a acolher com fé viva a presença do Espírito de Deus em nós. Por isso pode ser bom fazer um esforço para nos aproximarmos do mistério de Deus com palavras simples e coração humilde seguindo de perto a mensagem, os gestos e a vida inteira de Jesus: mistério do Filho de Deus encarnado.
O mistério do Pai é amor cativante e perdão contínuo. Ninguém está excluido do Seu amor, a ninguém se lhe nega o Seu perdão. O Pai ama-nos e procura-nos a cada um dos Seus filhos e filhas por caminhos que só Ele conhece. Olha para todos os seres humanos com ternura infinita e profunda compaixão. Por isso, Jesus invoca-O sempre com uma palavra: “Pai”.
A nossa primeira atitude ante esse Pai deve ser a confiança. O mistério último da realidade, que nós crentes chamamos “Deus”, não nos há de causar nunca medo ou angústia: Deus só pode amar-nos. Ele entende a nossa fé pequena e vacilante. Não temos de sentir-nos tristes pela nossa vida, quase sempre tão medíocre, nem desalentar-nos ao descobrir que temos vivido durante anos afastados desse Pai. Podemos abandonar-nos a Ele com simplicidade. A nossa pouca fé basta.
Também Jesus nos convida à confiança. Estas são as Suas palavras: “Não vivais com o coração perturbado. Acreditais em Deus. Acreditai também em Mim”. Jesus é o vivo retrato do Pai. Nas Suas palavras escutamos o que nos diz o Pai. Nos Seus gestos e ao Seu modo de atuar, entregue totalmente a fazer a vida mais humana, descobre-se o quanto Deus nos quer.
Por isso, em Jesus podemos encontrar-nos em qualquer situação com um Deus concreto, amigo e próximo. Ele coloca paz na nossa vida. Faz-nos passar do medo para a confiança, do receio à fé simples no mistério último da vida que é só Amor.
Acolher o Espírito que alenta o Pai e o Seu Filho Jesus é acolher dentro de nós a presença invisível, profunda, mas real do mistério de Deus. Quando nos fazemos conscientes desta presença contínua, começa a despertar-se em nós uma confiança nova em Deus.
A nossa vida é frágil, cheia de contradições e incertezas: crentes e não crentes vivemos rodeados de mistério. Mas a presença, também misteriosa do Espírito em nós, apesar de débil, é suficiente para sustentar a nossa confiança no Mistério último da vida que é só Amor.
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